Page 44 - Revista da Armada
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Batalhas e combates






            da Marinha portuguesa (XLIV)






            \f-"LACA  (Jantiro de  152.&,     ques capitão-mar do mar de Ma1aca  e.   da.  diante  da  cidade.  uma  notilha  de
                                              logo  em  Dezembro desse  mesmo  ano.   catorze lancharas de Bintão para mais um
                  a  sequência  do  desaire  sofrido   enviou-o a  bloquear  o  porto  de  Bintão   dos  seus ataques  relâmpago.
                  pela armada de Malaca no rio de   com  uma  annada  constituida  por  três   Aproveitando-se da escuridão, as di-
            NMuar, do abandono da fortaleza   naus pequenas, dois earaveJões, uma lan-  tas lancharas conseguiram chegar muito
            de  Pacém  e  da  perda  do  galeão  de  D.   chara e um calaluz, em que iam embar-  perto da nau de Simão de Abreu. que es-
            Sancho  Henriques.  durante  o  ano  de   cados cerca de duzentos  portugueses.   tava fundeada junto da c-hamada Ilha das
            1523. Jorge de Albuquerque. ao mesmo   Em Malaca ficou apenas uma peque-  Naus, sem serem pressentidas.  Quando
            tempo que mandava pedir socorro ao go-  na nau com que Simão de Abreu  viera   o vigia deu o alanne, já não houve tem-
            vernador da Índia,  procurou aproveitar   uunbém das Malucas. mas fazendo a via-  po para aprontar a artilharia principal e
            da  melhor  maneira.  os (racos  meios de   gem  pelo norte da  ilha de Bornéu.  Se-  os !reze portugueses que estavam a bor-
            que  dispunha  para  continuar  a  guerra   guindo esta rota experimental, demorara   do  nada  mais  puderam  fazer  do  que
            contra  o  rei  de  Bintão.       apenas cinco meses,  em contraste  com   agarrar-se às espingardas e aos _berços ..
               Em Setembro de 1523. havia chega-  os oito que demorara D.  Garcia Henri-  e, provavelmente meios nus, começar a
            do a Malaca D. Garcia Henriques que re-  ques, já que, tendo sardo de Ternate em   disparar  sobre  os navios  inimigos.
            gressava  das  Molucas.  Será  curioso   Junhode 1523, chegou a Malaca em No-  Diga-se  de  passagem  que  um  dos
            referir que, tendo feito a viagem pelo ca-  vembro desse ano.        maiores defeitos do porto de Malaca era
            minho tradicional. ou seja. petas ilhas de   Partida a armada de D. Garcia, Jor-  ser um  porto aberto e  muito espraiado,
            Banda e Java. demorou cerca de oito me-  ge  de  Albuquerque  mandou  ao  rio  de   o que obrigava as naus a fundear muito
            ses pois que.  tendo  largado de Temate   Muar o  feitor da fonaJeza com todas as   longe da fortaleza e, consequentemente,
            em Janeiro de 1523. só chegou a Mala-  embarcações de certo porte que havia em   fora da prolecção da artilharia desta.  É
            ca em Setembro. Quando foi  conhecida   Malaca  para  trazer  mantimentos.  Ora   claro que tal  inconveniente poderia  ser
            a mane de D. Sancho em Pão. Jorge de   aconteceu que durante a ausência daque·   facilmente  corrigido com a  construção
            Albuquerque nomeou  D.  Garcia Henri-  le, certa noite, chegou sem ser detecta- ,  dum baluarte artilhado na Ilha das Naus.




                                                                       " .      MALACA-1524


                                                                                . ".
















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