Page 380 - Revista da Armada
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B - PINHAS DE ANEL AIIGOlA
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Antes de mais, estas pinhas destinam-se, como
provavelmente já desconfiou, a rematar (esconder)
estas amarrações feItas com linha, que não são estéti-
cas, e dar portanto ao porta-chaves maior beleza, mais FI G 6
fino acabamento, e, porque não, um toquezinho de
mistério no trabalho, para quem está um tanto a leste
nesta arte das filaças. o que se consegue muito bem passando simples-
Vamos então à feitura (urdidura) da pinha de anel. mente, a ponta móvel, ou de urdidura, ao longo do fio
Corte uns 50 cm de fio (quando tiver prática pode da ponta fixa, até toda a pinha ficar a dois fios.
fazer uma pinha com metade deste comprimento ou Ficamos assim com uma pinhazinha de anel, per-
menos), ponha a tal gota de cola em cada uma das feitamente adequada para aplicar no nosso porta-
pontas, aguarde um pouco, e agora atente na fig. 4: -chaves.
sobre as pontas dos dedos indicador e médio da mão Diga-se apenas como informação, que aquele cru-
esquerda, por exemplo, dê uma volta com o fio que zamento dos fios por detrás dos dedos, que, no nosso
preparou, segurando entre o polegar e o anelar a ponta caso, fizemos apenas uma vez, poderá ser feito mais
fixa desta urdidura. Ao concluir a primeira volta, a vezes, em nUmero ímpar para que as pontas acabem
ponta móvel passa por cima do chicote fixo, e continua sempre por encontrar-se, lado a lado, como se mostra
para a esquerda, a dar uma segunda volta, paralela na fig. 5. A pinha ficará então com mais gomos, o que
e à esquerda da primeira, vindo o chicote móvel passar será importante quando a pinha se destine a abraçar
por baixo do chicote fixo (na parte de baixo) e logo a um diâmetro mais largo; no caso do porta-chaves,
seguir por cima do fio da própria segunda volta, e, com porém, o diâmetro da gacheta é tão pequeno, que esta
um pouco mais de jeito, por baixo do fio da primeira pinha de anel, feita, com o mínimo de gomos, está
volta (indicado por setas na fig. 4). perfeita.
Em seguida, larga-se de mão este fio, e vai fazer- Pois bem, façamos duas pinhas de anel, soquem-
-se passar, do lado de trás (ou das costas dos dedos -se, enfiem-se sobre a gacheta que antes havíamos
onde se deram as voltas) a porção do fio da 1,· volta urdido, tudo ainda com pontas que tenham sobejado.
poc baixo da porção paralela do fio da 2.· volta. Em Uma das pinhas de anel enfia-se pela ponta livre da
frente da ponta de trabalho que sai debaixo do fio da gacheta, leva-se até ao aperto de linhas por onde a
1.· volta, aparece agora o fio da 2.- volta cruzado sobre gacheta se iniciou, e aí soca-se bem sobre a atadura
o da primeira, e aquela ponta de trabalho retoma-se de segurança. Uma pequena gota de cola sobre as li-
para passar por cima do fio que se lhe apresenta à nhas inestéticas, faz-se escorregar a pinha de anel, já
frente, e, logo a seguir, por baixo da porção de fio bem socada, até cobrir essas linhas, e cortam-se-lhe
seguinte (da 1_· volta, como se vê). as pontas que sobraram. Está aplicada a primeira
Se nesta fase, retirarmos com certo cuidado a pinha de anel - fig. 6.
urdidura da ponta dos dedos, e apertannos (socarmos) Enfia-se também a segunda pinha, ainda mal
aos poucos as duas pontas em volta, por exemplo, do socada , sobre o extremo da gacheta, e agora vão-se
dedo indicador, verificamos que a pequena pinha de passar as pontas da gacheta ainda sobrantes, pelo anel
anel está ... formada! Pois bem, repare-se na fig. 5 da guarnição metálica do porta-chaves, deixa-se a
onde, lado a lado com a ponta fixa, se apresenta a folga que se entender, dobram-se os fios para trás, e
ponta móvel, ou de urdidura (trabalho). vão-se atar com linha fina, onde se tinha feito o
Para a pinha ficar mais cheia, basta dobrar os fios, extremo da gacheta - veja ainda a fig. 6.
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