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COOPERACAO  rECN'CO·M""AR

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               o passado  dia  17 de  Fevereiro comemorou-se  o )0 aniver-
               sário  da  criação dos  Fuzileiros da  Marinha de Guerra da
          NRepública de fv\oçambique.
            A criaçãO daquela  força radica  no Acordo de  Paz - assinado em
          Roma em 4 ele Outubro de 1994, e na sequência do qual  foi 10ma-
          da  a decisão de formar  Fuzileiros  integrados  nas  novas  Forças
          Armadas da Defesa de ,\.o\oçambique (FADM), pelo que por iniciati-
          va  da  Comissão Conjunta para a Fomillção das  FADM  em  17  de
          fevereiro de 1994 o Centro de Instrução de Fuzileiros iniciou a sua
          actividade com  a formação da  primeira  guarnição.  Esta  unidade
          veria a sua designação  alterada  para  a Escola de  Fuzileiros  em
          Outubro do mesmo ano.                               em  Missões de Segurança  e Patrulhamento das  principais vias  de
           A Escola de Fuzileiros situa-se na Vila  Marinha nas proximidades   comunicação Terrestres,  Marítimas e  Fluviais, Operações de
          da  Catembe  no  sector SW  da  Baía  da  Cidade de  Maputo.  As   Evacuação de  Populações efectuadas  por cheias - que ciclicamente
          infraestruturas  da  Unidade foram recons!rurdas  e equipadas  pelo   ocorrem  nos  Rios deste  país da  África  Austral,  e Operações  de
          Governo  POrluguês  aproveitando as  instalações do  antigo Serviço   Manutenção de Paz no referido Continente.
          de Dragagens.                                         Assim, e uma  vez  terminado o conflito  inlerno que assolou  este
                                                              pafs,  as Forças Armadas  r>reparam-se agora. sobretudo para  missões
                                                              de  apoio  às  populações  e  neste  domfnio  os  Fuzileiros  de
                                                              Moçambique têm sido pioneiros. De facto, corno refere um órgão de
                                                              informação daquele país - Revista Tempo  n 365 de  2JFEV97  - em
                                                                                              ll
                                                              arligo alusivo  ã cerimónia, OS  Fuzileiros  têm  desenvolvido  um  00m
                                                              relacionamento e apoiado a populaç.'o da área da Catembe, que tem
                                                              percebido que esta nova componente das forças armadas "não existe
                                                              só para fazer a guerra mas também para socorrer as pDr>ulaçõcs quan-
                                                              do há necessidade ele tal".
                                                                Coincidindo com  as comemorações do  aniversário da  unidade,
                                                              deslocou-se em  visita  de trabalho  a Moçambique O Chefe do
                                                              Gabinete  para a Cooperação do  Estado-Mai()( da  Armada  - CMG
                                                              lhano Preto,  de cuja agenda constaram  igualmente reuniões com o
                                                              Comandante da  Marinha  de  Guerra  - Vice  Almiranle  Pascoal
           A escolha do  localtcve por base a existência de condições ideais   Nhalungo e com o Chefe do  Est,ldo-Maior  da  Marinha - CALM
          para  instalar  naquela área  uma  unidade de  instrução de  Fuzileiros,   Sebastião Sarrnenlo e ainda visitas de trabalho ao Com,1ndo Naval e
          designadmnente - proximidade do mar e dos rios T embe, Umbeluzi e  Estação Rádio Naval da Machava.
          Matola,  e adjacente a zonas lodosas  e de savana,  proporcionando   No que concerne às comemorações propriamente ditas, as mesmas
          assim excelentes zonas de exercícios.               constaram de uma  cerimónia  militar presidida  pelo Comandante da
           Instalada  igualmente na  Escola  de  Fuzileiros e dependendo admi-  Milrinha, no âmbito da qual foram distriburdos prémios aos Fuzileiros
          nistrativamente daquela  unidade,  encontra-se ali baseada  uma  que mais  se  destinguiram ao  longo  do  corrente ano  operacional,
          Companhia Operacional de fuzileiros com um efedivo de 7 Oficiais,  seguindo-se-lhe demonstrações de actividades técnico-militares,  de-
          21  Sargentos e % Praças, sendo que até ao final do corrente ano se  signadamente: Tatloo  por um  pelotâo auto-comandado, "Slide'" e
          prevê a rorm.lçào de uma  ~ Companhia.              "Rapell""  a partir de uma torre com cerca de 20 melros, execução de
           Estas  unidades estão integradas  na  Componente Operacional  da   pistas de combate e de lodo, demonstração de montagem e desmon-
          Marinha de Guerra de Moçambique, estando previsto o seu emprego  tagem  de  Botes de Assalto e de  Armamento  Orgânico e de  fogo  e
                                                              manobra.  Foram  ainda  inauguradas  uma  Casa  da  Guarda  - cujos
                                                              materiais foram custeados pelo Governo Português que foi construfda
                                                              sob a orientação da equipa de Assessores de Fuzileiros Portugueses, e
                                                              uma insfgnia dos Fuzileiros de fv\oçambique -conSlrulda pelos alunos
                                                              do Estágio de Serralh.1ria Civil ministrado pelos referidos assessores.
                                                                Até ao final do corrente ano irão ser desenvolvidas acções tendentes
                                                              a melhorar e racionalizar o funcionamento da unidade - fomecimento
                                                              de material  infonnálico e respectiva instrução, bem como incrementar
                                                              as tarefas de  manutenção e beneficiação das  infraestruturas.
                                                              Relativamente ao treino e adestramento operacional serão  levadas  a
                                                              cabo acções de formaçãO  na  área  das  Operações de  Apoio  às
                                                              Populações assoladas por cheias e Operações Manutenção ele Paz.
                                                                No  segundo semestre deste ano a íormação dos  Fuzileiros  será
                                                              ainda  complementada através  da  frequência  de  vários cursos em
                                                              Portugal  por parle de Oficiais e Sargentos desta componente anfíbia
                                                              da Marinha de Moçambique.                        O
         In,lUMuraç,fo d,1 Cd'ia dd guarda. Ao centro VALM  P,15cOilI/osé Nhal!mgo
         !.tde,mo pelo CMG FZ LhdOO Preto, o Administroldor do C.Jlembe                    A. Jorge c. Pereira Lourenço
         I' o COflMnd.lntl' lU EscoId de Fuzileiros no Calembe                                             ITfNFl
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