Page 379 - Revista da Armada
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Arte de Marinheiro (cont.)







         Vamos terminar



         o nosso porta-chaves (II)





             Já temos a pinha de retenida que constitui, como
         dissemos,  o  berloque  mais  característico do  porta-
         -chaves.  Previmos  a  necessidade de  um  pedaço de
         gacheta redonda, e de duas (pequenas) pinhas de anel.
         Vamos, portanto, meter mêos-A-obra, para estas duas
         peças da arte de marinheiro.


         A - OACHETA REDONDA DI aUATRO FIOS
             No fmal da pinha de retenida deve ter-lhe sobrado
         um pedaço de fio, a, se deixou uma ponta fixa com uns
         10 a  15 cm de comprimento, já tem dois fios  para a
         gacheta  redonda.  Se  não  tiver  dois  não  desanime:
         arranje quatro fios com 10 a 15 cm de comprimento.
         amarrando  bem  as  pontas  logo  8  seguir  à  pinha   o fio que acabou de passar, o  que tem de passar é o
         -  fig. 1. Segure a pinha por um preguito a uma tábua,   que,  na Qacheta já a  rormar-se.  fica  em  lugar mais
         ou de qualquer outra (orma, deixando os quatro fios   atrasado fig. 3; isto é, em qualquer ocasião, o fio mais
         suspensos para os tecer, e imaginEK>S  numerados 1,   atrasado é o que vai passar por debaixo dos dois cen-
         2.  3, 4. Vai entrecruzá-los da seguinte maneira (aqui   tr8Js, e  logo de seguida por cima do que destes dois
         tem de ser cuidadoso):                              lhe fica do lado oposto.
            a)  Cruze 2 e 3 passando 3 por cima de 2 - fig. 2.   A cada passagem, aperte ou soque bem os fios.
             b)  O  da extrema-direita, 4,  passa por baixo de  2   Depois de bem socados os fios dão um comprimento
               e 3, e logo em seguida encavalita por cima de   de gacheta mais pequeno, mas de 10 cm de fio  pode
               3, só. O da extrema-esquerda ficou parado. Não   à  vontade arranjar  6  cm  de  gacheta.  Quando  tiver
                pense em politica; pense nos fios e vá·os aper-  o  comprimento que lhe agrade digamos  5  ou 6  cm,
                tando,  ou socando, o  melhor que puder.     amarre  os  quatro  fios,  mas  sem  a  preocupação  de
            c)  O  da extrema-esquerda,  1,  que ficou  parado,   amarração definitiva, pois terá de a refazer mais tarde.
                passa agora por baixo dos dois que estão no     Tem a gacheta concluída. Agora vamos às pinhas
               centro, 3 e 4 e  logo a seguir por cima do da di-  de anel.
               reita - 4 -, quedando-se por aí. O da extrema-
               -direita ficou fora desta operação - (atente na
               fig. 2).
            d)  Quase que podíamos dizer: agora volte ao fio
               da extrema-direita (o 2),  passe-o por baixo dos
               dois centrais, e  por cima do que, destes dois,
               lhe fica à esquerda. Pode começar a esquecer-
               -se da numeração, que serviu aqui apenas para
               esclarecer a  posição dos fios.
                   Isto porque, quase de certeza que já .deco-
               roUl a sequência destas passagens. Os fios que
               temos do lado de fora - vamos a esquecer-nos
               dos números - alternadamente um e o outro.
               passam por baixo (por detrás) dos fios  que se                  " ..
               apresentam no meio, passando de seguida por      II, ,
               cima daquele (dos dois  centrais) que lhe fica
               mais afastado.

            De cada vez, o do extremo passa a ser do meio, e,
         para nAo haver equivocas, se acaso nAo fixou bem qual                                    '" .

                                                                                                            17
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