Page 6 - Revista da Armada
P. 6
A FRAGATA VASCO DA GAMA CONCLUIU O
“PORTUGUESE OPERATIONAL SEA TRAINING”
INTRODUÇÃO POST e respectivo espaço para evolução na vizinhança da cidade de Plymouth.
Missão Cumprida. Por vezes as frases posterior. Na primeira semana de terra, foi efec-
mais simples conseguem transmitir vá- A “Vasco da Gama” completou o tuado um extenso conjunto de exercí-
rios sentimentos e este é sem dúvida o MASC com o resultado de SEGURO e com cios, que englobou incêndios de porto,
sentimento do Comandante e guarnição o estado de material SATISFATÓRIO. a condução da plataforma em modo
do N.R.P. “Vasco da Gama”. normal e degradado e um exercício de
A fragata “Vasco da Gama” largou da PRIMEIRA SEMANA DE TERRA incidentes com engenhos explosivos. Fo-
Base Naval de Lisboa, em 04 de Janeiro Após o MASC, deu-se início ao treino da ram também executadas apresentações
de 2011, por forma a iniciar o exigente primeira semana de terra, efectuada com o de comando e controlo em postos de
programa de treino e avaliação da Royal navio atracado na Base Naval de Devonport, combate, reabastecimento no mar (RAS),
Navy, o Portuguese Operational Sea Trai- relacionamento com órgãos de comuni-
ning (POST), que decorreu entre 10 de cação social e de diversas outras áreas.
Janeiro e 17 de Fevereiro de 2011. No dia 13 de Janeiro, a “Vasco da
Após um período de manutenção Gama” deu uma recepção aos avalia-
extenso, a “Vasco da Gama” iniciou o dores do FOST, assim como a diversos
seu treino em Maio de 2010, efectuando convidados militares e civis, alguns dos
um Plano de Treino Básico e um Pla- quais militares portugueses a exercer
no de Treino Específico em Dezembro funções no âmbito da NATO, sediados
de 2010, ambos sob a égide da Flotilha, em Inglaterra. A recepção é uma exce-
por forma a melhorar os padrões de lente oportunidade para os elementos-
prontidão operacional, tendo em vista -chave do navio familiarizarem-se com
o POST. Entretanto, o navio ainda par- os avaliadores, fundamental para um
ticipou no exercício SWORDFISH 2010, melhor entendimento num ambiente
em Junho 2010, como navio-chefe do e numa língua diferente da nossa. A
Grupo-Tarefa Naval Português. delegação do FOST foi chefiada pelo
Director South (Captain RN McCartain),
O POST é o culminar do treino das
principal responsável pelo treino logo a
Fragatas Portuguesas, sob a égide de A “Vasco da Gama” atracada na Base Naval
uma entidade de excelência reconheci- de Devonport. seguir ao Almirante FOST.
da – o Flag Officer Sea Training (FOST)
- que treina vários tipos de navios de AS DUAS PRIMEIRAS SEMANAS
guerra, auxiliares e submarinos de di- DE MAR
versas Marinhas. Nas duas primeiras semanas de mar
A larga experiência e ensinamentos foram efectuadas diversas inspecções ao
navio, nas áreas de marinharia, navega-
provenientes da constante participação ção, operações navais, propulsão e ener-
em cenários de conflito e a sua cons- gia, limitação de avarias, armas e electró-
tante revisão e consequente evolução nica e logística, num extenso e complexo
fazem deste treino um dos melhores programa de seriado que envolveu uma
da actualidade. A título de curiosida- média de sete navios por semana numa
de, refira-se que o Almirante FOST é o força conjunta. Este seriado culminava
responsável não apenas pelo treino das semanalmente, às quintas-feiras, com
unidades navais, mas também pela for- a série mais importante, designada por
mação na “Royal Navy”.
INSPECÇÃO INICIAL Equipa de Segurança a postos para enfrentar Weekly War, a qual se caracteriza pela sua
ameaça assimétrica. extensão em tempo, número elevado de
O modelo do POST prevê 6 sema- meios envolvidos e pelo facto do navio se
nas, 4 de mar e 2 de terra. O POST da encontrar em postos de combate durante
“Vasco da Gama” teve início no dia todo esse período (6 horas). Para estas sé-
10 de Janeiro de 2011, tendo realiza- ries eram pré-estabelecidos cenários à for-
do a sua inspecção inicial, designada ça naval, num ambiente de multi-ameaça
por Material Assessment and Safety Che-
ck (MASC), em 11 de Janeiro. Como (aéreo, superfície, sub-superfície e minas)
o nome indica, a primeira inspecção que permitiram testar o navio em toda a
baseia-se fundamentalmente na verifi- sua extensão e capacidade (batalha inter-
cação do estado do material do navio na e externa), pois o navio sofria diversos
e dos procedimentos de segurança danos simulados e tinha que manter a
relacionados com o tiro, combate a sua capacidade combatente, que nos ca-
incêndios e modos de emergência de sos mais limitados seria, no mínimo, a
condução do sistema propulsor. Des- capacidade de defesa própria.
ta forma pretende-se confirmar que o SEGUNDA SEMANA DE TERRA
navio se encontra seguro e o material
Culminadas as duas primeiras se-
num estado satisfatório para iniciar o
manas de mar, onde as séries e inspec-
treino, sendo também um indicador Brigada de Incêndios no Exercício DISTEX -ções tiveram um crescimento gradual
do nível em que o navio vai iniciar o a extinguir um incêndio.
6 MARÇO 2011 • REVISTA DA ARMADA