Page 333 - Revista da Armada
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o perigo é constipar-se
Museu de Marinha recebeu recentemente um teve uma longa vida. roi considerado incapaz de navegar
pequeno guache representando a corveta em 1874. Em 1892 o casco ainda servia. encalhado, cm
O «D. João» debaixo de um violento temporal. Luanda.
Junto ao veleiro em árvore seca, apenas desfraldando Quanto ao temporal que deu origem à pintura que
uma pequem. vela de proa. duasembarcaçães ao sabor do apresentamos. confirmámo-lo por uma nota de 17 de
mar alteroso. Uma data: 1871. E a assinatura do aguare- Maio de 1869 que o comandante Thom<tz José de Sousa
lista constituída por três lacónicas iniciais: A.F.N. Soares Andreae). então primeiro-tenente. dirigiu <tO vis-
Este gesto deve-se à gentileza da Senhora D. Dulce conde da Praia Grande de Macau, director-geral de Mari-
Correia Rumina Corrêa de Sá que fez acompanhar a ofer- nha. Diz que no dia 5 ao entrar na área do farol do cabo
ta de um pequeno apontamento, e que pensa ter sido da Boa Esperança, o vento tornou-se de refregas e o baró-
escrito por um seu antepassado, Francisco dos Santos metro começou a baixar rápida e progressivamente. De-
Carvalho Corrêa, que viveu entre 4 de Outubro de 1826 pois das 11 horas do dia 6 o vento tornou-se violento do
e7deOezembrode 1892. N e na madrugada de 7 o barómetro marcav:1 743.5.
Comecemos pela corveta, cujo nascimento tem uma O mar violento levll·lhe a baleeira de BB e os respectivos
história curiosa. De facto, em 25 de Maio de 1827, em Oa- turcos e depois o escaler de ES. A trincheira do convés
mão, tendo sido vislOriada acorvela «Infante D. Miguel». de SB, desde o portaló até à enxárcia do traquete é
verificou-se que o seu estado era tão mêlU que impunha. destruída e a água. entrando em grande quantidade. foi
para a sua reparação, uma despesa de 38280 rupias. Por dificilmente esgotada. No dia 14 a guarnição leve um
mais 3400 rupias construía-se uma nova corveta e assim merecido descanso na baía de Simão.
foi decidido. Em 9 de Outubro de 1828 foi lançada ao mar Mas curioso é o episódio que nos conta António Mar-
a «O. João I». com 45,54 metros de fora a fora, 24 peças ques EsparleiroC). Qual/do se declarou o lemporal. elll
e uma lotação de ISO homens. Tinha alcaxa branca e na meio da /loire. limo Jellhora qlle ia de passagem, acordaI/-
proa ostentava um busto do Deus Marte como se pode ver do sobressaltada I}elo eSlrondeM dOlem/Jeslode. lel'antou-
por um desenho(l) de João Brás de Oliveira que nela em-
barcou como guarda-marinha em 1872. Este navio, que
e) Arqui.·o Grro/ do """riIJlw. con'f'/(I .0. folio I •. doculllt'lfIos
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(') .NarrUlil'as Na\"aiso. II parir. póg. 54, do dalI>!. folio 8rtú dr C). T,b Sic/l/OS do M"r •• \'01. 15. págs. -15 .. 6. (loc'tmlUlI<lt'lfI" AI//(>-
Oliveira. nio Mo'ques Esp"rlúro.
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