Page 329 - Revista da Armada
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nota de abertura






        REVISTA  DA  ARMADA

                                               etiTBeB
        Publicação  Oficial
        do  Ministério  da  Marinha
                                              ,r_lIp88


        Director  e  Editor:
        Comodoro  António  Júlio  Malheiro
          do  Vale

        Orientação  gráfica:
        Hernani  Lopes                        Como  as  coisas  mudam  com  o  andar dos  tempos!
                                              Há  dias,  à  janela do  meu  gabinete no 2.°  andar na
                                              «Nau  de  Pedra »,  pus-me  a  olhar cá  para baixo  e  a
        Publicação  mensal
                                              lembrar o  que  isto  era  quando vim  para a.Armada.
        Propriedade                           Não havia a Avenida da Ribeira das Naus. Os nossos
        do  Ministério  da  Marinha
                                              «domínios»  prolongavam-se de terra para o rio, sem
                                              interrupção.  Onde  está  agora  o  grande  parque  de
        Redacção  e  Administração
        Mini stêrio  da  Marinha              automóveis,  eram  as  oficinas  do  Arsenal  e  a  doca
        Praça  do  Comércio                   seca.  A  ala  oeste  do  edifício,  a  que  ardeu,  era  a
        Telefone:  368960                     Escola Naval. No seu topo sul ficava o Clube Náutico
                                              de  oficiais  e  aspirantes  com  uma  messe  e  um  ter-
        N.O  13/0UTUBRO  DE  1972/ANO"
                                              raço  por cima.  Onde é  agora  o  portão su l,  mais  ou
        Preço  de  venda  avu lso   3$00      menos, era a saíd a da «caldeirinha» - uma pequena
                                              doca onde atracavam os gasolinas e outras embarca-
        Assinaturas  anuais:                  ções. No rio, amarrados às bóias, estavam os navios,
                                              a razão de ser de todas as marinhas do Mundo.
        Continente  e  Ilhas   24$00
        Ultramar  e  Brasil                   Que  movimentado isto era! O vaivém  das embarca-
          (Via  marítima)    26$00            ções dos navi os era constante. Os apitos dos patrões
                                              a  manobrar  ainda  hoje  ressoam  nos  ouvidos  «dos
                                              que  são  desse  tempo ».
                                              O Arsenal era um formigueiro de operários e pessoal
                                              da Armada trabalhando em conjunto.  Os oficiais far-
        Na  capa:                             davam-se na  «Casa da Balança» antes de irem  para
                                              bordo e vestiam-se à paisana quando regressavam a
                                              terra.  Ninguém  se  ia  embora  sem  ler  a  «ordem  do
                                              dia».  Era  quase  ponto  de  honra!
                                              Conhecíamo-nos todos  porque éramos poucos.
                                              Conversávamos uns com os outros, convivíamos. Mas
                                              cada  um  no  seu  lugar ...
                                              Um capitão-de-mar-e-guerra metia medo e um almi:-
                                              rante  era  um  Deus ...


                                              Melhores  tempos?  Não  sei.  Talvez  apenas  outros
        Juramento  de  bandeira
         no  Grupo  n.o  1  de  Escolas       tempos.
        da  Armada
        (Foto  do  cap.-ten .  EMQ  Antunf's
         Lourenço)
        Execução gráfica:
         IMPRI MARTE,   Publicações  e  Artes
          Gràficas.  S.A.R.L.


                                                                                                           3
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