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REVISTA DA ARMADA | 559





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              HIERARQUIA DAS


              MARINHAS MUNDIAIS



                 hierarquização das marinhas de todo o mundo é uma matéria   posicionamento de muitas marinhas se alterou signifi caƟ vamente
              A  de grande complexidade e subjeƟ vidade, que implica conside-  desde 1990, devido às alterações políƟ co-estratégicas ocorridas
              rar fatores tão diversos como Ɵ po de forças, número de navios e   por todo o mundo, com destaque natural para a desagregação da
              seu deslocamento, sofi sƟ cação do respeƟ vo equipamento e nível   União SoviéƟ ca e o fi m do Pacto de Varsóvia, logo em 1991. Assim,
              de apoio logísƟ co. Não obstante, é um trabalho que tem seduzido   em 2012, Grove revisitou esta matéria, propondo uma nova siste-
              muitos analistas militares ao longo do tempo.       maƟ zação, agora com oito níveis, resultado da eliminação do anƟ go
               A primeira sistemaƟ zação neste âmbito pertenceu a John Moore,   2.º nível (Rank 2), onde apenas fi gurava a Marinha SoviéƟ ca. Com
              em 1973, tendo-se-lhe seguido Mark Janis, em 1976. Ambos pro-  efeito, com o desmembramento da União SoviéƟ ca e a redução de
              puseram uma hierarquia naval baseada em cinco níveis. Em 1987,   dimensão da maior marinha resultante, a Marinha Russa, esta foi
              Michael Morris apresentou, no seu livro Expansion of Third World   colocada a par da Royal Navy e da Marine NaƟ onale no anƟ go 3.º
              Navies, uma escala para as marinhas do terceiro mundo, baseada   nível (Rank 3), que passou, na sistemaƟ zação de 2012, a 2.º nível
              em seis níveis. Pouco depois, em 1988, num arƟ go publicado na   (Rank 2). Com isso, todas as marinhas subiram automaƟ camente
              revista  Naval Forces, Steve Haynes alargou a sistemaƟ zação  de   um nível, independentemente das alterações de posicionamento
              Morris a todas as marinhas do mundo, com a inclusão de dois   decorrentes do reforço ou da perda de capacidades.
              níveis adicionais, o que resultou numa escala de oito níveis.   Apresenta-se abaixo a nova sistemaƟ zação proposta em 2012,
               Eric Grove tomou por base os trabalhos de Michael Morris e   ilustrando-se cada nível com exemplos idenƟ  fi cados por Grove.
              de Steve Haynes, e propôs, no seu livro The Future of Sea Power   1.º Nível: Marinha com Grande Capacidade de Projeção de Força
              (de 1990), uma hierarquia em que dividia as marinhas de todo o   Global (Rank 1: Major Global Force ProjecƟ on Navy): Trata-se de
              mundo em nove categorias. Apesar da mobilidade numa escala   uma marinha capaz de desempenhar todas as funções e tarefas
              destas ser relaƟ vamente lenta (pois a edifi cação de capacida-  das forças navais, numa escala global. Grove idenƟ fi cou apenas
              des navais, nomeadamente navios, implica alargados períodos   uma marinha com este nível de capacidades: a US Navy, conside-
              de tempo e elevados recursos fi nanceiros), a realidade é que o   rando ser muito pouco provável que qualquer outra marinha se



































              Grupo aeronaval da US Navy.


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