Page 79 - Revista da Armada
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gado as peles de raposa? Que (. .. ) Perdoe-me a familiariedade número superior a um milhar de pes~
pena ... do tratamento. E é por isso que lhe soas, num paIs distante, numa cul-
• escrevo. Para lhe dar conta de uma tura diferente, numa sociedade de
inolvidável experiência que recente- motivações as mais diversas.
Do v/alm. César E. Moura Braz MI- mente vivi nestas terras do Tio Sam, A dinAmica direcção presidida
moso, Lisboa, a carta que transcre- no passado dia 25 de Novembro. pelo senhor Manuel Fonseca e se-
vemos na Integra: Refiro-me IJ realização da s~tima cretariada pelo senhor Carlos Bor-
reunião de confraternização da As- ges, agrega à sua volta um animado
Numa das minhas frequentes sociação de Marinheiros da Armada conjunto de marinheiros da velha
idas à sede da Revista da Armada, Portuguesa nos Estados Unidos, es- guarda, capazes de dar vida a tudo.
tive a oportunidade de ver, já cancre- te ano em Ludlow, Springfield, Mas- Foi reccnduzida por mais um ano
tizada nos três primeiros volumes da sachussets. para dirigir os destinos da Associa-
série, parte da obra em que trabalha Pode o almirante relembrar uma ção. Que eu auguro de dinAmicos e
o comandante José Agostinho de noite de festa, por exemplo. na casa polarizantes.
Sousa Mendes, Setenta e Cinca de Trás-os-Montes, em Lisboa? Pois Como militar da Armada senti-
Anos no Mar (1910-1985). o ambiente aqui vivido foi muito se- -me, carlssimo almirante, na obriga-
Trata-se de um notiJvel trabalho melhante. Com um sabor naval, ob- ção de contar-lhe estas coisas. Que
de pesquisa e investigação, cujo va- viamente. Com muita tradição mexem comigo. Talvez tamb~m di-
Iar histórico e Interesse para a Mari- marinheira e o recordar dos velhos gam alguma coisa a outros camara-
nha são inegáveis, elaborado nos tempos. Onde o bom vinho portu- das nossos. E neste sentido deixo IJ
moldes da obra Três Séculos no Mar guês e a cozinha regional portugue- sua superior consideração a publica-
(1640-1910) do camandante António sa foram devidamente honrados e ç~o da notIcia, na forma desta carta
Marques Esparteiro, e com ela esta- apreciados, ou alterada - ao seu critério - na
belecendo cantinuidade cronológica. Ponto alto foi a leitura da mensa- Revista da Armada.
Achei uma edição correcta, cam gem de S.Exa. o almirante CEMA. Com toda a consideração pes-
bom tipo de letra e texto bem leg/vel Ouvida com religiosa atenção e lar- soal e respeito pelo brilhante traba-
e capa adequada. Mas ... gamente ovacionada. Olhando à vol- lho que a Revista da Armada signifi-
Este .,mas .. refere-se à reprodu- ta do salão do Clube Portugufts de ca, despeço-me com amizade.
ção das fotografias Intercalares do Ludlow, por detrás das faces emo-
texto: tal como foi feita (simples fo- cionadas eu adivinhei fogueiras,
NR - A sua carta vai /al qual o seu coraç80
tocópia?), essa reprodução está manobras, telegrafistas, fuzileiros. a ditou ao papel. Altera·/a, numa 56 palavra
campletamente inadequada ao nfvel Gente que, embora optando por mu- que fOSS8, 58r/a ImperdoaveL
do trabalho, desprestigia a obra e, a dar de vida e de paIs. se mant~m
meu ver, ofende o esforço enorme sentimental e culturalmente ligada A •
do autor, ao qual justa 8 merecida- terra-mãe. Gente que está bem na vi-
Do Rancho Folclórico Rosa do
mente se faz referência no prefácio. da. Gente de trabalho, iniciativa, di- Lena, Rebolaria, Batalha, um sim~
Na realidade, e quase na totalidade, namismo, que lutou e venceu nesta
fico cartão desejando a todos quan-
8S "reproduções .. não passam de sociedade altamente competitiva.
borrões de tinta. Desde um .,filho da escola .. de tos trabalham na magnftica Revista
da Armada, um ano de 1990, reple-
A obra do comandante Sousa 1932, agraciado pelo presidente do
to de bençãos do Senhor.
Mendes e o tema tratado, no aspec- Clube com o diploma do marinheiro
to que refiro, mereciam melhor mais antigo nas comemorações, até
sorte ... ao .,filho da terra,. mais moderno, um NR - Tambêm nós desajamos a voeIs, que
Creio ser indispensável .,emen- jovem marreta que recentemente fazem por mantar vivas canç6es que nos 6fTI'
aa/aram na /nfAnc/a, 8S malhoras van/uras
dar a mão .. nos volumes que se se- deixara as fileiras, alguns fazendo
a ... gargantas aflnadasl
guirão, e mesmo reeditar os três muitas centenas de milhas para es-
primeiros, de modo a manter-se a tarem presentes, a ARMADA, como •
dignidade que os outros aspectos da denominador comum de todos, foi o
edição apresentam e que o trabalho ponto de conversa e recordaç~o. De Diocleciano R. Mata, cap.-
merece. Lembrada sobretudo cama escola de -ten. SG, Matosinhos, uma carta de
É a sugestão que aqui deixo. vida, de tradição, de disciplina, de que transcrevemos:
camaradagem e amizade. Lembra-
• dos os velhos amigos, os bons e ( .. .) .,acabo de ser informado pe-
maus momentos. Uma curiosidade los seNiços da Caixa Geral de Apo-
Do cap.-frag. FZ José Florlano Imensa de saber o que de novo vai sentações, de ter sido aumentada
Lopes Fernandes, a frequentar o por Ponugal e pela Marinha. desde 89-1()'()1, a minha pensão de
curso .,Comand and Staft Col/ege .. , Prémios, concursos e um anima- reforma, o que obviamente me agra-
na Base dos Marlnes (Fuzileiros do baile com um conjunto e música dou, mas n40 me satisfez, dado
americanos) em Quantico, Virginia, portuguesa. Senti-me em casa, verificar-se, mais ainda, a degrada-
USA, a seguinte carta: senti-me em famflia. Num clima de ção das pens6es de reforma em re-
fraternidade e uni~o, dificilmente lação aos vencimentos dos militares
transmitido por palavras escritas ou no activo.
Caro almirante faladas. Uma famlfia que reuniu um Como Deus nos tem dado a gra~
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