Page 204 - Revista da Armada
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r--:c----· o C.lpIIJo-<k-friJ8iliJ  HennqlJ(' joJo Pais  ViColS  de
                          GJr.aUn,  lIo1SC'ÔO  ii 6 c*! .\Io.eOOro de  1942, iu ~
                          dum.!  íiJmll~ iJlenr~ mullO iJficion<Jda  .lOS  lOiros.
                          /t'Ild) ~ dlriII'Ue \3nQI 01lIO$, o iamoso Grupo ~
                          Forcildos ~ tk MofItemor-o-NO\.'O. de que é
                          abo.JCtWImet-.e tev lI'moJo P.-..b VJCaS de ÜNa/hO.













                                                                            .-
                                                               [

                                                               Nos seus  lempos  ãur~ de forcado do Grupo de  Monlemor, Henrique  \'JC.IS  de
                                                               Carvalho,  o ·Hila- na giria  do mundo dos loiros,  consum.1ndo uma rijJ  /1t8J  fI~
                                                               caras, ~ barbela, a um ~/c exemplilr dil HJtli1dilria dos JrmJoi Oliveira, nUmJ (O((i·
                                                               ~ rea/izad.J em Lisbod,  na praça do CJmpo Pequeno,  em 3 de Maio de  1964, na
                                                               qual intervieram como CiNaleiros David Ri~iro Telles e José .... lesIre Bali)!,1 e como
                                                               espddikS o ~nhol Paco úmino e o ponugués José Simões.

                                                               no  Vaticano  os  insignes  mala-  Mas,  de  entre  as  várias
                                                               dores  de  toiros  espanhóis   modalidades  do  toureio, uma
                       ,""                                     António  Ordonez e Manolo   há que, embora sem as maravi-
                     se \15te po# \'Ues                   em   Vasquez,  lhes  concedeu,   lhas  que nos  podem  ser pro-
         IHfdt de despedida  ou de hcmenilgem "       \'etTf()$  (o   conhecedor da sua profissão, o   porcionadas  pela  Arte  de
         sesundo iJ contar d<I direit.a)  /Id5 c~ias de Umd ((}(Tida de homenagem ao C'II'J·
         feiro)o5l Samuel Lupi,  realiziKU  no alIO pilswJo nd PfiÇd de toiros de Coruche,   privilégio de uma bênção espe-  Montes  e  pela Arte  de  Marial-
         imesrado  00 Crupo de  Forc.nJos dI Amiude, formido por velh.J5 glória5 da  iotciJ-  cial "dirigida aos seus corações   va,  é  a  mais  retinta mente
         chHtm flJcionill.                                     e  às  suas  mãos',  numa  de-  lusitana. Estou  a  referir-me  ii
                                                               monstração  da  mais  humana   pega (de  caras, de cernelha ou
                                                               compreensão e tolerância  pela   até de costas), essa emocionan-
                                                               íesta taurina.              te ·sorte" que só o português de
         estáticas  imponentes, ora  em
         lentos e "templados" movimen-                                                     raça e castiço, com  a sua  ina-
         tOS,  ali  a escassos  centimetros   o ex-manMrio iideito especial FntICiscO José c.osu  r--~=<-:-'-'   balâvel  força  anímica, a sua
         das  hastes,  impressionantes  e   MonIeZo,  I~ COIIhedtiJ {# FtatriJcD (.aQ      audâcia, o seu  arrojo e o se\J
         ameaçadoras, do loiro, bruto e   IliJ!Cm a 21 de M.lrço de 1941, é t.f7I ctJr1hedOO .bt:or-  destemor,  seria capaz de reali-
                                    do ainda em ac:rivid.1de. >encb, desde  1983, o cabo do
         bravo,  criado  na  lezíria  para   arJmado e popufJr Grupo de ForcJdos Amadores   zar.  E,  a este propósito, não
         aquele  combate,  frontal  e   LllSlratlOS, e tendo-se iniciado em  1967 na iJCIividade de   quero deixar de  reíerir a saba-
         nobre,  entre  a  sua  selvática   pesador de lOiros no Grupo de Fotr:ado5 ~ do
         iorça  instintiva  e a habilidade   MOtIIijo, /ev.Jdo pelo SiJ!8eflIO CoisinhJs,
         elaborada  e  artística  do
         Homem.
          Daí que  tanta  gente  ilustre,
         do  mundo das artes, das letras
         e das ciências.  ame e  tenha
         amado a iesla  taurina,  elegen-
        do-a  por vezes como tema das
         suas  obras,  desde  pintores,
        escultores,  musicos  e poetas,
         até  romancistas,  historiadores,
         humanistas  e professores  uni-                                                   Tendo  pilrtidpaoo, com o seu  Grupo,
         yersitários.  Basta  lembrar                                                      II<lS  I7ImOlgens  da conhecida série 11'1e-
                                                                                           visiva '0  Barco 00 Amor", aqui \'l'fflOS
         nomes  como  Francisco  de                                                        o Chico COSIa, C"iJ5liço e bem d,V'OSlO,
        Goya.  Ignácio  de  Zuloaga,                                                       posando com a  Mary CrOibl'_  ~rliSla
         Federko Garcia  lorca,  Ernest                                                    daqwfa  série. aq/ldndo cUs tilrmgern.
         Hemingway,  Blasco  Ibanez,                                                       na prafa de toiros do úmpo 1'eqJero.
        Gregório  Maranon,  Tierno                                                         emLisboJ, em J de Maio de 198;
        Galván  e, entre  nós,  Ramalho
        Ortigão,  Eça  de  Queiroz,   FrimciJl:o CDS«!  nUITId emociOniJnle pep de caras. ii cómea,. a um soberbo exem·   rosa  reacção do portuguesís~i­
         Bulhão  Pato,  António  Enes,   plJr de 640 kgs ~ g.a~ria de Herdeiros de PrudMcio da Silva SantOS, numa c«·   mo  Ramalho Ortigão, quando,
         Fialho  de  Almeida,  Oliveira   rida de lOIros realizada na priJÇa de Setribal em 1985.   no reinado de D.  luís,  um  ine-
        Martins, Alves Redol e Vitorino                                                    fável  governador  civil  de
         Nemésio,  para  se aquilalar do   Vm toiro t perigo de morto   l m loiro qut' * dom;fId   Lisboa decidiu proibir as pegas
        peso  da  íesta  dos  loiros  na   "LU Q  /TIilf l.Jrgo t  prOf! '/lO)   da ao iorCJdo O eme/o   de  touros:  "Às  razões  de  bran·
        "intelectualidade- das  duas   t  sem tlLit'idA mAi.) ;Grtt   di- abraçilr ntit> .. cilmpiru   dura de costumes, de  humani-
        nações ibéricas, e não SÓ.  E até   qut O m.f/OI  loiro do m mdo   mais., sol da Riwlt;o   dade, de  filosofia, de  civiliza-
        o bondoso  e ecuménico  Papa                                                       ções  invocadas  por quem diri-
        João  XXIII, ao  receber um  dia    ado * 'tnwn:6:I f.,;.m                         ge  esta  jiga-joga, eu, humilde
        22  JUNHO 93 .  REVISTA DA ARMADA
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