Page 259 - Revista da Armada
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1º Simpósio das Marinhas
1º Simpósio das Marinhas
dos Países de Língua Portuguesa
dos Países de Língua Portuguesa
om a sessão de abertura presidida por nhecimento mútuo, bem
SEXA o Ministro da Defesa Nacional, como conhecer algumas
CProf. Doutor Nuno Severiano Teixeira perspectivas regionais ou Fotos 1SAR FZ Pereira
e com a presença dos mais altos representan- mais abrangentes.
tes das Marinhas dos oito países lusófonos, De tudo o que foi dito, fi-
realizou-se na Academia de Marinha em 2 e cou a convicção de que as
3 de Julho, o 1º Simpósio das Marinhas dos Marinhas são, não só indis-
Países de Língua Portuguesa. pensáveis aos países marí-
Esta iniciativa, promovida pela Marinha timos, mas um garante da
Portuguesa, com a colaboração do Instituto sua soberania, desempe-
de Ciências Sociais e Políticas, da Universi- nhando um largo espectro
dade Técnica de Lisboa, visou promover o de missões que atravessam,
diálogo, incrementar a cooperação e parti- praticamente, todos os inte-
lhar experiências organizacionais, entre as resses dos Estados.
Marinhas que usam a mesma língua, estrei- Os tempos modernos alar-
tando os laços de amizade que as ligam. garam ainda mais as possibi-
O tema base escolhido para este primeiro lidades de emprego das Ma-
Simpósio foi “O papel das Marinhas no actual rinhas, quer em colaboração
contexto internacional”, tendo em vista a aná- com os outros Ramos das
lise da adaptação das Marinhas à nova com- Forças Armadas, quer com
plexidade do ambiente internacional. as Forças de Segurança, sen-
Apesar das diferenças entre as Marinhas, do cada vez maior a proba-
face às características e especificidades de cada bilidade de coo peração entre
uma, foi possível partilhar experiências, defen- os Paí ses e as Organizações
der convicções e, sobretudo, reflectir sobre al- Internacionais de Segurança
guns dos mais importantes temas da actualida- e Defesa.
de, onde as Marinhas jogam papel de relevo. Destacamos algumas das
As apresentações das diferentes Marinhas palavras conclusivas proferi-
deram a oportunidade de aprofundar o co- das pelo Almirante Chefe do
Estado-Maior da Armada, no seu discurso de
PROGRAMA DO SIMPÓSIO
encerramento do Simpósio:
2 de JULHO (4ª feira) 3 de JULHO (5ª feira) ”A cooperação é a palavra-chave no mun-
- 09h30 – Abertura do Simpósio presidida por - 10h00 – Apresentação da Delegação da Marinha de do moderno: no âmbito interno, a coopera-
SEXA o Ministro da Defesa Nacional Moçambique: “Desafios da Marinha de Guerra de ção a nível interdepartamental; e no âmbi-
- 10h15 – Prof. Doutor Adriano Moreira – “A Moçambique no contexto nacional e supranacional” to externo, a cooperação entre os Países, as
Maritimidade de Portugal” - 10h30 – Apresentação da Delegação da Marinha
- 11h30 – Prof. Doutor André Thomashausen - “A de Portugal. “Marinha Portuguesa e seus projectos Organizações e as Marinhas. Isto aplica-se,
aplicação do Direito Internacional Marítimo na de modernização” obviamente, à partilha de informação. Assim
África Austral” - 11h50 – Apresentação da Delegação da Marinha o 1º passo é criarmos uma rede de pontos de
- 14h30 – Apresentação da Delegação da Marinha de S. Tomé e Príncipe: “Guarda Costeira de S. Tomé contacto entre as nossas Marinhas e ligar-
de Angola: “Angola no contexto da Defesa e e Príncipe, hoje e perspectivas” mo-nos em rede, criando na internet uma
Segurança Marítima do Golfo da Guiné” - 12h20 – Apresentação da Delegação da Marinha
- 15h00 – Apresentação da Delegação da Marinha de Timor-Leste:” O desenvolvimento da compo- página das Marinhas dos Países de Língua
do Brasil: “O papel da Marinha do Brasil no nente naval das Forças Armadas de Timor-Leste” Portuguesa”.
actua l contexto internacional” - 14h30 – Prof. Doutor M. Bessa -“A Geopolítica do No final dos trabalhos, o Almirante Che-
- 15h45 – Apresentação da Delegação da Marinha mar no espaço lusófono” fe do Estado-Maior da Armada agradeceu a
de Cabo Verde: “A Marinha de Cabo Verde face - 14h55 – Prof. Doutor B. Graça -“Um sistema de
à futura extensão da plataforma continental e à informações estratégicas marítimas” disponibilidade e a forma generosa e quali-
imigração ilegal” - 15h55 – VALM L. Cajarabille - “Capacidades ficada evidenciada por todos os participan-
- 16h15 – Apresentação da Delegação da Marinha navais. A Marinha equilibrada.” tes, que contribuiram decisivamente para o
da Guiné-Bissau: ”A Marinha da Guiné-Bissau, - 16h30 – Encerramento do Simpósio pelo ALM êxito deste Simpósio, tendo lançado a ideia
nova visão Geoestratégica” Chefe do Estado-Maior da Armada
de reatar esta iniciativa de dois em dois anos,
de forma rotativa. A Delegação de Angola
CHEFES DAS DELEGAÇÕES PRESENTES
aceitou esse desafio, tendo marcado para o
ANGOLA Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra ALM Augusto da Silva Cunha início de 2010 o próximo encontro das Ma-
rinhas dos Países de Língua Portuguesa, na
BRASIL Comandante de Operações Navais ALM ESQ Aurélio R. da Silva Filho
cidade de Luanda.
CABO VERDE Comandante da Guarda Costeira TCOR Fernando Pereira
A terminar, o Almirante CEMA expressou
GUINÉ-BISSAU Chefe do Estado-Maior da Marinha CALM José A. Bubo Na Tchuto ainda, desta forma, um pensamento sobre o
MOÇAMBIQUE Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra CALM Patrício Cancuta Yotamo verdadeiro papel das Marinhas:
“A boa Marinha não é grande nem pe-
PORTUGAL Chefe do Estado-Maior da Armada ALM Fernando de Melo Gomes
quena, a boa Marinha é aquela que melhor
S. TOMÉ E PRÍNCIPE Comandante da Guarda Costeira TCOR Justino Lima serve o seu País”.
Z
TIMOR - LESTE Com.te da Componente Naval da Força de Defesa CFR Donaciano Gomes
(Colaboração do GERE)
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