Page 87 - Revista da Armada
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ção  em  transporte  aéreo
        comercial  (qualificação  de
        Piloto  de  linha  Aérea).  Nesse
        sentido foram  seleccionados  e
        convidados os seguintes 7 pilo-
        tos da Aviação Naval:

        ]'I T en. António Rodrigues Mano
        2'-' T en. Roger de Avelar
        2" T en. Rui de Barros Brito
        'P Ten. Júlio Schulz
        P Ten. Antóoio J. Silva Soares
        SubTen.  Monso  H.  Maia  Lou-
        reiro (Miliciano)
        SubTen.  Manuel  G.  Beja  (Mili-
        ciano)

          Destes oficiais, apenas os 2 11
        Tenentes  Júlio  Schulz e  Silva
        Soares  não  puderam  ser  dis-
        pensados  de  imediato  pela
        Marinha,  só  o  tendo  sido
        depois  de  terminadas  as
        comissões que estavam  cum-
        prindo.
          Os  restantes  cinco oficiais
        foram  juntar-se  a  outros  seis
        pilotos  oriundos  da  Aero-  ~::E~~~~:~~:::;::: ,o,1.Joo f!! o 59 I o ooiofN&ral;Sl~ Bafby di!! 1t1~ ~mbos ·ilaUjos~.
        náutica  Militar,  tendo  segui-
        do  para  Inglaterra,  onde  ire-  Portuguesa  deixou  de operar,   preparação das  bases de tra-  Naval se afirmaram como pro-
        quentaram o  curso  na  BOAC   tendo  a  maior  parte do  seu   balho, formulação de doutrina   fissionais  responsáveis, cuja
        (British  Overseas  Airways   pessoal  ingressado  na  TAP.   operacional  e  iormaç:ão  pro-  quota-parle  na  criação  e
        Corporationl. Foi  o grupo que   nele  se contava  o  mecânico   fissional  nas  diversas especia-  desenvolvimento  da  futura
        ficou  conhecido,  na  tradição   de  avião  Hermínio  Barros.   lidades.          TAP sempre foi  apreciada.
        da  TAP,  pelo  cognome  de   igualmente anterior  membro   Além  da  realização de dois   Na  sua  quase  totalidade,
        ~Os Onze de Inglaterra".    da Aviação Naval.          cursos de  pilotos em  Lisboa,   esses  proiissionais desempe·
          O  2TEN  Júlio  Schulz  entra-                       em  1946 e  1947.  tendo  por   nharam,  ao  longo  dos  anos,
        ria  nos  TAP  em  Outubro  de   Em  anos  mais  recentes,  já   instrutores  a lguns  dos  já   variadas  missões,  tais  como
        1946, e  o  2TEN  Silva  Soares   em  plena  era dos  jactos,  vá-  especializados  na  BOAC ,   instrução  teórica  e  prática,
        em Janeiro de1947.          rios  elementos  da  Marinha   desenvolveram-se os  estudos   verificação da  proficiência
          Foram  também  requisitados   ingressaram  na  TAP.  Estão   das  rotas  e  a  preparação  de   dos  executantes,  estudos  téc·
        alguns  mecânicos  de  avião,   neste caso o CTEN  Manuel  da   docomentação  sob  a  forma   nico-operacionais,  elaboração
        nomeadamente José  Mou ra   Si lva  Rodrigues,  ex-aviador   de  NNormas  de  Trabalho~ e   de documentação especializa-
        Trancoso  e  João  Coelho,   naval  com  largo  serviço  de   "'Publicações  Técnicas  H  •   da ,  e  ocuparam  cargos  de
        ambos em  1946.             võo  no  Ultramar.  e  dois  ofi-  Algumas  destas  tiveram   chefia a vários níveis,  incluin-
          Em  1947  foram  convidados   ciais que,  saídos da  Marinha,   importância  fundamental  na   do a  direcção de  importantes
        dois  navegadores, ditos ~obser­  concorreram  a  cursos  Nab   orientação da actividade ope-  serviços,  em  muitos casos  em
        vadores·  na  Aviação  Naval:  o   inito" de pilotos:  o  1 TEN  Fer-  racional  no sentido da  máxi·   acumulação com a actividade
        lTEN  Décio Braga da Silva e  o   nando  Bernardino  Pinto  e  o   ma  eficiência  e  qualidade   de voo.
        2TEN  Daniel Muller.        1  TEN  Rui  Ortigão  Neves, em·   técnica.              Os  protagonistas  de  toda
          Nesse  mesmo  ano de  1947   bora  este tivesse ficado  na  es-  Os  voos de linha  já  inicia-  esta  longa  vivência  profissio-
        coube a  vez aos  radiotelegra-  pecialidade  de  técnico  de   dos  em  Setembro  de  1946,   nal orgulham-se da sua conlr;-
        fistas  Oiniz  da Cunha  Rocha,   voo.  O  último  caso a  registar   constitulram,  sobretudo,  um   buição  para  a  construção  e
        João  Balby  de  Almeida.   é  O  do  2TEN  Proença  Maia,   complemento  prático  da  for·   evolução  tê<:nica  fortemente
        António  de Jesus  e  Frederico   que  ingressou  na  TAP  em   mação das tripulações.  Neste   positiva da  TAP.  E reconhe·
        Sá  Pinto  e,  ainda.  ao electri-  1972 como instrutor de salva-  aspecto,  a  chamada  ~ Linha   cem  que  muito do que fize-
        cista Emídio F. Santos.     mento.                      Aérea  Imperial",  ligando  Us-  ram  com  sucesso  teve  como
                                      Todo o elenco inicial  de  16   boa  a  Luanda  e  Lourenço   suporte a  sua  formação  na
          Mais tarde, em  1948. transi-  técnicos  da  nossa  Aviação   Marques,  num  total  de  15   Marinha,  nas  suas facetas  de
        tou  para  os  TAP' s  o  ITEN   Naval  admitidos  nos  TAP' s   dias  de  ida  e  volta,  sendo  a   metodologia,  exigência  qual i-
        Carlos  Santos  Nogueira.  que   entre  1945  e  1949,  com   mais  extensa  em  lodo  o   tativa,  brio  profissional  e seno
        estava  prestando  serviço  na   excepção de  Manuel  Beja.   mundo  eíectuada  em  aviões   tido ético.
        Aero  Portuguesa,  na  linha  de   que  não  chegou  a  entrar em   Dakota,  proporcionou  a  acu-
        Tânger-Casablanca.  Note-se   funções  após  o  curso  na   mulação  de  uma  valiosa   Como  nota  final,  refiro  que
        que esta  linha era  tradicional·   BOAC,  teve  uma  participação   experiência  operacional,  em   os  profissionais  da  Marinha
        mente  efectuada  por  pilotos   muito  activa  e  profícua  no   lermos  técnicos  e  de esforço   que  ingressaram  na  TAP,
        destacados da  Aviação  Naval,   arranque das actividades ope-  de  aUlo-suficiência  para  a   adquiriram  ali,  no fórum  cria·
        primeiro o  CTEN  José  Cabral   racionais.            superação  de  enormes  difi-  tivo das tertúlias,  uma espécie
        e,  depois,  o  1 TEN  Trindade                        culdades.                   de  · voz  da  abita  H  ,  a  alcunha
        dos Santos.                   Esse  periodo  de  iniciação   Foi  nesse  período  crucial   genêrica de Naraújos".
          Em  1953,  quando  a  Aero   pioneira  caracterizou-se pela   que os  elementos da  Aviação   Nada mau ...
                                                                                           REVISTA DAAJtMAOA ·  MAAC09.5  13
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