Page 57 - Revista da Armada
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com o escudo das quinas sobreposto, A coroa, que foi do escudo o fecho Depois, foram as muitas suges-
na junção do verde e do encarnado. harmonioso, converteu-se há mais de tões para a futura bandeira nacional.
De facto , Columbano fizera tudo dois séculos numa nódoa sinistra. Ra- Conseguimos reuni-las, bem como
para quebrar a dureza das cores, utili- jadas de aurora limparam-se ontem dois curiosos e jocosos postais, um
zando, para a bandeira, O estandarte para sempre. O nobre estandarte não com os principais intervenientes do
militar, envolvendo o escudo e a esfe- tem mancha. Glorifiquemos o escu- lado azul e branco e do lado verde e
ra armilar com uma vergôntea de lou- do, coroemo-lo de novo com um dia· encarnado (reproduzido no centro da
reiro, e ligando à base um laço branco dema épico de estrelas: estrelas de san- capa) e outro com uma sugestão des-
com a legenda de inspiração lusíada: gue e estrelas de oiro, estrelas que can- tinada a satisfazer «todos os palada-
«Esta é a ditosa Pátria minha ama- tem e que alumiem. Substitua-se ape- res ... " (que será o último a ser repro-
da». nas o borrão infame por um circulo de duzido).
Mesmo com esta explicação, os astros imortais.
críticos continuavam a protestar e Alberto Cutileiro
Guerra Junqueiro, um dos mais assa-
nhados. bramava: A bandeira verde e
N. R. - Tfnhamos projectado publicar
encarnada é uma bandeira de pretos. neSle número a reprodução dos 23 poslaú que
Aliás, tinha sido já decidido em Con- compõem a magnifica e rara co{ecçii.o que o
selho de Ministros que a bandeira nosso colaborador, pintor A/berlo Cutileiro.
continuasse a ser azul e branca, dizia genlilmr:nfl': p6s à no.i5O dÚposiçii.o -5 na copo
e /8 na contracapa. Todavia, o impressúo dr:str:
aindaopoetaC)· lrabolho a cons num s6 número ocarrelava uma
Do Porto, Sampaio Bruno apoia- dr:spr:sa suplemenlar de mais de uma cr:nleno dr:
va Junqueiro e, com ele, muitos ou- • comos, ou seja de mois de um terço do CUSIO la'
tros por todo o país. H-tI •• ·I..;'lrl uzl da impressâo da revúla, o que ultrapassa em
muito o que est6 orçamentado.
Eis o parecer de Guerra Junquei- • Des/e modo, punham-se duas alternativas:
ro, enviado de Barca de Alva, onde publicar 5 na copa (como linhomos planeado)
tratava das suas vinhas: r: 0$ reSIOnles no ifllr:rior. o prelO r: branco, ou
fragmenlor o suo reprodução nas cofllrocapas
A bandeira nacional é a idealidade
tWS pr6ximos números. Opl4mos pelo úllimo,
duma raça, a alma dum povo, tradu- pora poderem sair lodos a cores.
zida em cor. O branco simboliza ino- 51mbolo da Carbon6rio. Assim, publiCaMOS nesle número 9 poslois
cência, candura unânime, pureza vir- A Carbonária. que lutara nas ruas -5 na capo e 4 na contracapa - e os res/afllt!S
gem. No azul há céu e mar, imensida- contra as forças monárquicas, apoia- 14 suão uproduzidos nas contracapas dos pró·
ximos números.
de, bondade infinita, alegria simples. va a bandeira da revolução, verde e
O fundo da alma portuguesa, visto encarnada, com a sua simbologia. O LegMdaf dlLf nproduÇÔft inserldJlS n9
com os olhos, é azul e branco. Governo Provisório da República e o Cllpil e mr contTIICllpil:
Na copa: tu) cefllro, no pOSIU! que simboli-
Desse fundo saudoso, de harmo- seu presidente, dr. Teófilo Braga,
za a queslão da escolha do bandeiro nocional do
nia clara, do lirismo ingénuo, estudai- aceitaram esta versão da Carbonária, Repúblico, viem·se as caricaturas, da r:squerdo
-o bem, o brasão magnânimo: em cam- o que indignou Guerra Junqueiro. pora o direÍlO. de Sampaio 8runo e Guerra Jun·
po de heroísmo - vermelho ardente, Ao saber disso, o presidente teria queiro, com o bandt:ira azul e branca, e de Te6·
sete castelos fortes, inexpugnáveis, afirmado a respeito de Junqueiro: É filo 8raga, Anl6nio Jos~ de Almeida e Afonso
Costa, com a bandeiro verde e encornado. Nos
cinco quinas sagradas e religiosas, e à tão judeu que começou por vender ou/ros poslois, do esquerdo para a direita e de
volta, num abraço bucólico, duas ver- trastes velhos e acabou profecta, ao cima para baixo, as bandeiras do projeclO de
g6nleas de louro e de oliveira. É o es- que este contrapôs: O Teófilo é tão Guerra Junqueiro; a aprovado: o do projr:c/O dr:
cudo marcial e rural dum povo cristão avaro que forrou o caixão da mulher Jos~ Pereira de Sampaio (Bruno); o do projr:Clo
de lavradores, que semeando, orando de «Mundos» para não gastar dinhei- docomissão.
Na contracapo, projeClOS de: f - Amónio
e batalhando, organizou uma pátria. ro e agradar aos jacobinos ('). M. dr: Sousa. 2 - J.S. Ferrr:ira. 3 - Delfim
Guimarães e Roque Gameiro. 4 - Alexandre
(') Raul8randáo, _Mem6rias. -2." vol. (') Idem, Ibidem. Fonlt!s (2 projr:ctos).
Foi bom ser marujo por umas horas
A frase em epígrafe é Clde um dos jovens que em- jovens nas férias grandes, permitindo, quem sabe,
barcou numa corveta em Ponta Delgada integrado no descobrir novas capacidades para uma vocação de
programa OTL-A-85-0cupação dos Tempos Livres, carreira naval.
organizado pela Secretaria Regional do Trabalho e é CIOS jovens, com idades compreendidas entre os
bem esclarecedora do entusiasmo dos sete jovens de 16 e 18 anos, tiveram assim oportunidade de viver a
Ponta Delgada a quem coube a sorte, entre algumas vida de bordo, desempenhando diversüicadas fun-
centenas, de fazer o baptismo de mar a bordo de uma ções e também de conhecerem as missões que com-
unidade navalll. petem à Marinha no Açores.))
«Esta iniciativa, a que o Comando Naval dos Aço-
res aderiu, destinou-se a ocupar os tempos livres dos (In _Diário dos Açores .... de24·9·B5)
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