Page 222 - Revista da Armada
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PONTO AO MEIO DIA






             A Direcção de Abastecimento

                            Uma silhueta possível



          Q     uis o Vice-Almirante Superinten-  − Instabilidade na atribuição de reforços,  acções, para além das actividades integrantes
                dente dos Serviços do Material, no  condicionando a regular gestão orçamental  da sua missão:
                                                                                UÊ œˆÊVÀˆ>`œÊœÊ >Lˆ˜iÌiÊ`iÊ «œˆœÊDÊ >˜Õ-
                “Ponto ao meio dia” publicado na  e provocando a tentação do ilícito por falta
          nossa Revista de Setembro / Outubro de  de cabimento.                tenção na directa dependência do Director.
          2003, sugerir que os testemunhos dos res-  − Demoras significativas em alguns pas-  UÊ ˜ÃÌ>œÕ‡Ãiʘ>Ê`i«i˜`k˜Vˆ>Ê`œÊ   Ê
          ponsáveis dos diversos sectores funcionais  sos dos procedimentos de obtenção, nalguns  (Centro de Abastecimento) o Gabinete de
          da área da SSM, viessem à cena neste mes-  casos imputáveis à complexa tramitação con-  Apoio ao Requisitante.
          mo espaço editorial.              tratual regulada pelo D.L. 197/99 etc, etc.  UÊ*Àœ“œÛiÀ>“‡ÃiÊ>}Փ>Ãʓi…œÀˆ>Ãʘ>ÃÊ
            E foi assim que dei comigo a alinhar estas   Parece-me pacífico que o atrás enunciado  instalações.
          palavras, de forma a que constituíssem um  seja do conhecimento dos agentes superiores   UÊ ˜Ã̈ÌՉÀ>“‡Ãiʓj̜`œÃÊ`iÊ>Û>ˆ>XKœÊ
          todo coerente, leve (de fácil leitura) e eficaz.  da administração pública.  permanente das refeições confeccionadas
          A Marinha, principalmente aquela que lê a   Contudo, gostaria de deixar a todos os  ˜>Ê   °
          Revista e mais especificamente a que quer  eventuais leitores, uma espécie de:  Propomo-nos no corrente ano, obviamen-
          saber a “quantos navega”, conhece bem a   “Sabia que”. Ora então:    te concretizar o que institucionalmente nos
          realidade do Abastecimento Naval. No en-   Sabia que:                é exigido e ainda:
          tanto, quem comunica, sempre acredita que   1. Para uma lotação aprovada de 341 efec-  UÊ œ˜Ìˆ˜Õ>ÀÊ>Ê«>À̈Vˆ«>ÀÊ>V̈Û>“i˜ÌiʘœÃÊ
          informa, o que nem sempre é verdade. Es-  tivos, (Militares e Civis) em 2000 existiam  projectos em desenvolvimento no MDN
          peremos que desta vez o seja.     308, … e nesta data existem 269;   (Central de Compras e SIGDN).
            A actual Direcção de Abastecimento é su-  2. Nos funcionários civis existem 2 licen-  UÊ ˜VÀi“i˜Ì>Àʘ>ʓi`ˆ`>Ê`œÊ«œÃÉÛiÊœÃÊ
          cessora de um outro organismo cuja origem  ciados, 53 com a antiga 4ª. classe e 1 sem es-  procedimentos contratuais inerentes às no-
          remonta a Maio de 1924, então com a desig-  colaridade;              vas metodologias do aprovisionamento, su-
          nação de Direcção dos Depósitos de Mari-  3. A média etária do pessoal civil em ser-  periormente aprovadas.
          nha. Várias alterações se foram produzindo  viço na D.A. é de 52 anos;  UÊ œ˜Ìˆ˜Õ>ÀʜʫÀœiV̜Ê`iÊÀi˜œÛ>XKœÊ`œÊ
          ao longo dos tempos, que por fastidiosas se   4. Em 2003 foram executados cerca de  sistema alimentar na Marinha.
          omitem, e que evoluíram para a versão ac-  15 M € em sobressalentes, mas fornecidos   UÊ*ÀœÃÃi}ՈÀʘ>ÃÊ>VXªiÃÊ`iÊVœ˜ÃiÀÛ>XKœÊiÊ
          tual, legalmente sustentada no Decreto-Re-  mais de 21 M €, o que se traduziu numa  adequação das instalações:
          gulamentar nº 23/94 de 1 de Setembro. A  erosão de “stocks” da ordem dos 6 M €;  UÊ œ˜Ãœˆ`>ÀÊ>ʜ«iÀ>XKœÊ`œÊ-ˆÃÌi“>Ê`iÊ
          D.A. como é entre nós conhecida é, segun-  5. A taxa de satisfação das requisições rece-  Informação do Abastecimento.
          do o conceito organizativo assumido, o or-  bidas variam entre os 100% nos Mantimen-  UÊ ÌiÀ>ÀÊ>Ê`i«i˜`k˜Vˆ>Ê>`“ˆ˜ˆÃÌÀ>̈ۜ‡w-
          ganismo abastecedor da Marinha, ainda que  tos, passando pelos 93,7% de impressos e a  nanceiro dos Depósitos Pol Nato de Lisboa e
          algumas excepções estejam cometidas a ou-  mais baixa se situa na área dos sobressalentes  Ponta Delgada da D.A. para o DGIE/MDN.
          tros organismos.                  electrónicos que foi em 2003 de 73,81%.  Finalmente gostaria de dar a conhecer
            Foi com alguma curiosidade, que ainda jo-  6. Se conseguiu gastar menos 300.00 € em  algumas condicionantes externas da ges-
          vem cadete de Administração Naval embar-  2003 na rubrica “Géneros para confeccionar”  tão que no nosso entender, assumem maior
          cado na “SAGRES” que, conjuntamente com  que em 1998, naturalmente por força da re-  relevância:
          alguns camaradas da classe de Marinha me  dução dos efectivos, mas também por uma   UÊ œ“«iÝ>ÊÌÀ>“ˆÌ>XKœÊ«ÀœViÃÃÕ>Ê˜>Ê
          propus “baixar” ao horizonte o astro rei, na  politica de aquisições contratualizadas, cada  aquisição de bens e serviços (DL 197/99).
          arte / ciência que hoje dá titulo a esta coluna.  vez mais abrangente;  UÊ ˆ“ˆ˜ÕÌ>Ê«ÀiÃi˜X>ʜÕÊ>ÕÃk˜Vˆ>Ê`iÊv>V-
          Confesso que muito jeito daria a possibilidade   7. Se processam em média 358 requisi-  tores de planeamento.
          de se poder trabalhar com um horizonte sub-  ções por dia;              - Planos de Rotina de Manutenção
          jectivo, ou mal definido. Ora acontece que não   8. Que para a actividade abastecedora o   -  Listas de Identificação de Artigos de
          é só em navegação que tal impossibilidade é  orçamento executado pela D.A. foi em 2002   Substituição
          real. Também a quem tem a responsabilidade  cerca de 33 M €, em 2003 um pouco mais de   - Tabelas de Armamento
          de gerir os restritos orçamentos que na área da  32 M € e em 2004 o atribuído foi (±) 21 M €   UÊ ÝViÃÈÛ>Ê`i«i˜`k˜Vˆ>Ê`œÊ“iÀV>`œÊˆ˜-
          logística do material alimentam a Marinha, os  (não se sabendo como irá acabar);  ternacional (sobressalentes)
          horizontes “nublosos” e indefinidos são limi-  9. Em 2003 se efectuaram 695 transacções   UÊ Ãw݈>Êw˜>˜ViˆÀ>°
          tativos duma gestão que se pretende eficiente,  com reparáveis.        Esta é uma silhueta possível da Direcção
          eficaz e económica. Nesta perspectiva e sem   No entanto, entende a Direcção que as ho-  de Abastecimento, na qual servem homens
          novidades, passemos por alto aos lugares co-  ras sofridas que vivemos, em consequência  e mulheres, militares e civis, que diariamen-
          muns, no que se refere à vida da D.A.  das restrições de todos conhecidas, não nos  te procuram contribuir para o cumprimento
            − Fortes restrições orçamentais.  fazem desanimar e por si só não deverão  da missão que nos está atribuída, fazendo
            − Evidente decréscimo do número de  constituir álibi que esconda e justifique, in-  jus ao nosso lema: “Estamos na Guerra mas
          efectivos, não só face às lotações aprova-  capacidades, inoperâncias, falta de profissio-  não colhemos os louros”.
          das, mas também em relação às reduções  nalismo etc. Por isso e para além de toda a                 Z
          já aceites, em sede de Directiva de Recur-  envolvente de carências que se fazem sentir,   Augusto Silva e Pinho
          sos Humanos.                      foi a D.A. capaz de desenvolver as seguintes                CALM AN


         4  JULHO 2004 U REVISTA DA ARMADA
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