Page 117 - Revista da Armada
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Batalhas e combates




        da Marinha portuguesa (xxxv)







        DJU  (Setembro de  1521)          da índia.  Depois.  dividia-se  o  restante   damente,  Nuno  Fernandes  ordenou  a
                                          em tr&; panes: duas para o rei e uma para   dois carpinteiros que fossem à nau e lhe
              20 de Agosto de  1521 , não len-  a guarnição do navio que havia efectua-  fizessem alguns buracos para a meter no
              do ainda António Correia regres-  do o apresamento.  Esta óltima, por sua   fundo. Mas eles, com receio de se afun-
        Asado de Darém, Diogo Lopes de    vez, era dividida ao meio:  metade para   darem com ela, fizeram-lhe dois ou três
        Sequeira mandou  seguir para Diu  Dio-  o capitão e a outra metade para o  resto   buracos muito pequenos e vieram-se logo
        go Fernandes de Beja com dois galeões.   do pessoaJ, proporcionalmente à catego--  embora. Daí resultou que alguns «mou-
        uma nau  pequena e uma caravela. a fim   ria  profissional  de cada  um.   ros,. que tinham conseguido esconder-se
        de  bloquear  aquela  cidade  até  que  ele   Já próximo de  Diu  encontrou a ar-  no seu interior. quando os nossos se afas-
        próprio ali  chegasse  para  dar  início  ra   mada de Diogo  Fernandes de Beja,  fi-  taram, taparam os buracos e a nau con-
        construção  duma  fortaleza  em  Ma-  nalmente.  uma  grande  «nau  de  Meca,.   tinuou  a flutuar.
        dresaba.                          ricamente  carregada  mas  que  levava   Entretanto, em Diu, a nossa armada
           Como se estava na época em que c0-  muita artilharia e ia guarnecida por mais   fora avistada e «Meliquez Saca» mandou
        meçavam a aparecer as «naus de Meca.,   de  cento e  vinte  turcos  bem  annados.   sair imediatamente ao seu encontro Aga
        os navios portugueses iam fonnados em   Atacou-a logo o galeão de Nuno Fernan-  Mamude com todas as fustas disponfveis
        linha. a grande distância uns dos outros,   des de Macedo, mas encontrou uma re-  que eram  em  número de dezoito.
        parn awnentar a probabilidade de encon-  sistência  fortfssima  e  só  depois  duma   Não esperavam os nossos capitães ter
        trar alguma. Porém, durante toda a via-  dura  e  prolongada  peleja  conseguiu   de combater tão cedo.  Convencidos de
       gem,  apenas conseguiram  apresar dois   dominá-la. Depois de ba1deada a sua car-  que a vitória que tinham alcançado em
       zambucos  com carga pobre.         ga, bem como as mulheres e as crianças   Março desse mesmo ano sobre Aga Ma-
           Será curioso referir como era repar-  que  transportava,  para o  galeão portu-  mude  lhe  teria  tirado  as  veleidades  de
        tido o produto dos apresamentos que se   guês, os «mouros- que nela  iam  foram   tomar  a dar-lhes combate,  não tinham
        faziam no mar. Primeiro, tirava-se a vi-  todos mortos por não haver a bordo deste   preparado minimamente os seus navios
       gésima parte que era para o Governador   água suficiente para tanta gente.  Segui-  para essa eventualidade.  A maioria das







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