Page 25 - Revista da Armada
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LANÇAMENTO OE UM XADREZ
ALUSIVO
AO TRATADO DE TORDESILHAS
No passado mês de Outubro, num lança-
mento espectacular na Torre de Belém, por
uma conhecida Empresa, e um Banco, com
a cOlaboração da Marinha, os ponugueses re-
cordaram uma vez mais a importância dos
dois Pafses Ibéricos na história mundial do
século XV.
A divulgação de um xadrez em que as
peças no tabuleiro representam, de um lado
D. João D e D. Leonor. Vasco da Gama e
Pedro Álvares Cabral, D. Francisco de Al-
meida e Afonso de Albuquerque, e no cam-
po oposto os Reis de Castela, Cristóvão
Colombo e Fernão de Magalhães, por exem-
plo, conslitui sempre uma ideia criativa, cul-
rural e com valor histórico.
A Marinha, represenlada pelo Chefe do
Estado-Maior da Armada e por muitos dos
seus oficiais, associou-se a este lançamenlO,
acedendo a um convire dos organizadores que
quiseram sublinhar. naquela cerimónia, que
os actuais marinheiros são os legítimos her-
deiros das tradições, coragem e espírito aven-
tureiro dos I"Ortugueses. exemplos marcantes de um passado históri- o AlM F~tlo do POlIU e o administrador do
A memória dos homens é curta. Con- co de que muito nos orgulhamos. Philat. Andrtas Wolf/.
gratulamo-nos sempre que outros, que não só
os marinheiros, se preocupem em deixar (Co/aboroçt20 do CFR Monteiro Coelho)
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lápide comemorativa junto da pona que tra-
dicionalmente tem o nome do seu patrono.
_Um acto simbólico mas inéditO>o, como afir-
mou um jornalista da LUSA que penenceu
ao curso.
Estiveram presentes um representanle do
ALM Chefe do Estado-Maior da Annada e
um representante do presidente da camara
Municipal de Lisboa.
A figura daquele lendário herói tem sido
contestada por alguns historiadores, mas, c0-
rno afinna Alfredo Pimenta, "'0 feito de Mar-
tim Moniz é um facto histórico" por ".iá ser
tradicional dar-se a uma das ponas de Lis-
boa o nome de Pana Manim Moniz,. e cuja
existência remonta a 1258 ou seja, cerca de
cem anos depois da tomada da cidade.
Do Anuário da Escola Naval, se transcre-
ve a biografia do lendário herói que serviu
de base à sua escolha para palrono do curso:
_Fidalgo do tempo de D. Afonso Henri-
ques, praticou feitos memoráveis na Batalha
de Ourique em 1139, e participou na conquis-
ta de Lisboa em 1147, em que teve mone glo-
Homeoogem do Curso .Morfim Moniz» ao $tu riosa, quando se atravessou na porta do
Patrono. OFICIAIS DA ARMADA Castelo. a fim de que os seus companheiros
HOMENAGEIAM MARTIM MONIZ passassem para dentro da cidade. Os mou-
ros lentaram inutilmente fechar a pona. de
No passado dia 3OdeOutubro concentrou- que resultou ficar Manim Moniz gravemen-
-se no castelo de São Jorge. em Lisboa, um te ferido. Quando os portugueses já enfiavam
grupo de oficiais da Annada que, de fonna pela abertura puderam ainda os mouros cor-
singela, quis prestar a sua homenagem ao tar a cabeça ao herói.
herói da Tomada de Lisboa. Estes oficiais A porta ficou com o seu nome e o seu bus-
penencem a um grupo de cerca de 60 jovens 10 esculpido na muralha por determinação de
que, em Setembro de 1966, foi incorporado D. AfollSO Henriques.~
na Escola Naval. De acordo com a tradição As comemorações dos 25 anos do curso
daquela Escola foi-lhes atribuído um patrono: "Martim Moniz,. continuarão com outras ini-
MARTIM MONIZ. ciativas que serão oponunamente noticiadas.
Os oficiais - hoje quase todos capitães- Está prevista ainda a manufactura de uma
-de-fragata - em unifonne 3B. e alguns an- estatueta alusiva ao evento.
tigos camaradas que ao longo dos anos foram
deixando a carreira naval. descerraram uma (Co/aboroçlJo do CFR Rodrigue5 Pereira)
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