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1º Simpósio das Marinhas
                            1º Simpósio das Marinhas

                   dos Países de Língua Portuguesa
                    dos Países de Língua Portuguesa

              om a sessão de abertura presidida por  nhecimento mútuo, bem
              SEXA o Ministro da Defesa Nacional,  como conhecer algumas
         CProf. Doutor Nuno Severiano Teixeira  perspectivas regionais ou                                          Fotos 1SAR FZ Pereira
         e com a presença dos mais altos representan-  mais abrangentes.
         tes das Marinhas dos oito países lusófonos,   De tudo o que foi dito, fi-
         realizou-se na Academia de Marinha em 2 e  cou a convicção de que as
         3 de Julho, o 1º Simpósio das Marinhas dos  Marinhas são, não só indis-
         Países de Língua Portuguesa.       pensáveis aos países marí-
           Esta iniciativa, promovida pela Marinha  timos, mas um garante da
         Portuguesa, com a colaboração do Instituto  sua soberania, desempe-
         de Ciências Sociais e Políticas, da Universi-  nhando um largo espectro
         dade Técnica de Lisboa, visou promover o  de missões que atravessam,
         diálogo, incrementar a cooperação e parti-  praticamente, todos os inte-
         lhar experiências organizacionais, entre as  resses dos Estados.
         Marinhas que usam a mesma língua, estrei-  Os tempos modernos alar-
         tando os laços de amizade que as ligam.  garam ainda mais as possibi-
           O tema base escolhido para este primeiro  lidades de emprego das Ma-
         Simpósio foi “O papel das Marinhas no actual  rinhas, quer em colaboração
         contexto internacional”, tendo em vista a aná-  com os outros Ramos das
         lise da adaptação das Marinhas à nova com-  Forças Armadas, quer com
         plexidade do ambiente internacional.    as Forças de Segurança, sen-
           Apesar das diferenças entre as Marinhas,  do cada vez maior a proba-
         face às características e especificidades de cada  bilidade de coo peração entre
         uma, foi possível partilhar experiências, defen-  os Paí ses e as Organizações
         der convicções e, sobretudo, reflectir sobre al-  Internacionais de Segurança
         guns dos mais importantes temas da actualida-  e Defesa.
         de, onde as Marinhas jogam papel de relevo.   Destacamos algumas das
           As apresentações das diferentes Marinhas  palavras conclusivas proferi-
         deram a oportunidade de aprofundar o co-  das pelo Almirante Chefe do
                                                                               Estado-Maior da Armada, no seu discurso de
                              PROGRAMA DO SIMPÓSIO
                                                                               encerramento do Simpósio:
                  2 de JULHO (4ª feira)             3 de JULHO (5ª feira)        ”A cooperação é a palavra-chave no mun-
           - 09h30 – Abertura do Simpósio presidida por   - 10h00 – Apresentação da Delegação da Marinha de   do moderno: no âmbito interno, a coopera-
          SEXA o Ministro da Defesa Nacional  Moçambique: “Desafios da Marinha de Guerra de   ção a nível interdepartamental; e no âmbi-
          - 10h15 – Prof. Doutor Adriano Moreira – “A   Moçambique no contexto nacional e supranacional”  to externo, a cooperação entre os Países, as
          Maritimidade de Portugal”         - 10h30 – Apresentação da Delegação da Marinha
          - 11h30 – Prof. Doutor André Thomashausen - “A   de Portugal. “Marinha Portuguesa e seus projectos   Organizações e as Marinhas. Isto aplica-se,
          aplicação do Direito Internacional Marítimo na   de modernização”    obviamente, à partilha de informação. Assim
          África Austral”                   - 11h50 – Apresentação da Delegação da Marinha   o 1º passo é criarmos uma rede de pontos de
          - 14h30 – Apresentação da Delegação da Marinha   de S. Tomé e Príncipe: “Guarda Costeira de S. Tomé   contacto entre as nossas Marinhas e ligar-
          de Angola: “Angola no contexto da Defesa e   e Príncipe, hoje e perspectivas”  mo-nos em rede, criando na internet uma
          Segurança Marítima do Golfo da Guiné”  - 12h20 – Apresentação da Delegação da Marinha
          - 15h00 – Apresentação da Delegação da Marinha   de Timor-Leste:” O desenvolvimento da compo-  página das Marinhas dos Países de Língua
          do Brasil: “O papel da Marinha do Brasil no   nente naval das Forças Armadas de Timor-Leste”   Portuguesa”.
          actua l contexto internacional”   - 14h30 – Prof. Doutor M. Bessa -“A Geopolítica do   No final dos trabalhos, o Almirante Che-
          - 15h45 – Apresentação da Delegação da Marinha   mar no espaço lusófono”  fe do Estado-Maior da Armada agradeceu a
          de Cabo Verde: “A Marinha de Cabo Verde face   - 14h55 – Prof. Doutor B. Graça -“Um sistema de
          à futura extensão da plataforma continental e à   informações estratégicas marítimas”  disponibilidade e a forma generosa e quali-
          imigração ilegal”                 - 15h55 – VALM L. Cajarabille - “Capacidades   ficada evidenciada por todos os participan-
          - 16h15 – Apresentação da Delegação da Marinha   navais. A Marinha equilibrada.”  tes, que contribuiram decisivamente para o
          da Guiné-Bissau: ”A Marinha da Guiné-Bissau,   - 16h30 – Encerramento do Simpósio pelo ALM   êxito deste Simpósio, tendo lançado a ideia
          nova visão Geoestratégica”        Chefe do Estado-Maior da Armada
                                                                               de reatar esta iniciativa de dois em dois anos,
                                                                               de forma rotativa. A Delegação de Angola
                          CHEFES DAS DELEGAÇÕES PRESENTES
                                                                               aceitou esse desafio, tendo marcado para o
             ANGOLA       Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra  ALM Augusto da Silva Cunha  início de 2010 o próximo encontro das Ma-
                                                                               rinhas dos Países de Língua Portuguesa, na
              BRASIL         Comandante de Operações Navais  ALM ESQ Aurélio R. da Silva Filho
                                                                               cidade de Luanda.
            CABO VERDE        Comandante da Guarda Costeira  TCOR Fernando Pereira
                                                                                 A terminar, o Almirante CEMA expressou
            GUINÉ-BISSAU     Chefe do Estado-Maior da Marinha  CALM José A. Bubo Na Tchuto  ainda, desta forma, um pensamento sobre o
            MOÇAMBIQUE    Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra  CALM Patrício Cancuta Yotamo  verdadeiro papel das Marinhas:
                                                                                 “A boa Marinha não é grande nem pe-
             PORTUGAL        Chefe do Estado-Maior da Armada  ALM Fernando de Melo Gomes
                                                                               quena, a boa Marinha é aquela que melhor
          S. TOMÉ E PRÍNCIPE  Comandante da Guarda Costeira  TCOR Justino Lima  serve o seu País”.
                                                                                                               Z
            TIMOR - LESTE  Com.te da Componente Naval da Força de Defesa  CFR Donaciano Gomes
                                                                                                  (Colaboração do GERE)
                                                                                       REVISTA DA ARMADA U AGOSTO 2008  5
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