Page 276 - Revista da Armada
P. 276

NOTíCIAS


                          NO 2." CENTENÁRIO DO DIQUE DA RIBEIRA DAS NAUS


       •  o segundo centenário da
        inauguração do Dique da Ri-
        beira das Naus ou  "Dique do
        Arsenal da Marinha", foi  sole-
        nemente evocado no dia 1 de
       Julho, numa cerimónia cm que
        foi  descerrado O busto do  te-
        nente-general  Bartolomeu  da
       Costa, um engenheiro militar,
        que no século XVIII  foi o prin-
        opal responsável  técnico pela
       construção da  primeira doca
        seca em Portugal.
         A cerimónia  foi  presidida
        peJo Chefe do Estado-Maior
        da  Annada, Almirante Fuze!a
        da Ponte. e leve a presença do
       Chefe do  Estado-Ma ior do
        Exército, General Cerqueira
        Rocha,  e do engenheiro Leiria
        Pinto, em  representação  do
        presidente da Câmara  Muni-
        cipal  de Lisboa,  tendo consti-
        tuído uma homenagem públi-
        ca ao Exército e à Engenharia
        Militar.
         O antigo dique do Arsenal
        Real da  Marinha  foi  construí-  o  primeiro  navio  que  nele   mentos.  O  tempo  deu-lhe   submarino "Espadarte".  Em
        do  na  gerência do ministro   entrou. Curiosamente, o tenen-  razão.  O dique, que na  época   1947, quando abriu ao trânsito
        Martinho de Melo e Castro, as   te-general  Bartolomeu  da   era uma obra notável de enge-  a avenida da Ribeira das Naus,
        suas obras demoraram cerca   Costa  propusera uma localiza·   nharia, era demasiado sensível   o dique do Arsenal foi definiti-
        de 4 anos, custou cerca de 350   ção da  doca  nos locais onde   aos assoreamentos e passou   vamente atulhado,  embora
        contos de reis e foi inaugurado   hoje se encontram as docas da   por largos períodos de inope-  existam planos pma O dcsater-
        em 28  de Dezembro de 1792,   Lisnave  e  do  Arsenal  do   racionalidade.  No dia 22 de   rar a curto prazo, tomando-o
        tendo sido a  nau  "N' S' da   Alfeile, por serem mais abriga-  Junho de 1939 saiu  da  doca o   numa  relíquia  do património
        Ajuda e S. Pedro de Alcântara"   dos e menos sujeitos a assorea-  último navio que a utilizou: O   da Lisboa  ribeirinha.




                  ACADEMIA DE MARINHA                                  TABAQUBRA PARTICIPA NO

        •  No dia 15 de Junho, em ses-  Marinha Portuguesa  H  ,  publi-  RESTAURO DA FRAGATA "D.  FERNANDO"
        5.10  realizada  no auditório da   cada em 3 volumes.
        Academia de Marinha, a que   O homenageado  proferiu   •  No  passado dia 28 de Maio   Fernando II e Glória", que já
        presidiu o Almirante Chefe do   depois uma conferência intitu-  teve  lugar,  no  Museu  de   decorre em Aveiro.
        Estado-Maior da  Armada,  e   lada  "A evolução do pensa-  Marinha,  a cerimónia de assi-  Ao acto estiveram  presentes
        que teve a presença de nume-  mento  naval  português", em   natura  de um  protocolo entre   o presidente do Conselho de
        rosos confrades, convidados e   que apresentou os conceitos   a  Tabaqueira e  a  Marinha,   Administração da Tabaqueira,
        amigos do homenageado,  foi   de estratégia  e táctica  navais   através do qual aquela empre-  dr. Alexandre de  Lucena  e
        entregue,  pelo Almirante Fu-  da  Marinha  Portuguesa  na   sa  formalizou a doação de 15   Valle, e o director do Museu
        zeta da Ponte, ao comandante   época  em  que dominava os   mil  contos,  como  contributo   de  Marinha, CMG  Martins e
        Armando da Silva Saturnino   mares.  Defendeu  a excelência   para o restauro da  fragata  "O.   Silva.
        Monteiro, o diploma  do  prê-  da construçâo naval e da arti-
        mio  "A lmirante  Sa rmento   lharia dos nossos navios de
        Rodrigues", com que aquele   então, embora referisse as  fra-
        prestigiado oficial foi  distin-  quezas devidas à sua veloci-
        guido  pela  Academia  de   dade  ser  invariavelmente
        Marinha.                   menor que a dos navios inimi-
         O  CALM  Rogério  d'Oli-  gos. Acentuou, ainda, que,
        veira,  presidente  da  Aca-  nesse tempo,  mais do que a
        demia, em breve síntese, elo-  ofensiva  balística, era a abor-
        giou  O galardoado e a sua   dagem e o combate corpo a
        obra,  destacando aquela  pela   corpo, a forma  mais nobre e
        qual  lhe fora  atribuído o pré-  mais digna de um combate
        mio:  "Batalhas e combates da   naval.
        22  AGOSTO 93 .  REVISTA  DA ARMADA
   271   272   273   274   275   276   277   278   279   280   281