Page 7 - Revista da Armada
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no grau de exigência e complexidade, ções, reabastecimentos no mar, operações
a “Vasco da Gama” realizou a sua se- de interdição marítima, sem esquecer a
gunda semana de terra. Nesta semana clássica luta anti-submarina, anti-superfície
decorreram duas séries importantes, as e anti-aérea.
quais representam um elevado desafio Destaque ainda para os meios dis-
à guarnição: o Ship Protection Exercise
(SPE) e o Disaster Relief Exercise (DIS- ponibilizados pelo FOST, que contem-
plavam diversas aeronaves Falcon e
Hawk, as quais simulavam outras ae-
TEX).
O Ship Protection Exercise envolveu
ronaves e mísseis, assim como lanchas
SMIT e Raider, simulando outros na-
um cenário onde o navio foi o local
estabelecido para efectuar negociações vios de superfície, e o submarino ale-
de paz entre duas nações em conflito, mão “U31”, que permitiram acrescen-
sendo necessário para isso garantir a tar realismo aos exercícios, num ver-
segurança no navio e no seu perímetro dadeiro ambiente de multi-ameaça.
seco (terra) e molhado (rio). Assim, de A quarta e última semana de mar,
forma a assegurar que as conversações Equipa de abordagem pronta para abordar uma dividiu-se essencialmente em duas par-
não seriam afectadas por ameaças ter- Whaler (Contra-Pirataria). tes: a série Patrol Exercise (PATROLEX)
roristas provenientes de terra (bombis- e a inspecção final. O PATROLEX é uma
tas suicidas, atiradores furtivos) ou do série executada durante 3 dias, baseada
mar (embarcações com armamento ou em operações de interdição marítima e
bombas), foram estabelecidos dois pon- contra-pirataria, onde o cenário é similar
tos de controlo em terra, guarnecidos às operações que se realizam no Golfo de
por fuzileiros, e colocada a patrulhar o Aden e Bacia da Somália. Esta série per-
rio a embarcação semi-rígida. No final, mitiu executar acções de abordagem e
foi elogiada a capacidade de vigilância vistoria, patrulha e vigilância de espaços
do navio, a qual contribuiu de forma marítimos e acções de contra-pirataria,
decidida para um excelente comando e apresentando-se como uma mais-valia
controlo durante toda a série. face à futura participação do navio na
O Disaster Relief Exercise envolveu
Operação Atalanta.
um cenário de ajuda humanitária a INSPECÇÃO FINAL
uma zona ribeirinha afectada por uma
catástrofe natural. Esta série envolveu O último dia do treino correspondeu
à inspecção final, que é efectuada durante
108 militares da guarnição no terreno, uma Weekly War, na qual o FOST (45 avalia-
dores e um Inspector, neste caso o Director
com um Posto de Comando em Terra, Equipadeabordagemaprepararoboarding (Boardex). South) avaliam como é que o navio é capaz
a coordenar uma série de incidentes, de colocar em prática todos os ensinamen-
tos obtidos durante as seis semanas ante-
que vão desde o salvamento de feridos riores, reagindo como um todo a todas as
dificuldades e solicitações que se lhe depa-
até ao combate a incêndios, restabele- ram, quer da batalha externa, quer da inter-
na, garantindo sempre o cumprimento da
cimento de um hospital, distribuição missão através da prioridade permanente
de recuperar a capacidade combatente.
de água potável, electricidade e comu-
O POST culminou com a avaliação de
nicações, assim como de um refeitório Very Satisfactory, tendo a fragata “Vasco da
Gama” ficado pronta para cumprir a sua
para alimentar toda a população da próxima e exigente missão como Navio-Al-
mirante da Operação Atalanta no Oceano
vila sinistrada como a guarnição do Índico, de Abril a Agosto de 2011.
navio. A bordo, é estabelecido o Posto Durante o período do OST participaram
no treino da “Vasco da Gama” diversas ae-
de Comando de Bordo que faz a interli- ronaves e navios do Reino Unido, Holanda
e Alemanha, assim como um submarino
gação entre autoridades e organizações Alemão, tendo embarcado no navio um
total de 541 avaliadores do FOST, com uma
no terreno, as necessidades logísticas média de 20 avaliadores por dia.
Durante o POST, a “Vasco da Gama” efec-
da força no terreno. Neste exercício foi tuou 46 dias de missão, integrando um des-
tacamento de helicópteros, tendo o LYNX
utilizada uma aplicação desenvolvida MK95 voado 44 horas, duas equipas de
segurança constituídas por 10 fuzileiros, o
pela DITIC, o HOST (Humanitarian que no total representou uma guarnição de
199 militares comandados pelo CFR Diogo
Operation Support Tool), que permi- Arroteia.
tiu ao Comando Naval, em Lisboa, ter
acesso em tempo real à evolução da
assistência humanitária no terreno, evi-
denciando um grande potencial como
ferramenta de comando e controlo para
operações desta natureza.
Apesar de ter sido a segunda sema-
na de terra, o navio largou para o mar O CFR Diogo Arroteia e o Captain RN McCartain
por duas vezes para efectuar um exer- (FOST Director South) durante a recepção da “Vasco
cício de batalha interna em postos de da Gama” ao FOST.
combate e por forma a participar em
mais uma “guerra de quinta-feira”. cipais séries dessa semana, incluindo a
DUAS ÚLTIMAS SEMANAS DE MAR Weekly War. As séries que os navios efec-
tuam durante a semana são variadas e vão
Chegada a terceira semana de mar, a desde exercícios de tiro de artilharia contra
“Vasco da Gama” foi nomeada navio-che- alvos rebocados ou em bóias a simular alvos
fe da força naval em treino, constituída por em terra, passando por exercícios de condu- Colaboração do COMANDO
sete navios, o que incluiu o planeamento, ção da navegação em águas restritas e com
coordenação e condução de todas as prin- visibilidade reduzida, manobras e evolu- DO N.R.P. “VASCO DAGAMA”
7REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2011