Page 2 - Revista da Armada
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Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas

                                                                              N.R.P. “Pacheco Pereira”

                                                                                       N.R.P. “S.Vicente”

                                                                                         N.R.P. “S. Tomé”

                                                                                   N.R.P. “Nuno Tristão”

   Marinha em Angola - 1961

       Para a Marinha, a Guerra de Angola começou em Cabo Verde : a fragata “Nuno Tristão” escalara S. Vicente, logo após
    o epílogo do caso Santa Maria, e preparava-se para regressar a Lisboa, quando recebeu ordem para seguir, sem demora,
    para Luanda, onde haviam ocorrido os incidentes de 4 de Fevereiro.

       Em Angola estava outra fragata em comissão normal - a “Pacheco Pereira”- e os patrulhas“S. Vicente” e “S. Tomé”.
       Como se sabe, pois tem sido insistentemente recordado neste cinquentenário dos eventos de 1961, em Angola não havia
    forças militares suficientes para deter o progresso meteórico da União dos Povos de Angola (UPA) que, do Norte, avançava
    sobre Luanda, sem oposição nem possibilidade de ser travada.
       No momento mais crítico da crise, equacionou-se a hipótese de ter a Marinha que defender Luanda duma invasão – na
    altura tida como provável, ou mesmo certa, dado o ímpeto com que a UPA avançava para Sul, varrendo tudo à sua frente.
       Apressadamente organizaram-se “forças de desembarque”, armadas com “o que havia”, e tomaram-se medidas para
    escolher posições nas ruas de acesso à cidade, por onde os invasores necessariamente teriam que passar.
       Isso, no entanto, não chegou a acontecer, porqueaviolência inicialdaUPAcomeçouaperder-se,eoseuavançoparou.
       Luanda estava, de novo, em segurança. Mas, lá para o Norte, continuava o drama das populações civis aterrorizadas, às
    quais só a Marinha podia dar ajuda e defender do perigo iminente dos ataques da UPA.
       Assim o fizeram, ininterruptamente e durante vários meses, os destacamentos de desembarque dos navios - até que
    chegaram as primeiras unidades do Exército vindas de Lisboa e teve início um segundo período da guerra de Angola,
    bastante diferente do inicial.
       Na passagem deste cinquentenário, é justa e oportuna uma palavra de evocação dos navios e do pessoal da Marinha
    que, nessa época, ali cumpriu, discreta e eficazmente, o seu dever.

                                                                                               Comandante G. Conceição Silva

     Sobre o assunto ver artigos “A Marinha na 1ª Fase da Guerra em Angola” nas RA’s 415/JAN08, 416/FEV08 e 424/NOV08.
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