Page 192 - Revista da Armada
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Batalhas  e combates  da  Marinha  portuguesa  (xv)




           PANANE (26  de  Noyembro de 1507)
                proveitando  o  descrédito  que
                 resultara para os Portugueses de   PANANE  - 1507
           A terem  abandonado  a  fortaleza
           de  Angediva,  de  não  lerem  querido
           combater com a annada de Calicute em
           Oabul  e de no  ano  de  1506 as  n8US do
           reino  não  lerem  chegado  à  fndia .  o
           Samorim conseguiu convencer o rci  de
           Cananor a atacar, durante a "monção. de
           1507, a fortaleza que tfnhamos construi-
           do  naquela  cidade,  prometendo-lhe  a
                                                             ,
           ajuda  mUitar  necessária.                         ,
                                                               ,
             Anuiu  o  rei  de  Cananor e, durante             ,  ,
           todo  o  tempo  que  durou  a  .. monção»            ,  ,
           manteve a fonaleza cercada. dando-lhe                 ,
                                                                 ,
           repetidos  assaltos,  sempre  repelidos
           pelos defensores,  com  maior ou  menor
          dificuldade.
             Prestes a  tcnninar a "monção.  apa-
           receu em Cananor a annada de Tristão
          da Cunha que, lendo sarda de Lisboa em
           1506, só em  1507 conseguiu alcançar a
           (ndia  por ter tido que invernar na costa
          oriental da África. Com o auxnio da gen-
           te trazida por esta armada. os portugue-
          ses que estavam na rortaleza flzemm uma
           sortida em que desbarataram completa-
           mente as  tropas de Cananor e  Calicute
          que os tinham cercado. O rei  de Cana-
          nor, arrependido de ter dado ouvidos ao
          Samorim, apressou-se a pedir a paz e tu-
          do voltou  ao antigo.
             Deixando segura a  rortaleza de Ca-
          nanar. Tristão da Cunha seguiu para COo   ."
          chim onde carregou até mais  não poder
          os  seus  navios,  dado  que  havia  ali
          pimenta  em  abundância.  Preparou-se
          depois para voltar a Cananor a fim de.
          como era habitual, carregar o gengibre.
          Neste percurso, estava previsto que seria
          escoltado  pela  armada da  fndia .      A_' ..
                                                  ponugueY~
             Entretanto. sabendo O. Francisco de
          Almeida que em Panane. cidade do rei-
          no de CalicUle situada um pouco a norte
          de  Cochim.  estavam  muitas  naus
          preparando-se para carregar especiarias   Largando  a  23  de  Novembro  de   destinadas  a  protegê-Ias.  mapa  que,
          com destino ao mar Vermelho, resolveu   Cochim,  as  duas  armadas  fundearam,   certamente, mandara elaborar com base
          aproveitar a ocasião para as destruir e,   dois dias depois. ao fim da tarde, ao lar-  nas inrormações dos espiões de Cochim
          ao  mesmo tempo,  apagar a  recordação   go  da  barra  de  Panane.  Nessa  mesma   que  andavam  no  campo  do  Samorim.
          do  desaire de  Oabul.            noite, D. Francisco de Almeida reuniu-  Um pouco para aJém da barra. depois
             Nessa altura, a armada da fndia. cujo   -se  com  Tristão  da  Cunha  e  com  os   de passar um banco de areia ali existen-
          comando o vice-rei assumiu pessoalmen-  capitães de todos os navios para combi-  te, tinha sido colocada uma rorte bateria
          te, era composta por doze  navios.  pro-  nar os pormenores do ataque a erectuar   de artilharia protegida por entrincheira-
          vavelmente quatro  naus. seis caravelas   no  dia  seguinte.  Curiosamente,  nessa   mentos; as  naus,  em número de treze.
          e duas galés.  A armada que  Tristão da   reunião,  apresentOu  um  mapa  em  que   estavam varadas na  praia, junto à cida-
          Cunha tinha consigo era apenas de qualTO   estavam desenhadas as localizações das   de:  nesta. havia grandes quantidades de
          naus.                             naus  inimigas  e  das  rortificações   especiarias  armazenadas,  prontas  a
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