Page 12 - Revista da Armada
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A paisagem morreu 1/0 bruma Irai- Perdido em pieI/O OCe(/1IO, O meu desejo ardeI/te ..
I{oeira .. . E foge. como um bi/rco abrindo todo Sol - /1m momemo mais.' Pa/pila
A 1'0<: do mar é como um suspiro de lopano, Isobre ti espunw
Imedo .. . O meu desejo e:wl para li lIta mira- E deixa-me beijar leu brilho illcolIJ'
E só o leu c/arão Igell/! .. . Idell/e ...
Fala (/O sOl/I/O que busca o mistério. o
Isegredo Ou se. perdida I/lz. és agora somellte
Cismo em ler-te mtli.~ perto, em abra·
Do al/lor que delltro 1'111 IIÓS é fogo e O reflexo do soll//O em que me prendo
Içar-te ao peito.
laspiração ... lee,r.alto.
Sol (!isulllfe em que vil'e li minhu vida.
Nlio deixas apllgar reu clarão e. mais
lagora.'
Silllo cu;r /lO rOS10 as Iágrima.I·. o Ia/to,
Penso em I'er·le sorrir, I//lm de.çpertar
I prall/o - NlI hora sem f}ai.nio. sem glórill, e
Deslu chuva de 011101/0, a chorar, IIJell/lrora, Isem belezu -
À mágoa em q/le se penle o sOllflo
1:";lenciosll. Ergue 110 oceallo escuro al/ltI chaflla
linsll/isfeifO ...
Triste. (I face do céu vel/l beijar, "um lacesa,
Sei que estás IOl/ge. sei que lall'ez U'
Iquebra1llo Tua chama a pairar
limagillo,
A terra onde agon;zil li IJerrlldeira Nllm flllgor tle certeu/,
DoiraI/do. 110 horizol/te. a espuma
Irosa. Que me traga ti ambição de prentler,
lincer/(l e leve ..
Sobe-me lIO coraçâo () lIel'Oeiro, li IdcalCllllç(lr
- MI/s é quase possuir o leu fulgor
I/ril/gem. Uma luz 110 horizollfe, 0 11 no abi.wllo
E a s(II/{Jade di/lllz. e ii morte da pai.!w- Idivillo. Itlo mar! ...
lI1wgillar-te a,ui",. I/(!~'Ie ",illlIlO brt'-
Igem. 1N _F.ducll{üQ R"Pllb/l" lIIu_
Soluça no meu peito lima indizivel 11't~! I.il'rurias AilImul (' IJ""ruIIII (Po,wgat)
Idor ... " Frll/lciwtIA/!-"s ( 8,u111).
ln _Hmnild .. Plt'IIwut" o
- Ml/.~ eu olho·te. além, .ml de vil'o Corta as vagas (Ie CÜIZtI, e a cinza
( POtmuJ ('scolludos)
Ifulgor Idesta brumll Edição I.II" OS do nrllJl(, t.IJhtm - /95/ .
Retrospectiva 11
A hist6rlll dll Marinha mio I feil.Jl 56 de uma famí1ia, e todos eles, dentro das suas possibilidades,
batJllbllS nlll/ais, viagens, enCIIJhes, ajudaram a fazer a história da Marinha contribuindo pdfa
naufrágios ... I feita LBmblm de pequenas a engrandecer e prestigiar,
coisas como estllS. Vamos saber, por exemplo, quem foi o marinheiro
que na fotografia está de pé em 6.° lugar a contar da direi-
ta para a esquerda:
fotogra[ia que ilustra esta «Retrospectiva» foi tira-
da em Lourenço Marques, no cais do Gorjão. em Chamava·se João Elias Moura. E aqui se abre um pa-
A 1930. Nela se vê a guarnição do navio-hidrográfico rêntesis para notar que o Elias não era nome de baptismo
tlBérrio .. posando para a posteridade em frente do navio. e foi adoptado e oficializado por ele , já depois de estar na
Lá estão o comandante e os oficiais, sentados em cadei- Marinha, talvez por ter achado que João Moura. só, era
ras, a meio, com o resto do pessoal à sua volta. Identificá- pequeno ...
mos o comandante. primeiro-tenente Alves Leite, e os Nasceu em Pedrógão do Alentejo (Vidigueira), exac-
primeiros· tenentes Camacho de Freitas, à sua direita, e tamente 21 dias depois de ter começado o século XX e ia·
Ferreira de Carvalho, à esquerda. leceu aos 84 anos de idade, no Hospital da Marinha.
Pensando bem , estas fotografias tão frequentes na Filho de gente humilde (trabalhadores rurais), órfão
Marinha, re[]ectem o que é a guarnição de um navio de de pai aos 3 anos, foi educado na Casa Pia de Beja onde
guerra - um conjunto de homens com diversas aptidões, aprendeu o ofício de latoeiro que exerceu, com rara habi-
trabalhando sob a ordens de um, tendo em vista a eficiên- lidade de mãos, até vir para a Marinha.
cia da unidade, Casou em segundo-marinheiro com umasuaconterrâ-
Nas que temos publicado deste género, fala-se geral- nea, Gertrudes Vicente Moura, com a qual fixou residên·
mente dos oficiais, não só porque são os de mais fãcil cia em Lisboa. Do casal há dois filhos, o mais velho. An-
identificação, mas ainda por serem os de mais alto escalão Iónio, actualmente escriturário da Câmara Municipal de
da hierarquia e por isso emitem as ordens. Do restante peso Lisboa e omais novo, José, capitão-tenente SE,
soai. sargentos e praças que são os executantes, pouco se Na sua vida oficial pode dizer·seque, dentro das possi-
tem dito, por pouco se saber deles. Não é o caso de se di- bilidades que estavam ao seu alcance, fez uma carreira
zer que dos fracos não rezo a história, mas quase! brilhante, subindo lenta mas firmemente os escalavrados
A verdade é'que cada um tem a sua história, uma vida, degraus da sua profissão, à custa de muito Irabalho, apru-
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