Page 151 - Revista da Armada
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PERSPECTIVAS cas de instituição inserida na Marinha, que provém Nesta fase, que qualifico de consolidação, o
"Ê ÊVÕ«>ÊÕ>Ê«ÃXKÊ`iÊ`iÀ>X>ÊÊÃiVÌÀÊ a possibilidade de responder com eficácia, flexibili- >«ÀÌ>iÌÊ`Ê ,*Ê °Ê >ÀÃÊ ]ÊÀiiµÕ«>`ÊiÊ
das ciências e técnicas do mar, quer em termos de dade e sustentação no tempo, às mais variadas si- `iÀâ>`]Ê>Õ}ÕÀ>ÊÛiÌÃÊv>ÛÀ?ÛiÃÊiÊ>ÀiÃÊ`iÊ
investigação, quer em termos tecnológicos. Resi- tuações, muitas delas em áreas para as quais não tranquilidade. Preparemo-nos para o apitar para a
de também no IH toda uma base de dados hidro- existe resposta equivalente no País. faina do enorme desafio da “Plataforma Continen-
gráficos, cartográficos e oceanográficos, única em A conjuntura financeira e orçamental, ainda tal”, projecto estratégico para Portugal e, provavel-
Portugal, e de referência a nível mundial, fruto da muito nublada, e os constrangimentos em todo mente, última oportunidade de alargamento das
recolha de dados efectuada ao longo de décadas o sector de pessoal, suscitam natural preocupação. nossas fronteiras de soberania económica.
iÊ`>ÊÃÕ>Ê«iÀ>iÌiÊ>VÌÕ>â>XK° Mas essa é uma situação recorrente na vida das Z
É hoje pacífico, que é da conjugação da sua capa- À}>â>XªiÃ\ÊÊVVÊiÊÊVÌÀ>VVÊ`iÊ«ÀÌÕ- Carlos Silva Cardoso
cidade científica e tecnológica com as característi- dades e ameaças, de crescimento e contenção. VALM
INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA
Desenvolvimento Económico Português
Desenvolvimento Económico Português
no Início de Século
no Início de Século
i>âÕÃiÊÊ - ]ÊiÊ >Ê`ÕÃÌÀ>â>XK]Ê«>À>ÊʵÕiÊÃiÀ>Ê
ÓÎ ,ä{]ÊÕÊ«>iÊÃÕLÀ- necessário trabalhar mais e melhor,
Rdinado ao tema em epígrafe, qualificar as pessoas, ter mais filhos,
integrado nos programas dos Cursos receber mais imigrantes e investir para
>Û>ÃÊ`iÊ ÕiÀÀ>ʵÕiÊVÌÕÊVÊ>Ê gerar valor;
«ÀiÃiX>Ê`Ê Ê ]Ê`iÊ`ÛiÀ- - o segundo eixo consiste na “boa
sas entidades militares e civis convi- ÕÌâ>XK»Ê`>Ê ÕÀ«>]ÊiÌi``>ÊVÊ
dadas, dos auditores e alunos. ÕÊ«>À>`}>Ê`iÊVÛâ>XK]ʵÕiÊÌiÊ
>ÊÃiÃÃK]Ê`iÀ>`>Ê«iÊ*Àv°Ê À°Ê vindo a evoluir no sentido do aprofun-
À@Ê «iÃ]ÊvÀ>ÊÀ>`ÀiÃÊÊ*Àv°Ê damento, do alargamento e da conclu-
À°Ê KÊ iÀÀiÀ>Ê`Ê >À>]ÊÊ À°Ê >µÕÊ 1 ÊiÊ>Ê* Æ ÃKÊÕÌ«>®]Ê«ÀiVÃ>`ʵÕiÊ«ÀÌ>À>Ê>Ìi`iÀÊ
}Õ>ÀÊiÊÊ }°¨Ê `Õ>À`Ê «iÃÊ,`À}Õið - a evolução ao nível dos decisores e das DÊiÛiÌÕ>Ê>`«XKÊ`Ê ÕÀÊ«iÊ,iÊ1`]Ê
Após a introdução do tema pelo moderador, empresas num quadro de emergente globali- ao afastamento da possibilidade de existência
Ê*Àv°Ê À°Ê °Ê >À>Ê«ÀviÀÕÊÕ>Ê>VÕXKÊÃÕ- â>XKÊV«iÌÌÛ>Ê>«ÃÊ`jV>`>ÃÊ`iÊ`iÃiÛ- `iÊÕÊ ÀiVÌÀÊiÊ>Ê«iÀwÊ`>Ê ÃÃKÊ`>Ê1 ]Ê
bordinada ao título “Modelo de desenvolvimento vimento assente em modelos proteccionistas, no que ao aprofundamento respeita e quanto ao
e política económica–Linhas evolutivas e tendências de condicionamento industrial e barreiras al- alargamento, sendo inevitável, careceria de ser
do processo português”Ê`iÊV>À>VÌiÀâÕÊ>ÊiV- fandegárias; aproveitado num sentido positivo, não obstante
nomia portuguesa no passado. Na sua inter- ÊÊ«>VÌiÊ`>ÊiÌÀ>`>Ê>Ê1 ÊÃiÊÃ}wV>- os problemas daí derivados;
venção destacaram-se os seguintes aspectos: tiva alteração no quadro descrito, mas com o - o terceiro eixo, num cenário favorável,
- a implementação, na década de 50, de um aparecimento de privilegiados nos sectores dos obrigaria a ter em devida conta a força e co-
`iÊiVVÊ>ÃÃiÌiÊ>Ê`ÕÃÌÀ>â>XKÊ bens não transaccionáveis pouco exigentes em iÃKÊ`>Ê1 ]ÊÕ>ÊL>ÊÀi>XKÊÌÀ>Ã>Ì@ÌV>ÊiÊ
e sua evolução resultante da abertura econó- termos de produtividade e de preços; Õ>ÊiwV>âÊ" °Ê
mica ao exterior; - a situação actual, baseada em mercados Terminou a sua prospectiva convicto de que
Ê>ÊiÃÌ>}>XKÊ>«ÃÊ£Ç{]ÊÛ>Lâ>`Ê reais, com coordenação sectorial e gestão es- a afirmação estratégica para Portugal se pode-
modificações significativas até à adesão à «iV>â>`>Ê`ÊÀÃV]Ê>ÃÊVÊÃÊ`V>`ÀiÃÊ ria resumir no aproveitamento dos seus acti-
]ÊiÊ£nÈÆ económicos nacionais a posicionar-nos bastan- vos, ser competitivo e relevante, estar no centro
- a incapacidade de se promover o desen- te abaixo da média europeia. `>Ê1 ]Ê`>Ê1 ÊiÊ`>Ê * *]ÊiÃÌ>ÀÊ«ÀÝÊ`ÃÊ
volvimento assente na formação de mão-de- Culminou a sua intervenção, realçando o 1 ]Êi]Êiw]ÊÃ>LiÀÊLiiwV>ÀÊ`iÊÀ}>â>XªiÃÊ
-obra qualificada. facto de se assistir ao paradoxo de uma so- ÌiÀ>V>ÃÊvÀÌiÃ]ÊVÊ>Ê" 1ÊiÊ>Ê" °
Como conclusão foi sublinhado que o futu- ciedade a tentar viver, duradouramente, com No período de debate que se seguiu, o mo-
ro da economia portuguesa teria que passar um nível de rendimentos muito superior à derador e restantes oradores, respondendo
por um profundo e prolongado ajustamento, produtividade. às questões colocadas pela audiência, deram
>`>ÊKÊÀi>â>`]Ê«ÃÌÊ«iÃÊvÀÌiÃÊÃ- "Ê }°Ê °Ê,`À}ÕiÃ]Êv>ÕÊÃLÀiÊÊvÕÌÕÀÊ conta de alguns domínios que se admitem de
nais de esgotamento do modelo económico económico português - “Cenários e perspectivas elevado potencial estratégico e de afirmação
da última década. para o desenvolvimento num quadro de globalização, da economia portuguesa, designadamente: o
"Ê À°Ê °Ê }Õ>ÀÊ>LÀ`ÕÊÊÌi>Ê“Desenvolvi- construção europeia e internacionalização das econo- turismo, o ambiente, as cidades, os serviços
mento económico na actualidade – Condicionantes mias”. Foram realçados os seguintes aspectos: de valor acrescentado e, finalmente, um do-
exigências e dinâmicas”, através da análise da ÊV>À>VÌiÀâ>XKÊ`iÊÌÀkÃÊiÝÃÊ«>À>ÊÌiÀÀ}>ÀÊ mínio, à partida com menor garantia de su-
situação actual e avaliação do legado às gera- o futuro, designadamente, a competitividade cesso, que se poderia titular “hipercluster” da
ções futuras. Nessa apreciação ressaltaram os ÌÀÃiV>]Ê>Ê`ÃÌ@V>Ê>ÊViÌÀÊ`>Ê1 ÊiÊÊ}À>ÕÊ economia do mar.
seguintes pontos: de participação na geopolítica mundial; "Ê ÀiVÌÀÊ`Ê - ]Ê6 Ê,iLiÊ Õ>À-
- a identificação de três impulsos críticos: - o primeiro eixo a aparecer como resultado te, encerrou a sessão, começando por saudar e
o primeiro, nas décadas de 60 e 70, coinci- das políticas públicas sobre bens transaccio- >}À>`iViÀÊ>Ê«ÀiÃiX>Ê`Ê Ê ÊiÊ`i>ÃÊ
dente com a maturação da economia euro- náveis, estratégias empresariais de aumen- convidados, dirigindo palavras de apreço.
peia; o segundo, em 1986, com a entrada na to da produtividade e paradigmas societais. Z
ÊiÊÊÌiÀViÀ]ÊiÊÓääÓ]ÊVÊ>Ê>`iÃKÊDÊ Vaticinou que o futuro de Portugal se jogaria (Colaboração do ISNG)
REVISTA DA ARMADA U MAIO 2004 5