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DIRECÇÃO DE FARÓIS
DIA DA UNIDADE
Comemorou-se no passado dia 23 de A data de 23 de Maio de 1924 corre-
Maio o dia da Direcção de Faróis. sponde ao estabelecimento da DF, embora
As comemorações iniciaram-se com esteja atribuída à Marinha a responsabili-
uma alocução à guarnição pelo CMG dade pelos Faróis desde 1892. Mas o
Amaral Pereira, Director de Faróis, serviço de faróis, organicamente estrutu-
seguida da entrega de diplomas aos rado, começou por estar cometido às
elementos que completaram 15 e 25 Corporações Marítimas locais, passando
anos de serviço na unidade e dos por alvará pombalino de 1 de Fevereiro de
prémios dos torneios de sueca e fute- 1758, para a Junta do Comércio. Em 1833,
bol realizados. passou para o serviço das Alfândegas do
Na presença do Director Geral de Ministério da Fazenda e, em 1852 para o
Marinha, VALM Neves de Betencourt, Ministério das Obras Públicas onde pas-
dos antigos directores e de alguns anti- sou, em 1868 a integrar a Direcção Geral
gos faroleiros e funcionários civis, foi de Telégrafos e Faróis do Reino.
descerrada uma bonita peça com a lista A DF começou por funcionar nas
dos directores. instalações de Caxias, onde hoje se
Seguiu-se um concerto pela a Banda encontra o ISN, tendo transitado para
da Armada e o almoço de grelhados ao as actuais instalações, em Paço de
ar livre. Placa alusiva aos Directores da Direcção de Faróis. Arcos, no ano de 1959.
FAROL DO CABO DE S. VICENTE
REMODELAÇÃO DO SISTEMA DE ROTAÇÃO
O actual farol de D. Fernando, no Cabo de S. Vicente, e por isso
vulgarmente conhecido por farol do Cabo de S. Vicente, data de
1846, conforme reza uma lápide existente no edifício: “Este farol foi
mandado construir por ordem da Snra D. Maria II sendo Dir. dos faróis
do Reino o Brigadeiro Gen. A. C. C .P. Furtado em Out. de 1846”.
Em 25 de Março de 1908, após a elevação da torre em mais
5,7 metros, foi instalado um aparelho lenticular de Fresnel
hiper-radiante, que é actualmente o maior existente nos faróis
portugueses, quiçá da Europa. O sistema iluminante era,
naquela altura, constituído por um candeeiro de cinco torcidas,
e só a partir de 1926 o farol começou a funcionar a energia eléc-
trica, por meio de grupos electrogéneos.
Face à enorme dimensão da óptica do farol, com uma distância
focal de 1330 mm e uma altura de 3580 mm, e em virtude do
ponto de apoio
de aplicação da Sistema de rotação do Farol.
força de rotação Os Serviços de Mecânica e Balizagem e de Electrotecnia da Dire-
estar localizado cção de Faróis, idealizaram e desenvolveram um sistema que, de
no centro da forma completamente automática, permite o arranque, a paragem
óptica, não era e o controlo da gigantesca óptica do farol do Cabo de S. Vicente.
possível utilizar Este sistema é composto, essencialmente, por um autómato
um sistema de programável, dois variadores de velocidade dos respectivos
arranque directo motores eléctricos e um “interface” homem/máquina (sinaliza-
da mesma, sis- ção e comandos) e o sensor de rotação. Baseando-se na análise
tema usualmente permanente da velocidade de rotação do motor eléctrico e da
utilizado nos res- óptica, permite que o acoplamento e desacoplamento mecânico
tantes faróis na- do motor eléctrico e da óptica se realize tanto no seu arranque
cionais. Assim, como na sua paragem. Tal sistema permite, ainda, ajustar a
tornou-se sempre velocidade de rotação da óptica ao décimo de segundo.
necessária a pre- Montado no passado mês de Março, ficou, passado um
sença humana período experimental, a funcionar sem qualquer limitação.
para, através de Uma vez mais se regista a elevada capacidade técnica do
um impulso ini- pessoal dos serviços acima referidos, a qual levou à concretiza-
cial, vencer a ção de um desejo há muito esperado.
inércia e dar
continuidade à
O Farol do Cabo S. Vicente em remodelação. rotação da óptica. (Colaboração da Direcção de Faróis)
26 AGOSTO 2001 • REVISTA DA ARMADA