Page 303 - Revista da Armada
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jovens vêm no cu mprimento poderiam abraçar-se, falar, o epílogo feito da esterioriza- Pátria, o compr9misso com a
do serviço militar (sobretudo rir, mas aquela proximidade ção da alegria, o momento terra dos pais. E isso que sig-
nos grandes núcleos metro- da formatura, que passava em que, finalmente, é possf- nifica efectivamente e é isso
politanos), junto deles, era a antecâmara vel abraçar o ente querido que faz com que, dentro da
desse momento final em qlle que protngonizou todo o ritu- sociedade em que está inseri-
Ma s vinham também al- RS fardas se misturam com as al. A ansiedade da espera à do, o jovem passe a pertencer
guns grupos de jovens, rapa- saias e blusas, com os fatos e porta, a satisfação de o reco- a um novo grupo, Não é s6 O
zes e raparigas, familiares ou com as camisas coloridas, nheçcr na formatura, a apre- aluno recruta que passou a
am igos, que queriam estar Alguns minutos depois já era ensão na solenidad e dos ser um militar pronto, é,
presentes naquele momento. possível distinguir os bonés momentos mais significa ti- essencialmente, um novo
vos, o contacto português, adulto, com res-
fugaz. de uma ponsabilidades assum idas
troca de olhares por si próprio.
durante o desfi-
le e, finalmente. A dimensão das palavras,
o abraço que per- à custa de serem usadas
mite a partilha repetidamente até à exaus-
de todos estes tão, pode perder-se ou alte·
scntimentos vivi- rar-se. este caso, "ju rar
dos. cm crescen- bandeira" é, naturalmente,
do. durante a uma cerimónia militar com
manh.;. um significado preciso como
são precisos e concisos os
Formalmente, significados formai s das
o jovem militar palavras Pátria e patriotis-
tinha assumido mo, Na sociedade civil, po-
, ",,,,,,,,,,'" """,,<I,, com I!~ fiHUm,jS, d.'/JaJ$ lia ccrilllJllia
um compromis- dem ser palavras desgasta-
Tinham curiosidade porque brancos dos jovens recrutas, so cam a Pátria, jurnndo das mas não são sentimentos
nunca tinham visto uma ceri- recém formados, no meio da defendê-Ia com o sacrificio da em crise, ou as pessoas sim-
mónia militar, vinham por massa de pessoas que enchia própria vida e simbolicamen- ples, os cidadàos comuns de
solidariedade com o amigo a parada e que, a pouco e te, o rapazinho, saído de casa toda a parte do pais não teriam
que já tinha ido assistir ao pouco, se ia encaminhando ge seus pais. era um homem. este tipo de comportamento,
"juramento" deles ou esla- para a porta de armas. E uma aparente dua lidade com a naturalidade com que
vam à beira de ir cumprir o que só pode entender-se o podemos testemunhar,
serviço militar e queriam ter Concluía-se uma das di- como tal se não nos lembrar- sempre que ocorre um jura-
um primeiro contacto com mensões fundamentais da- mos do sentido exacto do que mento de bandeira. J,
essa vida, para eles um pouco quilo que, a nós militares, fre- é o pat riotismo ou se não
difusa ou misteriosa. quentemente escapa nestas conseguirmos ver no compro- J. Semedo dI! MaIos
Cerca das nove e trinta, cerimónias: o delírio da festa, misso fo rmal para com a CAPTENFl
puderam entrar e ocupar o
espaço circundante à par.lda,
sem qualquer lugar sentado e
sem uma sombra que lhes
poupasse um pouco do calor
deste final de verão. Assim
estiveram até ao meio dia e
trinta, com a mesma satisfa-
ção com que entnuam, entu-
siasmados para dizer adeus,
bater palmas, piscar o olho,
fazer qualquer sinal que mos-
trasse a sua presença ao mili·
lar que desfilava e que, certa-
mente, também já os tinha
visto no meio do publico.
Dentro de alguns momentos, «<I-
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