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através de Nicolau Coelho, da chegada à construindo ao longo do tempo, visto que é porcionar a expansão portuguesa no longín-
Índia é estranho que posteriormente (2), utópico alcançar totalmente a verdade dos quo Oriente.
manifeste o seu grande regozijo já que foy factos passados.
logo á capela que está dentro nos paços, onde O historiador deve continuamente pôr José Luís Leiria Pinto
fez oração e deu muitos louvores a Nosso dúvidas, formular questões, por isso escrevi CALM
Senhor por tão grande mercê que lhe fazia, este apontamento e aproveito a oportu-
conforme referido por Gaspar Correia. nidade para convidar os investigadores Notas
Mesmo que não se tivesse verificado históricos a tentar responder a estas pergun- (1) De acordo com a tabela indicada no “Roteiro da Ín-
antes a chegada de Nicolau Coelho, iria tas – Em que data e quem foi que informou dia” de Gaspar Manuel, uma nau da Carreira da Índia po-
D. Manuel acreditar no testemunho de um primeiramente o rei D. Manuel I da desco- derá andar por sangradura, nas melhores condições de vento e de
mareação isto é, com vento ventante quando a nau possa esperar
desconhecido que não apresentava qual- berta do caminho marítimo para a Índia? em pôpa, 43 - 45 léguas. Considerando que a légua por-
quer prova, a tal ponto de o acumular de Qual foi a primeira terra portuguesa do con- tuguesa equivale a 3,2 milhas seria com muita dificuldade
recompensas? tinente europeu a conhecer a boa nova, que as naus da época pudessem ultrapassar os 6 nós.
No passado a teoria da certeza regia a his- Sintra ou Cascais? (2) Mesmo pondo reservas à hipótese da notícia ter
toriografia, nos últimos anos surgiu a teoria Da questão apenas uma quase certeza – sido transmitida por Artur Rodrigues, personagem uni-
camente referida por Gaspar Correia, aquele logicamente
da incerteza que defende que em História foi em Sintra que D. Manuel I tomou co- chegaria ao continente português após Nicolau Coelho,
não há certezas, a História é dinâmica, vai-se nhecimento do glorioso feito que iria pro- visto que este tinha vindo directamente de Cabo Verde.
EFEMÉRIDE
Os 25 anos do “VEGA” na Operation Sail 76
Os 25 anos do “VEGA” na Operation Sail 76
o passado dia 10 de Maio comple-
taram-se 25 anos do dia em que o
N“VEGA” iniciou aquela que foi a sua
grande viagem como navio-escola. Ao largar
da BNL o “VEGA” seguiu nas águas da
“SAGRES”, e com o balão bem cheio,
rumou à bonita cidade de Santa Cruz de
Tenerife, o 1º porto de escala.
Seguiram-se as regatas Sta Cruz de
Tenerife - Bermudas e Bermudas - Newport
(EUA), em que a classificação obtida foi o 3º
e o 14º lugares, respectivamente, entre
dezenas de veleiros e em tiradas de 19 e 5
dias de mar.
De Newport o “VEGA” rumou a Nova
York, onde a 4 de Julho se juntou à esquadra
de veleiros e integrou as comemorações do
bicentenário dos Estados Unidos, regressan-
do a Lisboa a 19 de Agosto, depois de ter A guarnição do “VEGA” em 76, durante o jantar que marcou os 25 anos da dupla travessia do Atlântico.
passado pela ilha do Faial, que talvez aguentem mais 25 anos… Ainda
nos Açores. ninguém as conseguiu saborear!…
Para relembrar as horas
passadas ao leme, as A guarnição, 3 oficiais e 9 alunos da
muitas manobras de velas, Escola Naval, era a seguinte - posto
as parcas refeições de à data (posto actual)
comprimidos e de ovo em
pó e também os bons CTEN Celestino da Silva (VALM)
momentos passados em CTEN SE Sales Grade (CMG)
terra, o comandante, o 2TEN Silva Carreira (CMG)
agora vice-almirante Ce- ASP Leal de Faria (CFR)
lestino da Silva e a sua ASP Dias Pinheiro (CFR)
guarnição de 76 reuniram-
se para jantar no restau- ASP Lorena Birne (CFR)
rante da Associação Naval ASP EMQ Silva Trabuco (CFR)
de Lisboa. ASP EMQ Oliveira Brás (CFR)
Para surpresa de todos, ASP Costa Andrade (CFR)
o “dispenseiro”, trouxe ASP Costa Bento (CFR)
umas embalagens de mag- ASP Rocha Carrilho (CFR)
níficos comprimidos de CAD EMQ Garcia Belo (CFR)
germen de trigo e de óleo
de fígado de bacalhau,
além de outras especiarias, J. Garcia Belo
O “VEGA” na OP Sail76. A largada nas Bermudas no dia 20 de Junho. bem fora da validade, mas CFR EMQ
REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2001 21