Page 59 - Revista da Armada
P. 59
depois ao calculo da obsen'Oçllo do Sol,
e 1,z0 dos Instmmentos, cuja observaçl1o
das onze e meia por diante se porá em
pratica: marear-se há a esteira da Náu
para poder julgar do abatimento, alem
tle outras ohsen:açoens, e praticas, como
hé a de deitar hum prumo pela Poupa,
marcando depois em hum semicírculo os
gráos do abatimento.
Das duns horas e meia da tarde mhe
as quatro o segundo Piloto dará as suas
ficçoens ha camera, advenilldo que os
Voluntarioso que ~'em nesta Náu fazem
honra á Marinha pela sua illStruCÇlJO, e
estudos Mathematicos suprabundames a
os que sl10 precizos para a Na\'egaçlJo,
e so necessitlJo reduzir a pratica os
Problemas. regras. efundamentos que
possuem.
Em primeiro lugar praticar-se hd
sobre os tennos da passada .çingradura,
a saber, qual hé o abatimento que se
deve dar. as gráos que há de variaçllo,
se esta se une ao abatimelllo para dis-
contar no rumo, ou se se abale huma
coiz.a da outra; caneando catla rumo
defirellte, como se fosse huma derrota,
e sempre averiguando o calculo por dois
IlIstromentos para que 110 cazo de se ter
enganado com hum, se conheça o erro
o aIm/rontt Bt/7IQrdo RDmirts EsqulVt!/ (ó/tO aiSltnlt 110 MlUtll dt Marinho).
no oulro. Os Instrumentos mais faceis
para O uzo de bordo soo as Taboadinhas, pendicular á linha do vento a impulçllo dimento para hir para o vemo; porque
a Escala Ing/eza. e o Quano Circulo. que recebem as vll/as de cada mastro o Navio quando se move circulannerue
recordando sempre o uzo dos Cênos, e fazem defirentes effeitos. o pêlo do vento hé sobre o pontO do cenlro a respeito do
C2nos Logaritimos que hé o fundamellto que cáhe sobre as villas do mastro gran- seu comprimento. explicando as oppera-
de tudo. de, he hlllna impulçlJo central e o corpo çoens destes movimentos com todas as
Depois de cada hum dos Voluntarios do Na\·io. a que recáhe sobre as véllas circunstancias, e praticas dà manobra.
tiver feito o sua derrota, que o segundo do mastro do traquete, abate aquelle Explicará o Piloto depois os grandis-
Piloto examinará corrigindo alguma extremo do Navio, empedindo que se simos eifeitos de huma couz.a taO peque-
falta se a houver, se tratarlJo algumas chegue para o \'ento, caque cáhe sobre na, qual hé o Ume de hum Navio, que
Questoens. e Praticas da NavegaçlJo O mostrada mezena,jaz o mesmo effeito junto com o pano sugeitllo. e obrigdo o
como tambem o 1440 de fazer humo der- na quelle extremo do Navio erTU'jue o dito Na\'Ío a todos os mO\'imentos: maz IIé
rota por medida. seguindo o tratado lnastro se dcha, de que se ségue que as precizo combinar. e ajustar a acçdo
completo da Navegaçdo. imprésso na \'éllas no mastro do traquete, e gurupll. do pano com a do Ume. e a do Ume
Ungua PonugueZ,O, que estará sobre a fazem arribar, e as do mastro da mezena com a do pano, defonna que ambas as
banca. fazem orsdr. coiz.as opperem para o mesmo fim.
Debaixo dosfundamentos prescriptos No Léme se considerlJo til/as forças
se ensinará primeiro como se hilo-de pelas qUi1es se obriga a grande maquina
Theoria e Pratica da Manobra orientar as vlllas nos deJirentes rumos de hum Navio: a primeira lIé o ocçlJo do
que o Navio ségue a respeito do vento, homem contra o Ume; o segundo hé a
Das quatro horas da tarde athe ás qual hl o angulo mais \'amajoz.o das acçllo do Ume comra o fluido. ou a do
sinco ensinará o primeiro Pi/ato a man0- vêrgas com a quilha, e com a linha do fluido contra o Ume, que esta segunda
bra, e fundamentos defla, principiando vemo. Segundo. como se hade fazer hl igual á velocidade do Navio, COl/-
pelo primeiro, qual hé a acçlJo comque orçár hum Navio. Olhe \irar por davante. cluindo que a manobra consiste em dar
a superficie de hum Navio se move con- e como se hade fazer arribar olhe virar a melhor siluaçao os ,'lllas, e ao Ume,
tra o fluido pela impulçdo do vento que em roda: no primeiro cazo, se dez.orien- segUI/do a linha do \'elllo. e oquella por
recáhe sobre as Véllas, que éstas véllas tlJo as \'éllas de pr6a para que aquelle onde o Navio corre. cujo angulo destas
estlJo dispostas nos defirentes mastros de extremo do Navio ndo dche obstaculo duas linhas se devide em dois angulos
hum Navio, que derigindo-se este pela para hir para o vento, e no segundo cazo com as vêrgas do Navio, que hl olJJlgulo
mesmo linha do vento a que se chama se dez.orientlJo as vll/as da poupo, e as da quilha com os vêrgos. e das vêrgas
~'ento a poupa, todas as vlllas fazem o do centro do Navio poro que cahindo o com a linha do \·ento. que hum hé com-
mesmo effeito; mas quando hum Na\'io pêz.odo vento s6 napr6a afaça abalJer, plemento do outro. de fonna que este
se m6ve por humo linha obfiqun, ou pre- sem que o extremo da poupa áche impe- angulo das vêrgos seja o mais \'OlIIajozo.
21