Page 293 - Revista da Armada
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I Nota de Abertura
Pessoal civil da Marinha
árias vezes, e quando a propósito. Em primeiro lugar, a simplicidade com que
temos falado dos nossos funcionários o pessoal civil se tem integrado na maneira de
V civis. Hã ooisas, porém, que nunca. foram. ser e de pensar dos marinheiros, criando-se
ditas e convém que o sejam. É o que vamos entre todos uma atmosfera de bom relaciona-
fazer hoje, em breves palavras e dentro dos mento, muito propícia à eficiência dos servi-
condicionalismos de espaço destas «notas». ços. A certa altura chega a ser difícil distin-
Antes de 1947, os funcionários civis da guir os militares dos civis, tão perfeita é essa
Marinha contavam-se a dedo, tão poucos integração. A alguns destes últimos só falta a
eram. Os militares. no seu jeito habitual. farda ...
lã iam «safando a rascada» . escrevendo Talvez que a explicação deste fenómeno,
à máquina, fazendo contas, inventariçdo o que se estende também aos militarizados, es-
material. etc. teja no facto dos marinheiros trazerem para
Hoje, temos militares especializados e te- terra o ambiente sui generis dos navios -
mos civis com habilitações adequadas para os uma escola de solidariedade, compreensão,
coadjuvar. Está tudo muito mais arrumado ... paciência e disciplina. Sabe-se que as guarni-
ções dos navios de guerra constituem uma
verdadeira família (para confirmar a regra, até
háexcepções ... ).
Foi o Decreto-Lei 0.° 36 081, de Dezembro
E porque os civis permanecem nos luga-
de 1946, que criou o seu quadro na Marinha,
res, normalmente, muito mais tempo que os
o qual, depois de várias alterações, conta
militares, que estão sujeitos a tirocínios de
actualmente o seguinte pessoal:
embarque, alguns tomam-se ({chaves» do
Pessoal técnico superior, 9; pessoal técni-
serviço em que estão integrados, conhecendo
co, 1; pessoal técnico - profissional ou admi-
como os seus dedos as leis e regulamentos
nistrativo, 593; pessoal operário e/ou auxiliar,
por que se regem. Tomam-se então conheci-
696; pessoal com regime especial pertencen-
dos, e toda a gente os procura quando têm
te ao quadro, 135; supranumerártos perma-
problemas a resolver.
nentes, 10; pessoal contratado além do qua-
Outros têm-se distinguido em vários cam-
dro, 29; pessoal oriundo do ex-Quadro Geral
pos de actividade, permitindo-me citar, a titu-
de Adidos, 118. Total dos funcionários do
lo de exemplo, o falecido funcionário da
quadro, 1562.
Biblioteca Central da Maiinha, Frazão de Vas-
Além destes, há também a considerar o
concelos, que se notabilizou como investiga-
dos quadros privativos: Arsenal do Alfeite,
cerca de 3200; Fábrica Nacional de Cordoaria, dor histórico, e entre os vivos, o pintor Alberto
Cutileiro e o investigador Eurico da Fonseca,
cerca de 430; Instituto Hidrográfico, cerca de
ambos bem conhecidos no país e no estran-
290; Instituto de Socorros a Náufragos, cerca
geiro.
de 160_ Total. 4080_
Para além destes, pode afirmar-se que os
Temos, pois, ao serviço da Marinha de
restantes, a chamada ({massa anónima»,
Guerra portuguesa cerca de 5650 civis
constitui uma elite entre os funcionários do
(homens e mulheres) a somar aos 15600 mili- ·
país. A Marinha estima-os e considera-os
tares e 950 militarizados.
muito. Prova-o a atenção que dedica à resolu-
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ção dos seus problemas ... Os que pode, por-
Por detrás destes números, que na sua que outros ... ela os tem também.
frieza pouco dizem, há um mundo de coisas a .?<_ ~ t/~
destacar. chllm
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