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REVISTA DA ARMADA | 525  REVISTA DA ARMADA | 532
 SUMÁRIO
         SAÚDE PARA TODOS                                                                                  57

 02  700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento  OS VALORES E MÉRITOS
 DOS FUZILEIROS 04 AFOGAMENTO
 07   NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa

           O afogamento é a insuficiência respiratória causada pela aspiração de líquido, habitualmente na sequência de submersão em água.
 09   Lusitano 17  Se a pessoa é resgatada e o processo de afogamento é interrompido, denomina-se afogamento não fatal. Se ocorre a morte é denomi-
 18  Cerimónia Militar  nado afogamento fatal. Cada afogamento sinaliza o fracasso da intervenção mais eficaz: a prevenção! Estima-se que mais de 85% dos
          casos de afogamento poderiam ser prevenidos pela supervisão, ensino de natação, regulamentação e educação pública.
 22  Direito do Mar e Direito Marítimo (13)
           O afogamento ocorre devido à entrada de líquido não corporal
 24  Academia de Marinha  nos pulmões, impedindo este órgão de receber o ar necessário

 25  Notícias  para as trocas gasosas. Vai haver então uma diminuição de oxi-
          génio a circular no sangue, a que se chama hipóxia, o que pode
 28  Novas Histórias da Botica (66)  11  BALANÇO DAS    causar lesão de múltiplos órgãos, como o cérebro, coração ou
          os próprios pulmões. Assim sendo, a falta de oxigénio provoca
 29  Estórias (37)  ATIVIDADES 2017 – MARINHA perda de consciência, paragem respiratória e, posteriormente,
          paragem cardíaca. Se os níveis de oxigénio não forem repostos
 30  Vigia da História (97)  nos minutos seguintes, os danos serão irreversíveis e o processo
          pode culminar na morte.
           Na verdade, uma em cada quatro pessoas que sofre um afoga-
 31  Desporto  mento morre. Infelizmente, a proporção de mortes por afoga-
 32  Saúde para Todos (51)  mento é ainda maior em crianças.
           O afogamento é um problema global de saúde pública. A Organi-
 33  Quarto de Folga  zação Mundial de Saúde estima em 312 mil as mortes anuais por
          afogamento, metade das quais ocorrem em idades abaixo dos
 34  Notícias Pessoais / Convívios  25 anos. Em Portugal ainda morrem, anualmente, mais de 100
          pessoas por afogamento. Até aos 24 anos, os afogamentos são a
 CC  Símbolos Heráldicos  segunda causa de morte, logo a seguir aos acidentes rodoviários,                  DR
          e acontecem maioritariamente em rapazes (apenas 20% ocorrem
 BALANÇO DAS    no sexo feminino). As taxas mais elevadas de afogamento encon-
 ATIVIDADES 2017 – AMN 20 tram-se em crianças entre 1 e 4 anos de idade. Dados da Associa-  A prevenção é fundamental e se fosse feita de forma cuidada
          ção para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) revelaram que   por todos os cidadãos a taxa de afogamentos sofreria uma redu-
          80% dos afogamentos de crianças até aos 4 anos de idade, entre   ção drástica. Fatores considerados de risco para o afogamento
          2005 e 2012, ocorreram em piscinas, tanques e poços. Há tam-  são: sexo masculino, idade inferior a 14 anos, uso de álcool ou
          bém descrição de afogamentos em rios, ribeiras, lagoas, valas,   sedativos, nível económico e educacional baixo, adoção de com-
          marinas, praias fluviais e praias de mar. Outros locais onde se   portamentos de risco e falta de supervisão. Posto isto, a Direção-
          tem de ter cuidados redobrados, particularmente em recém-nas-  -Geral de Saúde aconselha os adultos a vigiarem os mais peque-
          cidos e crianças que adquiriram a marcha recentemente, são as   nos,  a  instalar  barreiras  de  acesso  às  piscinas  e  reservatórios
          banheiras e os recipientes com água (ex: alguidares e baldes). Às   de água, optar sempre por locais considerados seguros e com
          vezes basta um “piscar de olhos” para os acidentes acontecerem.   vigilância,  ter  sempre  próximo  os  equipamentos  de  segurança
          Quanto à altura do ano, em todos os meses há registo de afoga-  (boias, varas de salvamento, entre outros) e haver capacidade
          mentos, no entanto, junho, julho e agosto são os meses onde se   de fazer uma chamada de emergência, se necessário. Devemos
          verificam mais casos.                               ensinar às crianças competências básicas de natação, segurança
           Em 2017 foi criado o Observatório do Afogamento, uma pla-  na água e salvamento (mesmo assim, as crianças devem ser sem-
          taforma da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores que   pre mantidas à distância de um braço). Evitar sempre os mergu-
 Capa     permite,  finalmente,  a  contabilização  de  vítimas  mortais  em   lhos, brincadeiras e outras potenciais situações perigosas. Não
 Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme meios aquáticos e a caracterização desses mesmos acidentes, de   consumir  bebidas  alcoólicas  excessivas  nem  ingerir  refeições
 da Brigada Real da Marinha.  forma a que num futuro próximo se possam vir a fazer estudos   pesadas antes de entrar na água.
 Foto SMOR L Almeida de Carvalho  com  os  dados  colhidos  e  implementadas  medidas  preventivas   Se algum dia se vir em risco de afogamento tente lembrar-se
          baseadas nas conclusões científicas. Na sua página da internet   que há um pior prognóstico se entrar em pânico (a maioria das
 Revista da
 ARMADA    existe relato de 14 mortes em 2018, só até  início de março.  pessoas morre  devido  ao desgaste  muscular desnecessário na
           Portanto, depende de todos nós que este número não aumente
                                                              luta contra a corrente e por não tentar manter a boca acima do
          ainda mais.                                         nível da água – o que é mais fácil se adquirirmos a posição de
 Publicação Oficial da Marinha   Diretor   Desenho Gráfico   E-mail da Revista da Armada  A cadeia de sobrevivência do afogamento começa com a pre-  deitado de costas, e fugirmos ao local da rebentação das ondas).
 Periodicidade mensal   CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos   ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria  revista.armada@marinha.pt    venção,  depende  do  reconhecimento  atempado  do  afogado  e   Gritar também não ajuda (exceto se estiver efetivamente alguém
 Nº 525 / Ano XLVII   Chefe de Redação   ra.sec@marinha.pt   do acionamento dos meios de socorro (alertar 112), do forne-  ao seu lado que o possa ouvir) pois ao gritar desesperadamente
 Janeiro 2017    Administração, Redação e Publicidade
 CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira   Revista da Armada – Edifício das Instalações   Paginação eletrónica e produção   cimento de material flutuante para evitar a submersão (o sal-  só vai permitir que ainda mais água entre nas vias aéreas. O ideal
 Redatora   Centrais da Marinha – Rua do Arsenal    Página Ímpar, Lda.  vamento deve ser feito, se possível, sem entrar na água, para   nesta situação é a vítima manter-se calma, acenar por socorro e
 1149-001 Lisboa – Portugal
 Revista anotada na ERC   1TEN TSN -COM Ana Alexandra G. de Brito   Telef: 21 159 32 54    Estrada de Benfica, 317 - 1 Fte   segurança do socorrista), a remoção da pessoa da água e dos   flutuar.
 1500-074 Lisboa
 Depósito Legal nº 55737/92   Secretário de Redação
 ISSN 0870-9343    SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho    Tiragem média mensal: 4000 exemplares   cuidados de saúde imediatos.  Ana Cristina Pratas
                                                                                                         1TEN MN
                                                                                    www.facebook.com/participanosaudeparatodos
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 JANEIRO 2018  3  AGOSTO 2018
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