Page 10 - Revista da Armada
P. 10
Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1
Integração do N.R.P. “Álvares Cabral” na SNMG1
Exercícios com a Marinha Sul-Africana 2ª Parte
Exercícios com a Marinha Sul-Africana
pós a visita que a Standing Naval Mariti- comandante chefiado, como Commander Task sas da força e simular um ataque num navio
me Group 1 (SNMG1) efectuou à Cida- Group (CTG), um dos grupo-tarefa em que a reabastecedor. Pese embora não existissem
Ade do Cabo, na República da África do força (combinada) se dividiu. Neste particular, meios aéreos em apoio, tal em nada desvirtua
Sul, realizaram-se, entre 03 e 07 de Setembro de importa realçar um exercício de boarding efec- o sucesso da acção do comandante do “Ma-
2007, um conjunto de exercícios entre aquela tuado com a fragata “Amatolo”, onde se encon- thatisis “, no que foi uma boa demonstração
força da NATO e a Marinha Sul-Africana. travam embarcados, além do CSNMG1 (CALM das capacidades do seu navio e das perícias
O treino teve como grande objectivo testar, Mahon, US Navy), um conjunto de oficiais-ge- da sua guarnição. O reconhecimento da for-
e promover, o conceito de interoperabilidade nerais e outras altas individualidades da África ma como a Marinha Sul-africana conhece e
entre a NATO e as marinhas de países amigos, do Sul. Esta série foi executada com recurso ao explora estes meios serviu também para lançar
numa região que se encontra afastada o mote da utilização dos submarinos
das tradicionais áreas de operações da convencionais em apoio das forças de
Aliança, para validar a capacidade de superfície neste tipo de teatros, aspecto
empregar as forças navais permanen- que assume particular importância se
tes com actores regionais, cujas forças, atendermos às dificuldades, ou desa-
além de se constituírem como force ena- fios, de natureza logística que se colo-
blers, que reforçam e complementam cariam à NATO para fazer deslocar um
as competências residentes no seio das submarino (convencional) para operar
SNMG’s, são, sobretudo, a expressão da nas circunstância em que o presente
vontade e o garante das sensibilidades de empenhamento se desenrola.
países com interesses, responsabilidades, O submarino “Mathatisis“ é uma uni-
soberania ou jurisdição numa determi- dade do tipo 209, semelhante aos que a
nada área de operações. Marinha Portuguesa deverá dispor den-
Trata-se assim de manifestar o empe- tro de pouco tempo.
nho dos Aliados na manutenção da Paz e da Se- helicóptero orgânico (SONIC), que introduziu Após o já habitual PHOTEX os navios despe-
gurança num teatro global, e uma demonstração a equipa de segurança por fast-rope e a equipa diram-se dos seus contra-partes da Marinha da
de capacidade, que possa fomentar uma coope- de vistoria por guincho, numa demonstração de África do Sul cumprimentando-se mutuamen-
ração mais alargada no plano regional. profissionalismo, de eficiência e de eficácia que te através da tradicional inversão de ordem dos
Os exercícios visaram as tradicionais discipli- impressionou e mereceu rasgados elogios. navios numa formatura em coluna: FORMA-
nas da guerra no mar – anti-submarina (ASW), O helicóptero LYNX da “Álvares Cabral”, TION FOXTROT.
anti-superfície (ASUW) e anti-aérea (AAW) –, único helicóptero da força, tem sido um valor O exercício teve uma grande cobertura da
a prática de tiro real com as peças principais, acrescentado, quer pela flexibilidade de utiliza- comunicação social, e foi objecto de ampla
CIWS (Close-In Weapon System) e armamento ção, dada a sua multi-funcionalidade, quer pela divulgação na imprensa escrita, rádio e televi-
ligeiro, e ainda, acções de interdição marítima, proficiência, atento o desempenho quando em- são. A força acolheu cerca de vinte jornalistas,
intercepção e abordagem (boarding), além de pregado em séries tácticas. tendo quatro embarcado na “Álvares Cabral”,
dois exercícios específicos de combate contra A marinha da África do Sul deixou também onde acompanharam as rotinas diárias e entre-
ameaças assimétricas. uma imagem de competência, sendo de re- vistaram o comandante e outros elementos da
À “Álvares Cabral”, coube um papel relevan- ferir o excelente desempenho do submarino guarnição, o que permitiu que, se fizessem al-
te nos exercícios que se realizaram, tendo o seu “Mathatisis“, o qual conseguiu iludir as defe- gumas referências à fragata portuguesa.
Maputo, Moçambique
Maputo, Moçambique
o decorrer de mais uma etapa da via- tos representantes das FA’s e da Embaixada
gem de circum-navegação ao Conti- de Portugal. A um interessante período de
Nnente Africano que a fragata “Álvares perguntas e respostas, que demonstrou o in-
Cabral” tem estado a executar, o navio fez es- teresse dos intervenientes sobre as matérias
cala no Porto de Maputo, Moçambique, entre abordadas, seguiu-se uma visita aos locais de
os dias 10 e 13 de Setembro. comando do navio e um almoço, na Câmara
Esta visita insere-se no programa de relacio- de Oficiais, oferecido a todos os visitantes. Na
namento bilateral entre as Forças Armadas de ocasião o Ministro e alguns dos convidados
Portugal e de Moçambique, que a particulari- transmitiram a sua satisfação por terem podi-
dade de a Marinha ter um navio a navegar no do contactar com uma realidade que trans-
Oceano Índico propicia. A importância destes Ministro da Defesa de Moçambique, Dr. To- mite uma imagem de um Portugal moderno,
contactos encontra-se bem evidenciada no facto bias Dai, a quem foram prestadas as devidas e de uma Marinha tecnologicamente evoluí-
de o próprio Comandante Naval, VALM Vargas honras militares, com a guarnição estendida. da e relevante, nos meios de que dispõe e na
de Matos, se ter deslocado a Moçambique para Na ocasião, o CMG Sousa Pereira, fez uma utilização que deles faz.
acompanhar o programa oficial do navio. apresentação sobre a “Visão Estratégica do A recepção oficial, oferecida no dia 11 de
Além das visitas protocolares de cumpri- Mar”, as “Opções e a Organização da Mari- Setembro, teve como anfitriões o Comandante
mentos, realizaram-se diversos eventos que nha” e os “Quadros de Emprego e Caracterís- Naval e o Embaixador de Portugal, e mereceu
contaram com uma participação alargada ticas das fragatas da classe Vasco da Gama”, grande receptividade por parte das autoridades
de entidades civis e militares de Portugal e palestra a que assistiram também o Embai- civis e militares locais, dos quais se destacam
de Moçambique. Logo no dia da chegada, xador de Portugal, Dr. José Freitas Ferraz e o os Comandantes da Marinha e do Exército de
10 de Setembro, o navio recebeu a visita do CEMA de Moçambique, além de outros al- Moçambique, dos representantes do corpo di-
8 JANEIRO 2008 U REVISTA DA ARMADA