Page 187 - Revista da Armada
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Em nove de Dezembro disse- a aridez da Arábia e amarrámos em à bóia. Entidades oficiais e famOias
mos adeus ao Oriente. Mas, já mui- Port-Said. vieram receber-nos. Toques de con-
to ao largo, apanhámos um tufão O Mediterrâneo recebeu-nos tinência, apitos a moços de cabos,
pela proa e tivemos que regressar, mal. O leão (2) estava bravo. Gran- abraços e beijos, grande confusão
saindo novamente em dezanove. de temporal obrigou-nos a arribar e alegria.
Fundeados em Singapura. Mais à ilha de Creta.
um dia de Natal. Largámos para Depois, condescendente até ao Missão cumprida (e compri-
Malaca onde passámos os Reis. estreito de Gibraltar. Vimos Ceuta da ... ). Cerca de 19 meses a viver
Multidões visitaram o navio, e Tânger por bombordo e, finalmen- dentro duma caixa de ferro, os 128
convidando-nos alguns para suas te, terras de Portugal Dobrado o ca- homens da guarnição do uVelhof),
casas. bo de S. Vicente, o nosso Atlântico nessa altura ainda relativamente
Dia sete, adeus a Malaca, lenços faz caturrar o navio. Parece que vai novo!
brancos tremulando em mãos de a cumprimentar ... E o livrinho termina com duas
portugueses e malaios. Dia treze Desassete de Fevereiro, toda a páginas com versos acerca de um
fundeámos em Colombo e dali par- gente no convés para ver o gajo da sonho do autor em que entram fa-
timos a dezasseis. Ajuda (3). Subido O Tejo, amarrámos das nadando na espuma do mar,
Dez dias a navegar no indico, que lhe falam da sua terra natal -
mais cinco no Mar Vermelho e fun- (2) - O mar. /la glria dos mBrinheilOB. Canas de Senhorim.
(3) - Catevento. gajo de metal. existente /la
deámos à entrada do Suez em trin- Certamente que o leitor achará
torre da ca~la de Ajuda e que pare OS /lOS,
ta e um de Janeiro (1939). No dia sos marinheiros 4 O sfmbolo da chegada a este artigo um tanto lamechas. Tal-
seguinte passámos o canal. Vimos Lisboa. vez tenha razão mas, a verdade é
".
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