Page 89 - Revista da Armada
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rosa armada destinada a  pôr cobro às arremetidas da
          armada portuguesa.
             E assim, a 17 de Outubro de 1182, quando D. Fuas
          Roupinho, que andava assolando as costas do Algar-
          ve com uma annada de vinte e uma galés, se viu for-
          çado a  passar o  estreito de  Gibraltar para fugir  do
          tempo,  encontrou-se inesperadamente, ao largo  de
          Ceuta, com uma armada moura de cinquenta e quatro
         galés que se estava preparando para ir em sua busca.
             Não teve D. Fuas Roupinho outra alternativa que
   •      não fosse a  de aceitar o  combate em condições tão
          desfavoráveis.  Desta  vez,  como  seria  de  esperar,
          dada a  desigualdade numérica, a  vitória coube aos
          mouros que mataram muitos portugueses, entre eles
          D.  Fuas Roupinho,  e  apresaram onze galés. Embora
          não se conheçam pormenores da batalha, é de presu-
          mir que os mouros tenham ficado também bastante
          destroçados, uma vez que apesar da sua esmagadora
                                                              Galé  do  século  XO.  segundo  Bjam  Landstrõm.  Guarnição:  15CJ
          superioridade  numérica deixaram escapar cerca de   remadores, cerca de 40 soldados, talvez 5 marinheiros e 5 oficiais.
          metade das galés portuguesas.
                                                                Com poucos cavaleiros e  homens de armas que
          CABO DE SINES (Verão de 1296)                      haviam ficado em Lisboa armaram-se à  pressa algu-
                                                             mas galés que foram no encalço da armada de Caste-
             Rezam as crónicas que durante o reinado de D. Di-  la e a conseguiram alcançar por alturas do cabo de Si-
         nis foi intensa a  actividade da recém-criada marinha
                                                             nes.  Aí  se travou  um  curto combate que terminou
          militar na defesa das costas e da navegação contra os   pela vitória dos portugueses que regressaram ao Tejo
          ataques  dos  corsários  e  piratas  mouros,  mas  não   com algumas das galés inimigas capturadas e as pre-
          referem qualquer combate importante.
                                                             sas recuperadas.
             O unico combate naval deste reinado que os cro-
         nistas mencionam é  o  que terá tido lugar durante a
         curta guerra que D. Dinis travou com o rei de Ca3tela   Bibliografia:  «Annaes da Marinha Portugueza» dfi! Ignacio da
         de1295a1297.                                        Costa Quintela. " História da Marinha Portuguesa». edição do Clu·
            Durante o Verão de 1296, estando o rei em campa-  be M ilitar Naval.  «História da Marinha de Guerra Portuguesa » de
                                                             J. A. Rodrig uesPereira, edição da Escola Naval.
         nha, provavelmente acompanhado do seu almirante,
         conforme as cláusulas da carta de nomeação, uma ar-
         mada castelhana entrou de surpresa no Tejo  apre-                                  Saturnino Monteiro
         sando diversos navios que levou consigo.                                                      cap.·ro.·g.




          Livro das Armadas (15)




            Texto  actualizado  do códice  reproduzido  na  contra-  Pêro da Silva, para Ormuz;
         capa:                                                  Rafael Calanho, invernou em Moçambiqlle.
                            No ano de 519
  ,         Partiu para a Índia Jorge de A lbuquerque por capitão-
  I
   ~     -mor de dezoito naus com estes capitães:

            "Graça»,  Cristóvão  de  Mendonça,  invernou  em
               Moçambique;
            «Guadalupe»,  Jorge  de  Albuquerque,  invernou  em
               Moçambique;
            Francisco da Cunha;
            D. Amónio de Noronha;
            Rafael Perestrelo, invernou em Moçambique;
            Pêro Vaz da Veiga, fei/ordo Estreito;
                                                                N.  R. - A  armada de que Irara t:SIt:  c6dict: eSIt1 desenhada em duas
            Diogo Calvo;
                                                             plÍgin/ls, 27 t: 28. A quI' s(' rt'f"o(lu:: /lgora I re/IIIÍ1'/1 li págin/l 27.  No pró·
            D.  Luís de  Gusmão,  castelhano,  invernou  no  Brasil   ximo mlmt:ro serd Tt:produzida a parte rt!fert:me li oulro pógina.
               por  lhe  quebrar  o  leme;  e  depois se  /Ornou  até
               às Terceiras como levantado;                  ••••••••••••••••••••••••••••••

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