Page 17 - Revista da Armada
P. 17
armada de ccrca de trezentos navios.
travando com aquele três balalhas e .... , ...
com e~tu nove batalhas (sem contar LARACH E- 1504
com a da nau). além de numerosos
o · -.,. _______
combates menores. em que lhes ma- '- ----- __
tou milhares de homens sem perder
um único! E tudo debaixo dum sol ,
abrasador que dificullava o uso de ar- .. " .~ ......
madurn!-. debaixo duma chuva torren-
cial que molhava a pólvora e enchar-
cava o pessoal .lIé aos ossos. numa
terra estranha. rode .. do por um .. po-
pul .. ção hostil e tntiçocira. a milh .. res "
de milh .. sd .. Pátriu.
Ouando Duarte Pacheco regres-
sou a Portugnl COm a urmada de Lopo
Soares de Albergariu, em Julho de
1505. e se soube dus e~puntosas vitó-
rias que alcunçura na scgundu guer-
nl de Cochim. o rci D. Manuel cumu- quadras: uma nas costas de Portugal. tempo que .IS restantes. a coberto
lou-o de honrurias' e deu ordem para outra nas proximidadcs do estreito de desta acção. forçavam a cntrada.
que. após o sermão de domingo. em Gibraltar. para impedir aos piratas Atingido o ancoradouro. as nossas
todus as igrejas do puís fossem relata- argelinos e tunisinos a saída do Medi- caravelas fundearam. começando
dos os seus feitos. E enviou certas ao terrâneo. e uma tcrceira na zona dos logo a desembarcar os soldados que
Papa e aos reis da Europa dando-Ihes Açores para dar protecção directa às transportavam.
contado que ele fizera na india. Mas_ naus da índia que. na torna-viagem. O~ navios inimigos estavam vara-
o favor real foi sol dc pouca dura. O tinham de ir tomar a latitudc d'lquele dos na praia. tendo no meio deles as
táctico genial dos rios c esteiros de arquipélago. quatro caravelas portuguesas que ha-
Cochim não linha a mesma habilida- Numerosos deveriam ter sido os viam apresado. Ali se lravou um fe·
de para manobrar nos meandros tor- combates travados pelas referidas es- roz combate. acabando os mouros
tUOSOlo da corte. Caiu cm desgraça. E quadras contra os piratas e corsa rios por ser desbaratados. Os portugueses
nunca chegou a ser nomeudo vice-rei das diversas nacionalidadcs. mas Slio conseguiram recuperar uma das suas
da índia ou. pelo menos. capitão-mor poucos os relatos que acerca deles caravelas e capturaram cinco galeolas
dumu armadn di! fndia. cargos que chegaram até nós. c dois bcrgantins mouros. Não po-
mais do que ninguém merecera. Um desses combates foi O que tra- dendo pôr a nado as outras três cara-
A História foi menos ingrata do vou a esquadra do Elotreito. a 24 de velas e uma grande galé que haviam
quc o rei c guardou-o n.lS suas pági- Julho de 1504, no porto de Lurachc. tornado. lançaram-lhes o fogo.
nas para a posteridade com o cogno- contra piratas m .. rroquinos. Depois do sucesso alcançado fize-
me de «Aquiles Lusitano». Mesmo Compunha-se ti dila esquadra de ram-se de novo ao mar. seguindo D.
assim. poucos senio os portugueses três caravelas. sob o comando de JoÍlo de Menezes para Arzila, com a~
de hoje que ulguma vez tenham ouvi- Garcia de Melo. quando o governa- prcsas e a caravela recuperada. c
do falar da epopeia do~ dois batéis c dor de Arzila. D. Jo:io de Menczc~. Garci:1 de Melo para a sua zona habi-
das duas caravelas de Cochim. tendo conhecimento de que em LUTil- lual de cruzeiro.
che. ninho de piratas mouros. se en-
Safllm;1I0 MOllleiro,
1. \R.\un contravam quatro caTilvelas portu- ttlp,-", -,
2-1 d~ Julhu d 1!'().Ij guesas por eles apresadas. resolveu
tentar recuperá-las. Para isso armou BlhlW8raJia· ~lks<olmm~1l10S t COllqUlS-
A partir da descoberta do cami- três cara ... eJas que estavam em Arzila 110 dll !"dla /l('los Ponuglj~s~ dt Ftm60 [..o-
pt! d, Ccu/(l1lhtdt .• Dkudcu. dt lodo dt 8u~
nho mantimo da Europa pura a in- c juntando-as à esquadra de Garcia
TOJ . • AlI"/lts da Murtnha Ponu8'jnQ ~ d~ Ig"a-
dia. multiplicaram-se os ataques dos de Melo con ... cnceu-o a irem ambos tIO da COSia Qutrlltla
piratas marroquinos. argelinos. tuni- atacar Larache.
sinos. franceses e. mais tarde_ ingle- Ao alvorecer do dia 24 de Julho ***
ses contra as naus portuguesa~ que re- encontrava-se a pequena frota portu-
gressavam a Lisbou ricamente carre- guesa à vista daquela cid'lde. sendo
gadas com Olo produtos do Oriente recebida com intenso fogo de artilha- CORRIGENDA
bem como contra os n:lvios portugue- ria. princip"lmente duma bateria que No número lIntcrior (n." 19-1), as
ses e estrangeiros que levavam esses defendia o acesso ao porto interior. legcndas do primeiro esquema relati-
mesmos rrodutos de Li~boa para O D. João de Mcnezes ordenou que
vas aos percursos prováveis do exér-
Mardo Nortc C pura o Medilerrflneo. uma das canlvelas, que par .. o efeito
cito e da armada de Calicute. por
Pum proteger o com~rcio maríti- já ia com o costado protegido pareai· lapso. encontram-se trocadas.
mo. tornou-se habitual. a partir do chões e sacos de I:i. par'l diminuir o
reinado de D. Manuel I , manter per- efeito dos projéctci!. inimigo ... fosse
manentemente cm cruzeiro três es- atacar a bateria de perto. ao mesmo ***********
15