Page 229 - Revista da Armada
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o ESPAÇO DO SUSPIRO - de Benrath
eles, talvez, a vantagem da du-
rabilidade, pois é fundida em
bronze ...
,E, por últimó, as «tendências so-
ciais» que pretendiam ser (quem
sabe) o prato forte desta exposi-
ção com as suas esquemáticas
três subsecções - «com adapta-
ção», «com contestação» e «ob-
jectiva» (que trabalha em objec-
tos) - de atribuição e ilustração
um tanto duvidosas. As obras que
marcavam estas tendências dei-
xaram-nos uma sensação de va-
zio ou tristeza. Defeito nosso?
Aceitamos que sim... A pintura-
-objecto, apesar dos seus encan-
tos em certos ' jogos de luz e de
sombra, é 'fria em si e corre o
risco de não ser mais que um
entretenimento para a vista. As
esculturas fabricadas a partir de
peças de máquinas e toda a casta
, de sucata fizeram o seu sensa-
A CABRA - de Delogne
ar, barulho e frenesi fizeram da
vida uma tortura. O artista pro-
cura, então, evadir-se e nasce daí
a procura dos horizontes amplos,
dos c imos~ dos céus com suas
nuvens, da praia, do mar, da neve
e da montanha. Porém, algumas
telas representativas desta ten-
dência não trazem novidades por-
quanto um pré-impressionista
como Turner já assim pintava há
cem anos. É o caso de A CIDA-
DELA DO AR, de Graziani, ou de
O ESPAÇO DO SUSPIRO, de Ben-
rath. E as esculturas em madeira
de Bonnal e A CABRA, de Delo-
gne, ' também não trouxeram
grande novidade. Quanto a esta
última, não se vê que ultrapasse
em muito as formas «expressio-
nistas» de certos pedaços de
tronco que os elementos naturais
r:omo o mar, o vento e o Sol afei-
çoaram por forma a conferir-lhes
«expressões» esculturais que boa
gente aproveita (com gosto) para
embelezar os seus jardins e átrios
tratados com esmero. Terá sobre
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