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NRP “Schultz Xavier” no Exercício
NRP “Schultz Xavier” no Exercício
STEADFAST JAGUAR 2006
STEADFAST JAGUAR 2006
ntre os dias 15 e 28 de Junho decorreu o concluídas todas as fainas de material, o navio No âmbito do exercício o “Schultz Xavier”
exercício STEADFAST JAGUAR 2006 no encontrava-se pronto. participou nos levantamentos topográficos das
Earquipélago de Cabo Verde. Este exercício, No dia 21 de Maio o NRP “Schultz Xavier” Praias da Carga e dos Flamengos, na costa sul
concebido pelo JFC HQ Brunssum (Allied Joint largou da Base Naval de Lisboa, com destino a da Ilha de São Vicente, onde foi formada uma
Force Command de Brunssum) com o objecti- Cabo Verde. Durante o trânsito, efectuado com equipa hidrográfica conjunta, com elementos
vo de demonstrar a exequibilidade do conceito forte ondulação nos sectores das alhetas, o navio do H.M.S. “Roebuck” e elementos da equipa
de emprego da NRF (NATO Response Force), fez escala em Las Palmas, no dia 24 de Maio, de hidrografia do “Schultz Xavier”.
formalizado através de resolução do Conselho para evacuar o Marinheiro TFP, que apresenta- Ainda na costa sul de São Vicente o navio
da Organização em Junho de 2003 e conse- va dores lombares após queda provocada pelo prestou o apoio necessário à lancha hidrográ-
quência da declaração final da Cimeira NATO forte balanço, tendo largado desse mesmo por- fica inglesa, durante o levantamento efectuado
de Praga de Novembro de 2002, teve como fi- to no dia seguinte, chegando ao porto de Porto na Baía dos Flamengos.
nalidade conferir ao SACEUR (Supreme Allied Grande, Ilha de São Vicente, no dia 29 de Maio, Terminada esta fase do exercício, que coinci-
Commander Europe) a informação necessária sem novidades a registar. diu com o desembarque da força anfíbia embar-
para declarar a FOC (Full Operatio- cada no SPS “Castilla”, as diferentes
nal Capability) da NRF em Outubro tarefas atribuídas ao navio iriam ser
deste ano. diversificadas, maximizando as capa-
Considerado como um exercício cidade únicas conferidas pelas carac-
de nível estratégico, pretende aferir as terísticas próprias da plataforma, assim
capacidades de comando e controlo como pela possibilidade de emprego
e de sustentação logística de uma for- da equipa de mergulhadores embarca-
ça expedicionária NATO numa área da, facto muito relevante se conside-
de operação diferente das tradicionais rado como a única existente entre os
áreas de influência do Norte Atlânti- dois navios dedicados ao REA.
co. A escolha de Cabo Verde para a A equipa de mergulhadores do
concretização dos objectivos propos- navio foi assim empregue na Baía de
tos, acabaria por constituir mais um Mindelo, de forma a permitir uma
motivo de interesse para a participa- avaliação correcta de dois destroços
ção do “Schultz Xavier”. considerados perigos para a navega-
À missão do navio seria acrescida ção assinalados nas cartas náuticas
outra tarefa, no âmbito de um acordo de Coo- EXECUÇÃO DAS TAREFAS em vigência para aquela área e foram embar-
peração no domínio do Desenvolvimento dos A primeira fase de execução das tarefas coin- cados cinco “sonar decoys” (reflectores sonar)
sectores Marítimo, Hidrográficos, Cartográficos, cidiu com a chegada ao Porto Grande. Foram provenientes do navio alemão F.G.S. “Rhein”,
da Segurança da Navegação e Oceanográficos efectuados os contactos iniciais com as autori- os quais foram posteriormente lançados à água,
entre os Governos de Portugal e de Cabo Verde, dades em terra, nomeadamente com o Instituto concretamente a dia 24 de Junho, simulando a
visando a produção, num futuro próximo, da Marítimo e Portuário de Cabo Verde que aguar- colocação de minas, permitindo ao Grupo Ta-
Carta Náutica do Porto Grande da Ilha de São davam pela chegada do navio no cais e inicia- refa responsável pela condução de operações
Vicente. Para esse efeito, foi atribuí do um perío- dos os trabalhos para a instalação da estação anti-minas o adequado treino.
do de 15 dias, o qual antecedeu o exercício STE- de referência VHF/DGPS no marco geodésico Nesse mesmo dia, o “Schultz Xavier”, após ter
ADFAST JAGUAR 2006, e permitiu, para além do “Morro Branco”, assim como do equipa- embarcado uma equipa de arbitragem do exercí-
da execução do levantamento hidrográfico ne- mento marégrafo no Porto Grande, condições cio e no sentido de proporcionar uma avaliação
cessário à obtenção dos dados para produção essenciais para permitir o inicio dos trabalhos adequada do processo de decisão do comando
da carta pelo Instituto Hidrográfico, a realização de levantamento hidrográfico do Porto que ti- da NRF7 num cenário inesperado relacionado
de reuniões preparatórias com Oficiais da área veram uma duração de 2 semanas. Esse perío- com acções terroristas, simulou o embate numa
de planeamento NATO, visando um melhor do ficou marcado pelos fortes ventos sentidos mina na Baía de Mindelo, tendo sido estabeleci-
enquadramento e perspectivas de emprego do durante toda a permanência nas águas de Cabo dos postos de emergência e verificados todos os
“Schultz Xavier” durante o exercício. Verde, que condicionaram significativamente o procedimentos associados ao evento.
planeamento dos trabalhos e a sua execução, Após terem sido recebidas instruções dando
OS PREPARATIVOS exercendo efeitos negativos na operação da fim ao exercício na manhã do dia 28 de Junho
Após definição das necessidades específi- embarcação “Gaivota”, que por diversas vezes foi efectuada uma última escala de 24 horas no
cas para uma missão que, pelos suas caracte- acusou deficiências originadas pelo estado de Porto Grande, permitindo assim efectuar as fai-
rísticas, constituiu um desafio para os diversos mar. Apesar das condicionantes e mercê do nas de géneros necessários para o trânsito de re-
serviços de bordo, seguiu-se intenso período empenho da equipa do IH, os trabalhos foram gresso, bem como proporcionar mais uma noite
de aprontamento visando assegurar todos os concluídos dentro do prazo previsto, permitin- de convívio com tão afáveis gentes.
aspectos necessários ao embarque e suporte do continuar para a fase seguinte. Mais uma vez a Marinha Portuguesa tinha
logístico de uma equipa de hidrografia com- A segunda fase iniciou-se a 14 de Junho, marcado presença junto das suas congéneres
posta por cinco elementos e de uma equipa de com a participação do navio no STEADFAST europeias e honrado os compromissos interna-
dois mergulhadores, assim como o transporte JAGUAR 2006, integrado na organização ope- cionais assumidos pelo país, numa altura mui-
da embarcação do Instituto Hidrográfico do racional do exercício para a condução de ope- to importante para o reforço da credibilidade
tipo “Cagarra”, a “Gaivota”. rações de recolha de informação hidrográfica das opções estratégicas tomadas pela NATO
Terminados a construção e montagem do em conjunto com o navio H.M.S. “Roebuck”, e do processo de certificação da sua compo-
berço para a embarcação do IH, embarcada a de forma a desenvolver as capacidades de Ra- nente militar.
poita (2900 kg) fornecidas pela Direcção de Fa- pid Environmental Assessment – REA, forneci- Z
róis para garantir a estabilidade da plataforma e das ao CTF 506 – COMSPMARFOR. (Colaboração do Comando do NRP “Schultz Xavier”)
12 SETEMBRO/OUTUBRO 2006 U REVISTA DA ARMADA