Page 245 - Revista da Armada
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formatura (à excepção dum
dos navios que se manteve
à procura de náufragos) e se-
guir a baixa velocidade em
direcção à baía de Tripoli.
Aí, a guarnição do Camper-
down passou a noite a repa-
rar a avaria produzida pelo
abalroamento. O que mostra
que o esporão era afinal (sal-
ve-se a expressão) um pau de
dois bicos.
Este acidente, foi julgado
num Conselho de Guerra Id. Camperdown adornado.
que se empenhou, funda-
mentalmente, em defender a honra de A. Estácio dos Reis
Sir George Tryon e o prestígio da Royal Notas CMG
1
Navy. Existe literatura sobre este julga- 1 Hough, Richard, Admirals in collision, Londres, 1959
mento, até na Internet, cuja leitura acon- http://dailystar.com.lb/article.asp?edition_
selhamos ao leitor. O autor deste artigo id=1&categ_id=1&article_id=8034
apresentou, recentemente, uma comu- http://ahoy.tk.net/macslog/Stupidityreygnsandthe-
nicação na Academia de Marinha sobre nAdm.html
2
The Royal Navy. A History from the Earliest Times
Id. esquema da colisão. este mesmo tema. Z to the Dead of Queen Victory, vol. VII, p. 24
Submarino Norueguês doca no Arsenal do Alfeite
Submarino Norueguês doca no Arsenal do Alfeite
O 1 novar a certificação para mais um perío-
Esta docagem permitiu ao “ULA” re-
submarino KNM “Ula” que
participou em missões no Me-
diterrâneo e no Atlântico des-
pela primeira vez, efectuar a rendição
de Fevereiro, atracou em Lisboa, em do operacional, continuar a missão e,
visita de rotina, a 18 de Maio de 2006, completa da guarnição, fora da No-
após conclusão do exercício “Sword- ruega, facto que permitiu a mais pro-
fish”. A sua participação na missão se- longada missão de um submarino no-
guinte, nas águas de Cabo Verde, estava rueguês fora suas águas
condicionada a um conjunto essencial territoriais.
de operações de manutenção. O comando do sub-
Não tendo, nesta área geográfica, marino redigiu uma
qualquer ponto de apoio para garantir a sus- nares foram cruciais mensagem de agradeci-
tentação logística da função manutenção da para que o NDLO mento aos intervenien-
sua esquadrilha de submarinos, e a fim evitar optasse, prontamen- tes onde pode ler -se.
um regresso antecipado, a Noruega iniciou te, por Portugal. “…A special thanks for
contactos diplomáticos no sentido de verificar Garantindo uma the support and assis-
a capacidade e viabilidade de realizar as referi- docagem em segu- tance with the dry-do-
das operações de manutenção no estrangeiro, rança, o AA tam- cking of “ULA”. Your
por intermédio de uma docagem a realizar nos bém traduziu os procedimentos de docagem professionality, speed and service is an inspi-
2
finais de Maio. e de navegação do canal de entrada e par- ration and will not be forgotten” .
Foram contactados, além de Portugal, Es- ticipou nas operações de manutenção rea- A Marinha, através dos serviços do Arsenal,
panha e Itália. lizadas por técnicos noruegueses. Coorde- correspondeu, assim, ao desafio de, pela pri-
O Arsenal do Alfeite através de contacto di- nou um conjunto de actividades efectuadas meira vez, docar um submarino estrangeiro
recto com o Organismo Logístico de Defesa pela Esquadrilha de Submarinos e Direcção em Portugal.
Norueguês - NDLO, conseguiu os elementos de Navios, nomeadamente o desembarque Z
necessários para confirmar que era tecnica- e armazenamento de víveres e fluídos, o de- (Colaboração do Arsenal do Alfeite)
mente possível satisfazer integralmente todas sembarque transporte e o armazenamento de Notas
as pretensões de apoio e docar o submarino torpedos e outro armamento. 1 O submarino “ULA” foi montado e entregue na
entre 24 a 29 de Maio. O Arsenal do Alfeite está certificado de acor- Alemanha, no estaleiro Thyssen Nordseewerk, em
Antes de formalizarem a encomenda, milita- do com a norma ISO 9001: 2000, em cujo o Emden no final da década de 80, tendo sido aumen-
tado ao efectivo em 1989. As secções do casco foram
res submarinistas responsáveis pelo planeamen- âmbito se compreende o processo de manu- fabricadas na Noruega.
to, manutenção e apoio logístico da Submarine tenção de submarinos. Trata-se do primeiro submarino da classe, que inclui
Systems Section do NDLO, deslocaram-se ao No final, o sucesso da docagem foi realçado cinco outras unidades.
Arsenal do Alfeite para fazerem uma apreciação pelo Director da NDLO, que agradeceu pes- As características gerais são: Comprimento: 59 me-
in loco da sua capacidade industrial. soalmente o empenho e o profissionalismo no tros, Boca: 5.4 metros, Deslocamento em imersão 1150
toneladas, Guarnição: 21, Tubos lança torpedos: 8, Con-
A longa experiência de gestão e de execução trabalho desenvolvido. Adiantou também que versão de energia: Diesel- eléctrica, Potência máxima
de manutenção dos submarinos da classe “Al- após o sucesso da primeira docagem de um do motor eléctrico de propulsão: 6000 SHP, Velocidades
bacora” no Arsenal do Alfeite foi um factor de- submarino operacional com torpedos de com- máximas: à superfície - 11 nós; em imersão – 23 nós.
terminante na decisão de realizar os trabalhos bate embarcados fora da Noruega, o Arsenal Fonte: en.wikipedia.org/wiki/Ula_class_submarine
2 “Um obrigado especial para o suporte e assistência
em Lisboa. Também o modo como foram con- do Alfeite passaria a ser uma opção para reali- na docagem do “ULA”. O vosso profissionalismo, rapidez
duzidos os contactos e estudos técnicos prelimi- zação do apoio logístico de manutenção. e serviço é uma inspiração que não será esquecida”.
REVISTA DA ARMADA U JULHO 2006 27