Page 323 - Revista da Armada
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BIBLIOGRAFIA
Planeamento da Acção Estratégica
Aplicado ao Estado
ara um planeamento de acção estratégica a utilizar Todos nós, mais ou menos obrigatoriamente, nos
Ppelo Estado, isto é, para o Estado chegar a uma con- vimos já envolvidos na dicotomia estratégia/táctica,
clusão do para quê, contra quem ou contra quê, e com conceitos que têm evoluído com o tempo, libertando o
quê, isto no pressuposto de haver objectivos políticos primeiro do segundo, como irmão mais novo que quer
definidos a ponto de ser possível saber os conteúdos definir-se e diferenciar-se do mais velho. Por outras pa-
desenvolvidos naqueles “quês”! o autor, Comandante lavras, estratégia já foi considerada táctica, mas, ao tem-
António da Silva Ribeiro, desenvolveu neste livro o po que fomos obrigados, por dever escolar, a estudar o
método adequado, ao longo de umas duzentas e vinte assunto, a estratégia já era “a cabeça que pensa” quan-
páginas bem recheadas de sábios conceitos. do táctica era “o braço que executa”. Não andam fora
Isto pode ocorrer em situações pontuais, isto é, relati- disto os conceitos de pequena táctica e grande táctica.
vas a um problema, que surja por exemplo no quadro Seja como for, hoje, estratégia adquiriu um âmbito imen-
de conduta da acção estratégica do Estado, e em relação samente mais abrangente do que a táctica. Esta fica (qua-
ao qual seja possível “jogar para ganhar”. se) ao nível das forças, a outra fica ao nível de ... tudo.
A lógica da arquitectura dos procedimentos fica esquematizada, e Não atinamos exactamente se o actual livro do Comandante Silva
ao ler as páginas sem a preocupação de absorver todo o conteúdo, Ribeiro deveria ser destinado a fins didácticos, mas cremos que ne-
parece ser tudo lógico, quase diríamos simples. Claro que a transplan- nhum governante, que desejasse sê-lo a sério, (e não sabemos se
tação isolada de quatro ou cinco linhas pouco diz do conteúdo real; haverá ainda espécimes tais), não deveria deixar de ler aquelas páginas
mas não resistimos, até por ser de fácil entendimento, esta passagem: todas, muito a sério, e com muita atenção.
“Quando os filósofos gregos falaram em acção, pensaram logo na Como quer que seja, a R.A. sente-se valorizada com a participação
reacção, ou seja, nas contrariedades antepostas à promoção do bem regular dos escritos do Comandante Silva Ribeiro, e este livro não dei-
comum da colectividade em resultado de acções militares desen- xará de constar da sua biblioteca.
cadeadas por contrários. Por isso chamaram “estratégia” à arte de con-
ceber e dirigir o emprego da força militar, tendo em vista vencer as Sousa Machado
vontades contrárias dotadas de poder”. CMG REF
ESCUTEIROS MARÍTIMOS
No dia 23 de Maio foi fundado um Grupo de Escuteiros Marítimos da Asso-
ciação dos Escuteiros de Portugal na Região do Algarve – Grupo 191. Este
projecto teve os primeiros rumos traçados em 1995 com o apoio do Ginásio
Clube Naval de Faro no qual o Grupo Marítimo agora se integra.
Como perspectiva de expansão do Escutismo em Faro, a criação do Grupo
acresce mais um aos Grupos existentes: 77 – 166 – 174 – 179 – 191.
Com todo o apoio do G.C.N. e da Associação, os rapazes e raparigas de 10 a
12 anos iniciaram Instrução semanal durante quase dois anos e já realizaram
diversos acampamentos e desembarques na Ria Formosa.
A grande festa da inauguração realizou-se no dia 23 de Maio, mas o dia ofi-
cial da Fundação do Grupo é 20 de Maio de 1999 -–Dia da Marinha.
O Compromisso de Honra dos Escuteiros e Escuteiros-Chefes deste Grupo
Marítimo que se iniciou apenas com uma Tripulação, realizou-se na zona circun-
dante da Doca no Ginásio Clube Naval e contou com a feliz participação do seu
Presidente da Direcção, do Presidente da Direcção Nacional, Escuteiro-Chefe
Nacional, do Escuteiro-Chefe Regional do Algarve, de um Oficial em represen-
tação do Comandante do Porto de Faro, de um representante do Governador
Civil e de vários Grupos do Algarve e do Agrupamento 98 do Corpo Nacional
de Escutas, para além dos familiares dos Escuteiros e os sócios que se dignaram
assistir ao acto. Com a espectacular extensão de costa que o Algarve tem e as
condições de mar existentes e os diversos locais com excelentes capacidades de
navegação de albufeiras, rios e rias, vai a Tripulação deste Grupo continuar a
acampar, a navegar e a crescer em número de elementos na criação dos Lobitos e
Caminheiros, integrando-se no G.C.N. e na cidade de Faro.
Os Escuteiros Marítimos do Grupo 191 gostariam de agradecer a todos os que
têm ajudado a pôr este projecto a navegar, em especial lembrando o Fundador
do Escutismo, Lord Baden-Powell of Gilwell, Chefe Mundial do Escutismo, co-
nhecido carinhosamente por todos os escuteiros por BP.
32 SETEMBRO/OUTUBRO 99 • REVISTA DA ARMADA