Page 272 - Revista da Armada
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nossa, não se dirigiu 110 agente que guardava II entrada mas
sim ao graduado de serviço o qual um tanto ou quanto enver-
gonhado mandou, prontamente. remediar o erro.
Temos esperança que naquela esquadra lisboeta não mais
a bandeira tenha sido içada às avessas.
MIlS há mais: vimos. há poucos anos, um filme ponuguês,
de cujo nome não nos recordamos, em que uma das persona-
gens principais é um conhecido locutor e apresentador das nos-
sas radio e televisão, o qual. em dada altura. surge agarrado
à roda do leme de um bonito veleiro de recreio e por detrás
dele. drapejando ao vento. lá estava a bandeira ponuguesa tam-
bém içada em posição inversa. Quase não quisemos acreditar
naquilo que os nossos olhos estavam vendo. mas a imagem
manteve-se por vários segundos. mesmo muitos segundos. mas
para que não nos restassem quaisquer dúvidas. o veleiro apa-
receu depois. imóvel. já dentro de uma doca, e a bandeira lá
se mantinha. com toda a nitidez. içada às avessas. Ficámos
pedindo a Deus que tal filme jamais viesse a ser exibido no
estrangeiro ...
Evidentemente que não imputamos quaisquer responsabi-
lidades do facto ao figurante. Responsáveis sim. as pessoas
que fizeram o filme . Mas como é possfvel que ninguém tives-
se detectado tão grande asneira. antes daquela película ter si-
do lançada no circuito comercial?
Mas ainda há mllis: numa visita que fizemos ao castelo
de S. Jorge. com um grupo de amigos, num domingo, há cer-
ca de dois anos, (havia numerosos turistas eslrangeiros visi-
tando o castelo). lá vimos ao lado da bandeira da cidade de
Lisboa a bandeira nacional, por sinal em muito mau estado
de conservação. e para cúmulo. mais uma vez. içada em po-
sição invenida. Sentimo-nos profundamente envergonhados
e procurámos por todo O castelo. tentando encontrar alguém
responsável a quem pudessemos pedir para remediar o erro.
Depois de muito procurannos. e já prestes a desistir. encon-
trámos a única pessoa. penencente 80S serviços. que naquele
momento se encontrava no castelo. Tratava·se de um indiví-
duo aparentando trinta a quarenta anos de idade. indumenta-
do pouco menos que andrajosamell1e, (ao contrário dos
funcionários que estavamos habituados a ver no castelo ra-
zoavelmente unifonnlzados, em visitas anteriores). mal falando
o ponuguês e exalando um fone odor a alc601.
Como notássemos que não conseguia entender o que pre-
tendfamos dizer-lhe desistimos de continuar II falar com ele
e voltámos costas tencionando escrever uma cana ao presi-
dente da Câmara Municipal de Lisboa, mas mais tarde. pen-
sando melhor, acabámos por achar que não valeria a pena ...
Por tudo o que atrás fica exposto achamos que ninguém
terá dúvidas de que já vai sendo tempo que os portugueses
conheçam melhor e tenham mais respeito pela própria ban-
Josi E. Ferreira dos Santos,
deira e somos da opinião que é justamente nos primeiros anos cupilllo da Morillho M~rrome
da escola que esse assunto deve ser tratado.
Quanto ao Hino Nacional, como temos muilo boas razões N.s R
POf'tl qI4~ l odos soibom, publiaurtOS Nl ron/f'tl copa fi bondriru i{1lda OO~
para estannos convencidos que, lamentavelmente, só uma di- /_flJt r Q Itlru do IIüw NociONJi.
minuta percentagem dos cidadãos ponugueses conhece a sua
letra, para além dos onze versos iniciais, transcreve·se na Owma-se n oltnçDo qut Nl U«JI(/Jo do llino NaritNIDf por coro tJptrtal SI!
ron/O lJ JlJ IS/roll! I! o rrfr60 fJOI'qul! lU duas us/anltl MO It tnqwJdrum
contracapa e na fntegra o poema de .. A PORTUGUESA,., da IIQ IrII4iCtl. O composilor JoIy BfQgo SoIItos compIJs IUIIQ adopllJ(OO OOsttl-
autoria do insfgne e inspirado patriota que foi oficial da do Nl/NÚic" origintJl Nl qNtJi mquodrtllfllU 11 I! fIl tS/rofts. Dtslt "rnlIIfl'
foi ItilD IUIIQ gfQl'Uçdo ptlo Orqutllr# Sitt/6tliNl dD U EmisJOTD NacimwJf
Armada Henrique Lopes de Mendonça, (e cuja música é da r pt/o caro do Tm/ro Nocionol tk S. Carlos, lJ lfUIllllDo tS/6 ~m lISO. Alúú
autoria do não menos inspirado e ilustre músico que foi Alfredo II! Ir Nln/lUStm lU J /!S/rolts o I/ittO Itl'Urio curo dI! J millulOl fI(J IUlJ UI!-
Keil). com a finalidade de que aqueles portugueses que ainda l'U(4Q , o qu"trio txIlltrodiJ ptJfQ honros I! CONittlndG.s(lJCfU(Jltmn/1! de-
moro ~rro dr I mlllu/o).
o não conhecem mas que têm brio suficiente para quererem
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ficar a conhecê-lo o possam conseguir.
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