Page 58 - Revista da Armada
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hu Batalhi2o, passando depois ás Evolu-  para eleger as carretas,  como se reme-  se denominilo as suas defirellles partes,
             çoens,  e em particular ás que praticdo   deia  a  ruina que recebem  no combate,   isto hé, o que hé porta,  o  que hé assa-
             abordo, figurando com alguns pequenos   e  como se  refresciJo  as  Péças  esquen-  frdo do Léme, o que hé a cabeça, o que
             bonécos,  ou  qualquer coiza  ensima  de   tadas.                   hé cana, machos, femeas do Léme, etc,
             humo lança tudo quanto fica  referido e   7, o Como se dezelleráva,  e desem-  Advertindo que nas licçoens desta COIIS-
             nos Exercicios que a Tropa fizer humas   baráça a Artelharia seja o embaraço no   tnlcçdo  pratica  hade  principiar  pela
             vezes mandarão os pequenos Peloroens,   ouvido. ou na alma da Péça, notando os   quillw,  sobre  quilha,  roda  de  prÔlJ,
             sen'indo  de  O.fficiais  de!les,  e  outras   defirentes embaráços que podem acon-  cadastre, cavémas, braços,  contrabra-
             vezes  mandardo  toda  a  Tropa  os ditos   tecer sobre este pomo.   ços.  aposturas,  etodos  os  mais  que
             Voluntarioso                         8. o De que materiáes se compôem a   entrão  110  cOlIstrucçilo  de  hum  Navio.
                                               po/vora.  como se  reconhece a bondade
                                               da poll'ora,  comque quamidade se car-
             Artelharia                        rlgdo as Péças, e a razdo dessa quanti-  Aparelho e Manobras
                                               dade, e  como se examinará se o  Payol                                  •
                As licçoens d'Artelharia  urdo das   da  polvora de hum  Navio  está  bom,  e   O Mestre dará as suas licçoells das
             oito e meia athe ás nove horas da  ma-  seguro para  receber a  polvora.   déz  atlle ás onze horas  da  manhila  no
             nhi2a;  o  O.fficial destas licçoens princi-  9. o Quaes são as defiremes cárgas   aparelho, 110 velame, e ultimamente nas
             piará dando a conhecer o que l/é huma   de q/le se uza, como hé bala raza, palan-  mllllobras, No aparelho principiará pelo
             Péça  d'Artelltaria,  a  sua  CarreIa,  os   queta,  etc., e os cazos emque qualquer   primeiro  cabo,  qual  lIé  a  Amarra  do
             Cabos com que se segura, e lab6ra,  os   destas cargas deve ter UZO,  como tam-  Navio,  e a sua conrespondeme Ancora,
             Petreichos  com  que  se  corréga,  e  dá   bem se lié melhor O uzo das espoletas,   el/sil/al/do como hum Navio dáflll/do e
             fogo; explicando tudo pelas S/lOS defiren-  ou  somellfe  po/vora  para  escorvar  a   se amarra;  e COI/lO  as Amarras se  sus-
             tes partes, denominaçoens, e serventias   Arte/haria em  hum  combate.   pelldem com muito e com pouco I'ento,
             e os  Volumarias terão hum  caderno,  e                                Passará depois ao Estáe grande do
             pena  de  lapis  para  assentar,  e  fazer                          Traquete,  das  Gáveas,  Ellque,  Trinca,
             memoria  de  tudo ,  assim  nesta,  como  Construcção Pratica       Cabrestos,  eludo mais  que segurdo os
             noutras licçtJens.                                                  Mastros  para  a  Prôa,  seguindo-se  as
                Passará depois  a ensinar o  Exerci-  o pn'meiro Carpinteiro, e o pn'meiro   lnsarcias, Cupêzes, Bralldó.es. que segu-
             ôo prático  d 'A rtelharia  na fomw  das   Calafate dariJo as SilOS licçoens de Oms-  riJo  os Mastros para a Poupa , e de Bom-
             Ordens mandadas obsen'ar nesta Náu,   tmcçdo pratica de hllm Navio das Ilóve   bordo a Estibordo,  niJo ometilldo outro
             assim para as vózes, e manejo da Péça,   athe ás nóve horas e meia da  manhila,   algum Cabo fixo que lião declare como
             como para as pomarias, servindo alter-  principiando no pardo, e acabando nos   Mfcito,  e o para que sérve dizentlo como
             l/adamefl1e  hum  Volumario  de  Chefe,   Castellos. e quaJldo os VolUlltarios forem   cada  hum  dos  Mastros  se principia  a
             ou/ro de  Carregador.             ao porilo com o Carpillleiro. e Calafate,   aparelhar e como se cálha, e tira o Lime
                Depois dos cOl/hecimentos,  e prati-  hira  tambem  o  primeiro  COlllramestre   do Navio.
             cas  referidas,  passará  o  O.fficial  e  os  para os instruir na estiva, dizendo-lhes   Seguir-se há a ins/nlcção dos Olbas
             principias  d 'Artelharia  explicando  o  como este Navio está alastrado,  e  a   de laborar, aonde sefazemfixas as suas
             alguns Problemas na fonnn  seguime ...   mmado o  pordo,            arreigadas;  porque lugares.  gomes,  e
                J. o Como se detem/indo as longitu-  O primeiro Carpinteiro il/struirá em   moitoells passdo, aonde sdo embaixo os
             des das Péças, e quaes são as de mefhor   todas as partes da  construcçilo com as   seus tiradores,  e  qual hé  o  effei/o  que
             uzo para os Navios.               suas defirentes denominaçoens  interio-  produzem qual/do se álilo,
                2. o  Porque  razdo  não  hé  igual  o   res, e exteriores declarando as razoens,   Nas  manobras  el/sinará  como  se
             reforço de hUlnn Péça, e que porporçiJo   e fundamentos  da  mesma  constrncçilo   envérgiJo, e dezenvergãoas Véllas, como
             tem  estes reforços,              pratica; isto lIé  o concurso,  e união de   se arrido,  e  inçlJo  as  vergas,  e  masta-
                3. o Como se reconhece huma Péça   todos os madeiros de hum Navio, e como   réos, como se lárgdo. eferrdo as Vellas
             interior, e exten'onnente, e como se pró-  elles dispoem melhor a segurança, e for-  com  muito,  e  pouco  vemo,  que  cada
             vdo as Péças.                     tidilo  do  mesmo  Navio,  explicando  o   humo dellas tem .f/la manobra particular,
                4. o Que coiza seja Calibre, qual hé   Calofate toda a óbra que hum Navio lévo   e como se metem, e tirdo as Gáveas dos
             o seufwuJamemo, conw sefonna a régra   do seu o.fficio,  o  uzo das bombas, e  as   rimes.
             do Calibre, como se construe o Calibre   suas defirentes qualidades.
             por Arithmetica,  e  por  Geometria,  e   Passará o  Carpinteiro depois a dtlr
             como se examina se o Calibre está bem   a conhecer a mastriaçdo, dkendo aonde   Pilotagem
             construido.                       cada hum dos mastros tem a sua carlin-
                5. o Dada  huma  hála  achar  a  sua   ga,  aonde  são  aCllnhados.  o  que  sdo   Das onze athe as onze horas e meia
             coI/respondente Péça com o .reu vento a   váos, pemadas dos váos,  Pêga, Garlin-  da manMa o primeiro Piloto,  e lia sua
  •          reztlo de doze por cento,  e dada  huma   des,  etc"  e  o  para  que  estas  coizas   falta o segundo explicará o uzo da Bar-
             Péça achar a sua conrespondente hála   servem,  dando  tambem  a  conhecer as   q/ünha,  e  as cautelas  comque se del'e
             pela  mesma  regra.               Mêzas de guamiçdo, e que e!las servem   deitar,  o  modo de  fazer  o  assento  na
                6, o  Como  se  montlJo  abordo  as   para  maior  segurança  dos  mastros   pedra  segulldo  os rumos de  vento que
             Péças  sobre as  suas  carretas,  e  como   abrindo mais os aI/guias,  que as insar-  tambem se explicarão, e COflW este rumo
             mais facilmente se pode executar qual/do   cias  fazem  com  os  mesmos  mastros,   se deve com'gir havendo guinadas, como
             em algum combate se desmonta alguma,   Ultimamente  dará  o  primeiro  Car-  tombem  a  distancia  de  cada  hora  ha-
             e  como  se  méde  a  altura dos  batentes   pimeiro a saber O que hé o Lime, e coma   veI/do  defirente  seguimento;  passando

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