Page 118 - Revista da Armada
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Quando a Marinha tinha








              Soh este titulo. ,tc,lha a  Mari nh:t de publicar um livro   S;"IO.  cu  for .... bordado  pelo  dr.  Fr"lI1cisco  Vale  Guima-
           cujo  autor ê ()  capitúo-de-fr:'lgata engenheiro maquinista   rães. meu  prezado ,1I11igo_  e  m .. is tarde_  por duas vczes.
           nav<l1 Viriato Augusto Tadeu. ilustre camarada c prezado   govcrnador civil  de Aveiro_  dizendo-me que um deputa-
           amigo.                                              do ),Cll  amigo lhe pergun tara se eonheciól  óllgum  ólviador
              Obra valiosa. nela ~e faz ii  história da extinta Avi.lção   da  Marinha que  lhe  pude~se apre~en tar _ e  gostaria que
           Naval , uma parte da história da própria Marinha, narran-  fosse cu. se estivesse pclosajustes.
           do iI.~ suas venturas e dc~vcnturas. interpretadas segundo   Foi  assim que conheci o deputado por Vila  Real. dr.
           pontos de vista do autor. huscada num trabalho de invcs-  Manuel Mari  ..  V .. z.  Explicou que. 1<11 como os oulros de-
           tigaçflo C consulta de registos  a lodos os  títulos  notável.   putados_ e~tav<l completamente fora dos assuntos da avia-
           Felicito vivamente o engenheiro Tadeu pela manein. brio   ção  ma~ .  CO/1/0  ('/1/  Ioda (/  .1'/1(1  v;da  ,iI/1m cOlIs/(//(Ido  qlle
           Ih,mle corno concretizou um desejo que cra de todos nós.   .~elllp/'e qlle os oficiai.l· tia  Mflrilllw se bllfillllllll)(ÚX()//(Uü/-
           ex-aviadores da Marinha.                            IIICI//(' 1)(1r 11111(1  ClIlI.WI,  gera/mcl/le 1;/Illl1m r(lZÜO,  e,  como
              Como acontcct! cm todos os trabalhos dest .. natureza.   este era o caso,  queria estar do  nosso lado, e perguntava
           h:í. Iluturalmcnle. episódios que não chegaram ao conhe-  se eu estava disposto a iljud,i-Io_ levando todos os dÍ<ls ao
           cimento do aUlQr e merecem ser divulgados, por imprimi-  hotel onde estava hospedado escritos que o ajudassem a
           rem  maior rigor li história curta, mas relevante, da avia-  compreender os assuntos que ele indicaria. na véspera. e
           çiíoque foi da Marinha.                             seriam discutidos naquele dia.  Acrescentou que esses es-
              Consideramos estar neste caso a actuação de um de-  critos tinham de ser claros, pllra ele os poder entender e,
           putildo,  dr.  Milnuel  Mari ..  Vaz.  durante  a discussão  na   além disso_  pouco extensos para os  poder estudar entre
           Assembleia  Nacionlll  da extinçüo da  Avillção NlIval.  no   as  IO.OU c  as  12.011  horas. que era o tempo de que podia
           lInode 1952.                                        dispor para o efeito_
              Fui. como a maioria dos pilotos em serviço no Centro   Como era natural. dadas as circunstúndas e o ambien-
           de  Aviação  Naval  de  Lisboa.  lIssistir a  essas sessões da   te que se vivia. ap .. rccendo um estranho li Marinha e.à sua
           AN, que se relllizavam na  parte da tarde, constatando fa-  Avülç;io Naval a oferecer-se exponl,lIleamente para aju-
           cilmente que. lanto os deputados oroldores, como os que   dar a ddender ii nossa C;lUsa. a resposta foi  imedialamcn-
           r .. ziam intervenções, pouco ou nada sllbiam sobre o que   te afirmaliva.
           era a Aviação Naval e quais os seus objectivos.  A nossiI   Dado conhecimento deste  faclo aos oficiais do Bom
           indignáção era grande e crescia à medida que iam decor-  Sucesso. logo ness;l noite iniciámos o primeiro Serão para
           rendo as sessões_                                   escrever os primeiros papêis. de acordo com as indicações
              Tinha sucedido, no ent<lnto. que logo na primeira ses-  recebidas.





           De «A  Narrativa  de  Arthur Gordon Poe»


              3/  de Julho Após "',l/IlIoile de inquie-  meia p;lI/a de áglla.  D(' comum cOl/semi-  CU/ISO ela preSellÇll contínua lias IllburMS.
           taçrio e de fmliga excessiva.v. devidas ti po-  men/o, demos I/(clo a A l/gllsl,  '1/11' parecia   FicolI  elllão  demonslrado  para  nós  qlle
           .fiçrio  do lIavio,  lKllpámo-nos u matar e a  agora  1/0  último  extremo.  Bebill  a  ágllll  Allgl/sl  esttlva  perdido;  evidemelllellfe
           esquarlejar a  /ar/arllga.  Suce(lell  qlle era  mal ela caia /lO fe/lçol,  ti medida que a re-  apagava-se.  Nada  podíamos  fazer  para
           lIIuito m('IIO.V IlIIlrilla do que Iw"/alllos .fII-  colhíamos, ele tleilmlo  /1(1  coberfll,  nós .fI'-  lhe  (limilll/;r os padecimenlos,  que pare-
           pOSIO,  elllbom lie  bua 'I/UI/idade;  toda a  gllr(l//(Io o lençof por forma (I (Il'i.mr correr  ciam horrfveis. CerCtl do meio-dia eX/liro"
           C/lme {fI/(' tida pUllemo.f timr /lrio c·heg(/L!a   a âgllalllt Slll/ boca, porqlle I/atla 110.f resw-  110 mdo (Ic COlrvlI/sões violemos e sem ter
           (I IIIl/i.\· IIt' llez libras. No illluito de reur)"f./r   ~·u que pudesse sl!r1'ir plrru comer a âguu,   proferitlo IIma/m/avra há "árias horas.  A
           lili/lI porçlio o l/1f.lis tempo po.u/I'el, cortá-  a  lllio ser esvaziaI/do ° villho  dtl  granc/e   Sllll  morte  i"cutiu-IIos  os  pel/samen/os
           mo-/(/  em  fmias  IIIl1ilO  fil/as,  el/chemos  garrafa  cle  I"ergtl  011  a (/glll/  eswglwda d(1   mtlis melmlcdlicos, e leve sobre os nossos
           com 1'/(/ o., tri;S !)(}tes reSlllllles e II gllrraftl  bilha.  Teríamos,  porém,  recorrido a 11m   espíritos ",tI efeilo IÔO  poderoso qll('  per-
           (Ie  Mmlt'im  (qlle  ti"lwmo.f  COII.fl'rl"(l(lo   destes expeclien/es se (I dl/fI·ad'l I;vesse ,lu-  mtltlecemos deitados jumo do corpo lodo
           {)recio.mllli'n/e} e tlespejlímo., por cima 1"/.-  rado.             ° r('slO  do tlia.  sem  Irocarmos  palavra a
           IIagre lla.f a:zt'ilOlIIlS_  Des/(l mUlil'irll, puse-  I dI' Agosto - Sempre o  mesmo lem-  IIÔO ser em 1'02 baixa. Sd depois do ctlir a
           mo., (Ie Imlo coisa de trb libra.f c/e came de   po: gram/e C/lllf/trr;lI,  com 11m sol abafa,,-  lIoilC  Ifvemos coragem para IIOS le"atl/ar-
           tartarllga. pmmetl'lIIlo li "ó., próprio., I/Iio   u. Sofremos IIorril'ellllellle com sede.  1'/1-  mos e  lallçar o  cadáver pela  borda fora.
           lhe tOCtlr tl/lle.v de lermos COl!SllllridO o re.,-  COn/ralldo-se  a  áglltl  da  bilha  absolllfa-  ES/a~·aelllão IIcdiondo para além cll! qUlll-
           lO.  R/'.w/L·emos restril/gir-nos a lima r/1f;riO   meme púlric/I/ e plelll/ lil! bicheza_  CO/lse-  quer expressão e 1I1U1! cSllldo tal de c/ccom-
           de {JU(l/ro O/IÇt/J  pom·o 1/1(I;.f  ou mel/().~ di'   gllimos,  /lO  1'111111110,  engolir  III/lU  parte  posição (IIII!,  lendo Peters len/ado soerguê-
           came flOr dia; ao lodo devia. pOr/anto, dll-  dela mislllrtlndo-a com villho; mas allosstl  -lo,  ficou.lllc  lima perna illleirtl  lia  mão.
           rar-no.' Ireze dia.v.  Ao escurect'f, dWI'(1 in-  sede opel/as foi mecliocremellte apazigua-  QI/Ul1Ilo esfll massa pwrefacla deslizOllllO
           1('1I.W (Ico/llplllllu/{Ia lie faíscas e (Ie /rOl·óes   da_ Achámos mois alí"io ao  bO/lJ/(/rmo- mar por cima c/a  amltrada do navio. lil!s-
           violel/los -  mlIJ  dllroll  /lio  pouco tempo   -/lOS fiO mur. mus sd com Itlrgos illterva/os  cobrimos,  pela 1112  fosfórico com que ela
           qlle  111'1'1/11-'  pudemos  recolher  coistl  de  Plldemos recorrer ti  ('Sle  expeliiellte.  por  se achal·II por assim dizer envolvida, sele

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