Page 185 - Revista da Armada
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nota de abertura






         REVISTA  DA  ARMADA




         Publicação  Oficial
         do  Ministério  da  Marinha



         Director  e  Editor:
         Comodoro  António  Júlio  Malheiro
          do  Vale

         Orientação  gráfica:
         Hernani  Lopes


         Publicação  mensal
         Propriedade
         do  Ministério  da  Marinha
                                             Gruta de Camões, em  Macau.
         Redacção  e  Administraç,ão
         Ministério  da  Marinha
         Praça  do  Co'mércio
         Telefone:  368960                                   CAMÕES  MARINHEIRO

         N.O  9/ JUNHO  DE  1972/ ANO  I     (Homenagem  da  «Revista  da  Armada »  no  392.  0   aniversário
                                             da  sua  '!'orte)
         Preço  de  venda  avulso   3$00
         Assinaturas  anuais:                Não é  marinheiro quem  quer ou  quem  lhe  veste  a  pele.  É marinheiro  quem
                                             navega, quem suporta ventos e  tempestades,  quem sente o poder das ondas
         Continente  e  Ilhas   24$00        traiçoeiras, quem respeita o mar na sua imensa glória.
         Ultramar  e  Brasil                 E  quem  melhor  que  Camões  descreveu  o  mar, ·bravo  como  um  leão  umas
           (Via  marítima)    26$00 .        vezes, manso como um cordeiro outras? Quem melhor que ele contou a  luta
                                             dos  mareantes  para  o  vencer  nas  suas  fúrias?  Quem  como  ele  historiou  a
         Ilhas  (via  aérea)   59$00         epopeia dos navegadores das descobertas?
         Ultramar  (via  aérea)   113$00     Só  um marinheiro dos  autênticos, daqueles que com toda  a  propriedade se
                                             chamam lobos do mar, é capaz de sentir e escrever assim. E por isso dizemos
                                             qlle Camões foi um grande marinheiro.
         Na  capa:
                                             Navegou  pelos  sete  mares,  conheceu  todo  o  Oriente,  salvou-se  milagrosa-
                                             mente num naufrágio e bateu-se como um bravo nessas terras distantes.
                                             Já velho, cansado e cego de uma vista que perdeu em combate, veio acabar
                                             os  seus  dias  em  Lisboa  na  maior  miséria  física  e  moral.  Merecia  melhor
                                             sorte o maior dos poetas portugueses!
                                             Em  1963  assistimos  à  mais  tocante  homenagem  que  lhe  temos  visto  fazer.
                                             Foi em Macau, no  jardim que tem o  seu nome e junto à gruta onde se diz ter
                                             escrito grande parte de «Os Lusíadas».
                                             Perante  entidades  oficiais  e  muito  povo,  dezenas  de  escolas  desfilaram
                                             perante o seu busto.
                                             A  professora  depunha  um  ramo  de  flores  e  os  alunos  passavam  um  a  um
         Escolta à Bandeira
                                             fazendo uma reverência.
         (Foto do cap. teri. EMQ
                                             A cena tinha grandeza na sua simplicidade. É que essas crianças eram quase
         Antunes Lourenço)
                                             todas  chinesas  e  por  isso  tornava-se  emocionante  vê-Ias,  quais borboletas
                                             nos  seus  bibes  brancos, curvarem-se  perante o  géniO  de um português que
                                             encheu o Mundo de poesia.
         Execução gráfica:
         IMPRIMARTE,   Publicações  e  Artes
          Gráficas,  S.A.R.L.

                                                                                                            3
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