Page 330 - Revista da Armada
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Justa homenagem
ntegrada nas festas de S. João do corrente ano, obra constitui um precioso documentário naval e his-
realizou-se em Vila do Conde, em homenagem ao tórico. Desde a batalha do Cabo EspicheI até à do
I pintor de marinha Artur Guimarães, do Porto, Cabo de Matapan, além de outros motivos históricos,
uma exposição de desenho e pintura daquele notável aos navios-escola «Sagres» e aos vasos de guerra dos
artista. séc. XIi ao XX. Depois os monumentos da Beira Alta,
Porque tem colaborado nesta Revista, graciosa- Minho, Douro, etc., são outro documentário de não
mente e com a melhor das boas vontades, associamo- menos valor. Instado por amigos e admiradores efec-
nos gostosamente a esta justa homenagem, publi- tuou várias exposições, entre as quais uma em 1953
cando a breve nota biográfica que integra o catálogo com mais de sessenta quadros na sua totalidade ad-
daquela exposição. quiridos pelo Ministério da Marinha para o seu futuro
Artur Guimarães, pintor de marinha, nasceu na ci- Museu. No mesmo ano realizou outra no Coliseu do
dade do Porto, na freguesia do Bonfjm. Frequentou o Porto a convite do Departamento Marítimo do Norte.
liceu e ingressou na antiga Academia de Belas Artes Em 1966 outra no salão de festas da Instituição Regio-
do Porto onde foi discipulo dos Mestres Acácio Lino, nalista e Cultural "Casa da Beira Altall, e ainda outra
António Carneiro. José de Brito e outros notáveis pro- no N COlóquio de ArqueOlogia.
fessores. Os seus quadros encontram-se em poder de parti-
Diplomado. dedicou-se inteiramente ao estudo da culares que os foram adquirindo, durante anos. Mui-
arte e arqueologia histórica e naval. É convidado a co- tos outros estão no Museu de Marinha, Departamen-
laborar em revistas portuguesas e estrangeiras, sen- to Marítimo do Norte, Gabinete de História da cidade
do os seus trabalhos, quer em desenho, quer em do Porto (Casa do Infante), Instituto de Investigação
aguarelas, justa e merecidamente apredados pela de Angola, Museu de Luanda, Museu de Greenwich,
critica nadonal e estrangeira. Mestre Artur Guima- Museu de Wilhelmshaven, Dayton, Rio de Janeiro e
rães ocupa um lugar primacial como desenhista e Durban (África do Sul).
aguareh'sta primoroso. Na verdade, nos seus qua- Em 1971, apresentou numa exposição colectiva
dros, belissimas aguarelas, os céus e os mares são na Casa do Infante, 70 pelourinhos, e em 1980 expôs
primorosamente tratados; a reconstituiçãoarqueoló- no Posto de Turismo de Matosinhos, 45 quadros com
gica marítima é de completa fideHdade, estudando na vias históricos portugueses.
nos melhores documentos a estrutura dos navios por- Durante muitos anos foi colaborador de inúmeras
tugueses desde os primórdios. Na sua obra de ar- exposições que se realizaram no Gabinete de História
queologia histórica, os castelos, os solares, as mura- da cidade do Porto.
lhas, os pelourinhos, são rigorosamente desenhados Também, há anos, executou para a Litografia
e pintados com expressão natural. Dir-se-ia ter o se- Nacional 16 lindas aguarelas de admiráveis veleiros,
gredo da cor, por isso que, as pedras seculares têm que foram reprOduzidas para selos do correio da Re-
a cor autêntica da pá tina dos tempos, assim como o pública do Uruguai, indo, depois, para o Museu Naval
colorido própria e natural. Em suma, toda a sua obra desse pais.
o consagra como um verdadeiro artista. E mais: a sua Para a mesma Litografia, em 1964, executou 6
Naufrágio do ~S. Rafael .. - Vila do Conde - OUtubro de '9' , (Aguarela de Artur Gulmaráes - '970).
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