Page 185 - Revista da Armada
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\1 Nota de Abertura








                      A ver a «tropa»



                                           passar






                   m  velho  almirante,  reformadissimo,      no e altas entidades civis, além de militares re·
                   mais  de  50  anos  de serviço  efectivo,   presentados ao mais alto nível.
            U pensão muito degradada, assistia, na               E é, sobretudo, nestes que repara: o gene-
            manhã de 25 de Abril, ainda de roupão e  chi-     ral X que conheceu em Timor - oficial distin·
            nelos  de quarto,  à  transmissão televisiva do   to,  muito culto e  dedicado ao serviço  - ,  o
            desfile militar comemorativo do 16. o  aniversá-  almirante Y que esteve com ele na Guiné, nu-
            rio do golpe de Estado que passou à  história     ma comissão de algum risco na qual pôs em
            com os significativos e  sugestivos nomes de      jogo todas as suas grandes qualidades de mi·
            «Revolução dos Cravos)) e uDia da Uberdade)l.     litar - , o Z, em Macau ... em Angola, nos Aço-
            O cenário tinha por pano de fundo o majesto-      res ...  etc.,  todos  a  cumprir  o  melhor  que
            so e  histórico Mosteiro dos Jerónimos.           podiam o seu dever, sem olhar a sacrifícios, a
                Vejamos alguns dos pensamentos que pas-       trabalhos e  a  canseiras!
            saram pela cabeça do nosso almirante ...              A certa altura foi  desviado destes pensa·
                Logo às primeiras imagens, reagiu negati-     mentos pelos acordes de uma marcha militar,
            vamente ao facto de, há uns anos a esta par-      executada, e  bem, pela Banda da Annada Ia
            te, se realizarem naquele local a  maior parte    começar o  desfile.
            dos desfiles militares. Na sua opinião, aliás já      A abrir, estandartes de todas as unidades
            manifestada  publicamente  nesta  revista,  o     da Região Militar de Lisboa, com escolta de aluo
            mais indicado é  a  Avenida da Liberdade.  E      nos do Colégio Militar e do Instituto dos Pupi-
            porquê?                                           los  do  Exército;  depois  a  Escola  Naval  e
                Em primeiro lugar porque é já da tradição     Academias do Exército e  da Força Aérea; for·
            - e as Forças Armadas sempre tiveram muito        ças de Marinha, do Exército, da Força Aérea,
            respeito pelas suas tradições - e em segundo,     da Guarda Nacional Repúblicana. da Polícia de
            porque entende ser muito vantajoso o contac-      Segurança Pública e da Guarda Fiscal. Marcha·
            to entre estas, que digam o  que disserem os      ram todos com muita dignidade e aprumo, tu-
            seus detractores continuam a ser o espelho da     do certinho, como mandam os regulamentos ...
            Nação, e o Povo que sempre as acarinhou e se      Pena ter sido visto por tão pouca gentel
            revê nelas. Por isso, gosta de as ver e vibra com
            o garbo dos seus filhos que estão «Da tropa»,
            como profissionais ou a  cumprir o serviço mi-
            litar obrigatório. E  isso consegue-se mais fa·
            cilmente  no coração da cidade, onde acorre
            sempre muita gente, ao contrário do que suo
            cede em Belém. com a assistência apenas dos
            moradores daquela zona, em número tão re-
            duzido que chega a  ser deprimente!
                A sua atenção concentra-se depois na tri-
            buna de honra. Lá está o Presidente da Repú-
            blica, Chefe Supremo das Forças Armadas, o
            primeiro-ministro, alguns membros do Gover-



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