Page 248 - Revista da Armada
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Estampe do manual ~O fi Uso dos Instrumentos de ReflWdIo., 1799.
fizeram ediçOes, pelO menos, em a primeira edição em 1699, foi que, efectivamente, nos estamos a
1785 e 1819. O seu título resulta do melhorada em 1712, ainda em vida ocupar, merece a pena referir que,
facto de existirem outros volumes do autor, e manteve-se com o em 1781, José Militão Mata publi-
do mesmo autor I também em tradu- mesmo texto em reedições de 1746, cou o «Dextro Observadorn, tradu-
ção portuguesa, por onde se 1762 e 1819. O instrumento náutico ção de um método de cálculo da
ensinava aritmética, geometria, mais evoluído que é mencionado é latitude por duas extra-meridianas,
álgebra, trigonometria rectilinia e o quadrante de dois arcos. Admite- concebido por Dowes entre 1754 e
esférica e mecânica. -se, porém, que a edição de 1819 foi 1760, mas ao que parece foi pouco
Nestes manuais de navegação feita tendo em vista a divulgação utilizado pelos nossos pilotos. Este
já é dada uma certa ênfase ao do roteiro, que ocupa mais de dois mesmo Militão Mata publicou ain-
oitante mas a referência ao cronÓ- terços do livro, e não pelas regras da o !!Compêndio das Correcções
metro é quase passada desperce- práticas de navegação que já esta- que se devem fazer às alturas dos
bida. No que respeita ao cálculo da vam francamente ultrapassadas. De Astros», cuja única edição que
longitude, o primeiro método que facto, em 1827, quando se pensou conhecemos é de 1789.
apresentam é o da utilização da fazer nova edição, Dantas Pereira Entretanto, em 1799 Francisco
agulha de marear em conjugação pronuncia-se dizendo que estando António Cabral publica a «Descrip-
com as cartas inventadas por bem patentes os grandes progres- ção e uso dos instrumentos de
Halley. com o desenho das is6go- sos feitos desde 1762 nos mlJtodos reflexão, que contém huma suffi-
nas magnéticas de cinco em cinco e instrumentos, e em tudo o que diz ciente descripção dos melhores ins-
graus, além, evidentemente. de respeito à Arte de Navegar, segue- trumentos de reflexão, e segundo
darem largo desenvolvimento aos -se 1. o que não IJ necessário fazer os mais célebres authores, na qual
métodos das distâncias lunares. sentir a distAncia em que nos se descreve a melhor maneira de
Paralelamente a estes dois encontramos do uso da baJestilha usar o oitante, sextante, etc. e do
manuais que podemos dizer oficiais 2. o que a despesa com a reimpres- famoso circulo de reflexão». Este
porque os vemos referidos em são respectiva for, por um lado manual tem a maior importância
documentos das duas, atrás perdida, e por outro imprópria para porque se dedica largamente aos
mencionadas, academias, outro acreditannos ... Daqui resulta que instrumentos náuticos, a que cos-
houve que fez a sua carreira. Trata- esta primeira parte devia ser supri- twnamos chamar da segunda gera-
-se de !!A Arte Pratica de Navegar mida, já como antiquada ou im1til,
& Roteiros das Viagens, e Costas já como supérflua e muito incom-
Maritimas de Guiné, Angola, Brasil, pleta, já como errada e arrisca- (") .. Memória sobre a pr9Cisilo de refor-
mar o Roteiro de Pimente&, jn Hist6riu e
fndia e llhas Ocidentais e Orien- dora (4). Memórias da Academia Real das Sclêm:ill8
taisN, de Manuel Pimentel, que teve Voltando ao século XV1II de de Lisboa, J 827, Tomo X, parte 1, págs. 22213.
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