Page 301 - Revista da Armada
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A fragata _D. Fef'7lOlld6 II e Gl6rio,. com II frt(Ut,~ qwe ,iMo qutIIIlI4 o qu~ rrSla IIQ Mar 00 PaUw, d~pois do IlIcllldio d~ 1963, da fraga/o
foi du,,,,'da ptlo inclndio de 3 dt. Abril dI!! 1963. _D. F~maNJo II ~ GlÓria. taindtlpotk ur r«uptrodo (/ofo ./(;1,. _ 1.°-«lrg.
CM Romiro MngolhJj~I).
restame constiturdo por espingardas, pistolas deJuzi/, baca- téncia no estufJrio do Tejo, sofreu muitas alterações e foi vitima
martes de bronze. espadas e chuço!. de muitas barbaridades. O seu arvoredo tinha sido totalmente
.. Em Fevereiro de 1845 ÚlrgOU de Goa para a sua primeira alterado, ficando o navio deselegantfssimo. E pelo convés e
viagem a Portugal com cerca de 300 pessoas a bordo en/Te interior sofreu inúmeros atentados.
guamiçllo e passageiros. chegando a Lisboa em Julho. «Hd algwrs anos, o falecido comandante Fonée Rebelo,
«Em Agosto de /852fez viagem d ilha da MOLkira, levando dn direcçtlo do Museu de Marinha , apresentou-me a um
a bordo D. Maria Am~fia,filha de D. Pedro W. que para ali sobrinho-neto do último comalldante da 'D. Femandc',
foi tratar da sua saúdt:. Acompanhava-o. sua nule, a impera- capittlo-tenente Ant6nio Maria de Sande Vasconcelos e
tm do Brasil. No mls seguinte \'Ollou a Lisboa. Can'alho.
... Em /853 saiu navamemt em viagem para Moçambique «FacultOu-me algwrs documentos sobre a fragata en/re os
lendo tonuuJo parte importante na ocupaÇI1O do Ambril e quais um ligeiro desenho do navio cama era aparelhado em
regressando ao Conlinente em Fevereiro de 1856. 1878. Fiz. do dito desenJw, um quadro em aguarela que ofereci
. Vollou d {rufia em 1857 com passageiros.jorças milita- Q() comandante Fonée Rebelo. É uma reconsrituiÇl2o daJragata
res e degredados. Transportava taJ1lb~m o governador de a Il(Jvegar com todo o pano.
Moçambique . .. Fa/andc da 'D. Fernando ', disse-me o COI7ItI11LIante Fonée
.,De regresso a Lisboa, voltou a Moçambique novamente que tenciona~'{l conseguir do Ministério da Marinha que a
com forças militares, passageiros e degredados. fragara fosse colocada na amiga doca do velho ArselUll da
«Em /861 ainda voltou a Goa. Marinha, daca hoje transformada em praça no local onde foi
«No regresso, e sob violento temporal, desarvorou dois a Ribeira das Naus. Seria um quadro ,naravilho$o tratando-
mastros, tendo de am'bar a Moçambique onde sofreu os -se duma relfquia rara com os seus /20 anos de existência,
fabricos necessdrios. a flutuar e ... 25 no fundo do Mar da Palha.
«Novamente em Lisboa, foi enviada aos Açores com emi- ..( ... )Afragata 'D. Fernando' lá continlla lU) Tejo d mercê
grados espanh6is, em /868. dlim embate, dum encalhe 011 dum naufrdgio C0J4Sado pelos
«Em /878, fer. viagem de itlltruçao d Madeira e Açores temporais que anualmente assolam a foz do Tejo .
sob o COtTumdo do capitlJo-tenente Vasconcelos e Carvalho. .. Nllo foi porém esse o seu fim. Ardeu, o que cenamente
Fundeou no Funchal e Ponta Delgada. nunca lembrou a ninguém e lá se perdeu uma bela e rara
«Desactualk.ada - haviam decorrido 48 0II0S - terminou relfquia como muitas que se têm perdido em Ponugal, peja
com esta viagem a sua carreira de mar, a última fragata dn falta de cuidado de wrs, e pelo pouco culto que outros rn.'t!lam
Armada de Ponugal. pelo passado.»
«Mas ao regressar a Usboa. viveu um trágico episMio
em pleno mar dos Açores: avistou um navio em chamas. Era M. do Vale,
a barco americana 'Laurence Boston', para a qual a 'D. Fer- cfn/m.
nando' se dirigiu imediatamente encontrando no caminho e
em dois escaleres os seus /2 tripulantts com as bagagens e
N. R. - A "R~'ulu doArmodu, I{JÚiJQ rnlo~rII~opintord~mnri
que logo foram recolhidos a bordo da fragata. nhn Artur (juimn~1 ~ o,rndtU tu jrHodJpias d~ del~nhol d~ M.los qu~
«Reconhecendo a impossibilidade de dominar o incêndio nos ~rn-iC/li puro orqllil'O. Qunnto ao ~sboço 00 bonitn aguarrla do Ivpor
e considerado o navio perdido e em situaçlJO perigosa para .(juinl. t o origiMI dn roriCll/Uro do olmirtlll/~ Gago Coutinho, s~rIlo
a nal'egaçao, o comandallte Vasconcelos e Can'alho resolveu publiccufol oportll~n/~ OOfflU sug~rr.
~mnlOl. /JO COtllrdriO do quI! di:, qru' upunr dos I~UI 85 WWI d~ idad~.
afundá-lo imediatamente.
ainda h4-d~ \~, n frugu/Q .. D. Ftmundu II r 016n·o •• dr qu~ tanto gOSIIl.
«Colocada a 'D. Femalldo.emposiçl1odefogo.foi ,~t:(IIIstf1llda I! a un'ir dI! IIlUstu IIQdiqll~, ngoro attrrodo. do l~lhoArstMI
disparada uma salm de 9 tiros que atingindo o navio pela da Marinhn.
linha de dgua, o afundou lellfamente. Toda n \';110 oofrogalll ~D. Frmmulo II t OMrin. uM dtscrim M obro
.. É curioso este capricho do destino: 85 anos depois, a do t:apitllo-dt-nwr-t'IfJUrro AIlt6nio Marq"ts Espnrtâro . .. Trt s SüulollJO
Ma".. III PnntIFruga/as, 1'01. IJ. o tia Coltcç&] &tudos.
·D. Femando' também acabaria os seus dias vitima dum
incêndio,!
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..AJragata 'D. FemwuJo' nos últimos 50 alias da sua exis-
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