Page 134 - Revista da Armada
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INSTITUTO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS
A sua actividade em 1998
A sua actividade em 1998
ma vez mais se aproxima uma
época balnear, momento viva-
U mente aguardado por crianças e
adultos, ambos sequiosos por sol, água,
relaxe e descontracção e, como vem
sendo tradição desde há várias décadas,
o Instituto de Socorros a Náufragos vive
a azáfama própria desta época, desde o
olhar com atenção o passado, tirando
daí as respectivas ilações, a encarar o fu-
turo com novo alento.
No que concerne ao passado tem-se
vindo, felizmente, a assistir a uma dimi-
nuição constante dos acidentes fatais re-
gistados nas nossas praias; não só às da
orla costeira, mas também às praias de
rio, lagoas e albufeiras, onde o perigo é
bastante evidente, e onde continuam a
ocorrer acidentes mortais, na sua maio-
ria por incúria dos utentes.
Das sete ocorrências fatais registadas
nas praias do interior na passada época
balnear, ressalta a evidência da falta de
previdência por parte dos utentes, para
além do facto de existir um notório
alheamento por parte de alguns adultos
no que diz respeito à atenção que devem as regras mais elementares de sobrevi- problemas do foro cardíaco, fica a
dispensar para com os seus filhos, muito vência, nomeadamente a que este Insti- recomendação, uma vez mais, para não
especialmente em zonas de risco, como tuto divulga e que refere o espaço de 3 estarem demasiado tempo expostas ao
são os casos de correntes e fundões exis- horas que se deve fazer após as refeições, sol, nem para entrarem de rompante na
tentes nas nossas zonas hídricas. antes de tomar banho. água.
Alguns dos acidentes fatais seriam Na época balnear de 1998, e no que diz
evitáveis se existisse uma maior conscien- Parece, francamente, uma norma ele- respeito às praias vigiadas, registaram-se
cialização por parte de quem usa essas mentar, lógica e de fácil concretização, ao 5 ocorrências fatais e destas, 4 foram aci-
zonas de lazer e que escondem inúmeros passo que o seu incumprimento reflecte dentes cardíacos em pessoas com mais
perigos. Fica aqui, portanto, o alerta. um notório desleixo absolutamente ina- de 60 anos, num universo de 1600 acções
Também os casos de congestões fatais dmissível e de consequências trágicas. de salvamento efectuadas.
seriam evitáveis se as pessoas seguissem No que diz respeito às pessoas com Não há salvamentos que valham a
quem não quer ser salvo, a quem não
quer cumprir as mais elementares regras
de sobrevivência.
No entanto, a maior incidência de aci-
dentes fatais localiza-se em praias não
concessionadas e, na sua maioria, são
causados ora por congestão, ora por ata-
que cardíaco.
Uma vez mais, estas são as causas
principais de acidentes fatais nas nossas
praias. Não há maneira de evitar isso, se
são os próprios veraneantes que não o
tentam evitar, seja qual for a razão.
É evidente que tais factos não servem
de pretexto para descurar a vigilância,
bem pelo contrário, o reforço na salva-
guarda da vida humana nas áreas bal-
neares, quer em meios humanos quer em
meios materiais, tem tido da parte do
I.S.N. a máxima atenção e tem vindo a
aumentar de uma forma consistente;
grandes investimentos têm sido feitos de
forma a proporcionar uma mais eficaz
segurança nessas zonas. ✎
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