Page 121 - Revista da Armada
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sibilidades de fugir, verifjcando que cou sem dúvida de que era mesmo não o queria exteriorizar. Voltou a
não tinha nenhumas, pois havia uma franga. Dai em diante parecia cantar, mas só de madrugada. Du-
água por todos os lados, e ele, infe- outro. Era o que se pode chamar rante o dia raramente o fazia. Mas
lizmente, não sabia nadar. Estava, um galo feliz. e fartava-se de cano um dia (sempre há homens mUlto
pois, tragicamente condenado à so- taro Mas, parece que ele tinha sido maus!) comeram a franga. Fizeram
lidão, irremediavelmente afastado mal fadado. Ao fim de quatro dias um churrasco, e insinuaram que
dos prazeres do mundo. Ainda por de lua-de·mel, a tranga branca, tAo qualquer dia marchava o próprio
cima tinha de se tornar agradável. bonita, morreu de morte naturall Jacob. Resolvi intervir, e mandei-o
para não ir para a panela ... Tornou- Deve ter sido a primeira ave de ca- regressar aos Muceques. Que será
-se triste e taciturno. Todo o dia poeira a que tal sucedeu, a bordo feito dele? Teria vivido feliz. ro-Iea-
deambulava pelo convés, cabisbai- de um navio de guerra. Pobre Ja- do de galinhas. como senhor no ha-
xo e com ar de vencido. Nunca nin- cob! Ficou inconsolávell Aquele gol- rém, ou teria sido comido com
guém o ouviu cantar ... Esta sua pe cruel. vibrado na sua felicidade, molho à cafreal?
profunda nostalgia, acabou por ser tomou-o mau e desconfiado. Pas-
compreendida por um marinheiro, seava a sua raiva pelo navio, e ti· * Bairro indígena na periferia da
que resolveu suavizar-lhe a vida. nha ganas de dar bicadas a toda a cidade,
Foi a terra, comprou uma linda fran- gente. Trouxeram outra [ranga. Ele
ga branca, trouxe-a para bordo e aceitou esta nova companheira sem
soltou-a no convés. Quando a viu o as manifestações de júbilo com que
Jacob pensou que estava a sonhar I acolhera a primeira, como convinha
Arregalou os olhos, aproximou-se, a um galo viúvo. Nós vlamos que (ln «ANDANÇAS DE UM MARlNHEIRo,..
desconfiado, arrastou a asa e ... fi- ele, no fundo, se sentia feliz, mas da a/nurame Malheiro do Vale)
Comissão Portuguesa de História Militar
comissão Internacional de Hislória Militar (CIHM), sa de História. O presidente é o general Manuel Freire The-
com sede em Paris, foi criada em 1938. com o patro- mudo BaraHI. A CPHM ainda dispõe de um conselho
A cínio da Comissão Imernacional de Ciências Históricas consultivo de que fazem parte doze membros civis e milita-
(CICH). tendo por objectivo encorajar e coordenar as pesqui- res, entre os quais, representantes dos ministros da Defesa Na-
sas dos historiadores de assuntos mililares num espírilo de en- cional e da Educa~·ão c do secretário de Estado da Cultura.
tendimento internllcional. de modo que melhor se possam Para dar Plíblica divulgação da CPHM. foi decidido rea-
conhecer e compllrar os resultados dos seus esforços. lizar um colóquio que teve como tema .. Para uma visão glo-
No sector da história militar COtlllh1radn. esta comissão go- bal da história militar". que teve lugar em 4 e 5 de Dezembro
za de grande prestfgio e representatividade, quer por estar in- p:lssado, no Palácio da Independência. onde a Comissão est,i
tegrada na CICH. quer por nela estarem actualmente filiadas provisóriamenle instalada.
numerosas nações. quer ainda pela assinalável actividade que A sessão inaugural foi presidida pelo ministro da Dcfesa
tem desenvolvido paro incentivo de lrabalhos de história mi- Nacional. com a preSClwa de numerosas individualidades. em
Iilar e na organização de reuniões internacionais de reconhe- que usaram da palavra o presidente da CPHM. o profesi>or
cido êxilo. André Corvisicr que foi até há pouco tempo o presideme da
A filiação das nnçõcs na CIHM é feita alravés de comis- CIHM e o ministro da Defesa Nacional que anunciou que iria
sões nacionais_ onde estão presentes as Forças Armadas c as criar um prémio pam laurear o autor do melhor trabalho s0-
Universidades. pois só assim é possfvel. em permanente diá- bre história militar.
logo, estudar o fenómeno guerra e todas as suas implicaçõcs FOr"JITl apresentadas 18 comunicações versando vários as-
na vida dos povos. As comissões nacionais, para além da ac- suntos de grande imeresíoC. sendo o colóquio encerrado, com
tividade no IÍll1bilO interno e do intercâmbio histórico-ciemífico a presença do SC("retário de Estado da Educação em nome do
que efeclUam com a CI HM , procurJm estar presentes nas reu- respeclivo ministro. pelo presidente da Comissão. general The-
niões anuais desta última comissão. mudo Barata. depoi .. de uma brilhante alocução proferida pe-
No nosso pafs constituiu-se. em 4 de Abril de 1989. a Co- lo prof. doutor JoaqulIll Veríssimo Serrão.
miss.io Ponugues.1 de História Mililar (CPHM). que ficou de-
pendeme do ministro da Defesa Nacional e, como se lê na
ponaria 247/89 . .. tem por fim promover. estimular e coorde-
nar a invcstigaçiio histórico-mililar. com vista. designadamen-
te, 11 representaçiio c purticipuçlio de Portugal na CIH M c 11
promoç:io e divulgação do!, seus trabalhos ...
A. ESfâciu dO!!.· Rl'is.
A presidênciu da CPHM é consliw ida por quatro mem-
CMG
bros. três em representaçiio de cada um dos ramos das Forças
Armadas e um (Iuarto como delegado da Academia Portugue- ••••••••••••••••••••••••••••
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