Page 203 - Revista da Armada
P. 203

ccA  melhor prova de que essas
        acções foram altamente meritórias
        e honrosas, pode ser constatada no
        profundo respeito,  alta considera-
        ção e  estima que as populações e
        os governos  dos  novos  países  de
        Ungua  oficial  portuguesa, dispen-
        sam  às  nossas  Forças  Armadas,
        sem ambiguidades nem restrições.
           ccNesta  cerimónia,  junto ao  tú-
        mulo dos dois soldados desconhe-
        cidos, no recolhimento da vetusta
        Sala do Capitulo, considero adequa-
        do expressar, com muita humilda-
        de, mas com muita honra, a  minha
        mais rendida homenagem ao esfor-
        ço.  à  dedicação,  à  dignidade e  ao
        patriotismo com que as nossas For-
        ças Armadas cumpriram todas as
        missões que lhes foram confiadas,
        no espaço e  no tempo, com honra
        e  com  prestigio  para  Portugal.p

                                          o aJm. CEMA depõe uma palma no ttlmuJo dos Soldados Desconhacid06 em nome da Armada.
        RECORDA-SE UM HERÓI

           Após a deposição de flores,  pe-
        las entidades presentes, no túmu-    KA  Liga dos Combatentes cele-  futuro que se deseja de paz e  tran-
        lo  dos  Soldados  Desconhecidos  bra este ano, pela primeira vez, o 9   quilidade?
        foi  feita  a  deposição  das  conde-  de Abril como Dia do Combatente.   cc( ... )  O  combatente  condena
        corações  do  sargento-ajudante   Ao elegar este dia para tal dignida-  a  guerra,  mas  não  hesita  fazê-
        miliciano  do  Exército José  Nunes   de, a Liga dos Combatentes preten-  -la, conscientemente, determinada-
        Redondo,  morto  em  combate  na   deu  estender  a  todos  os  com-  mente,  como último recurso sem-
        Guiné  em  22  de  Março  de  1963,   batentes portugueses, de todas as   pre  que  a  legítima  defesa  dos
        condecorações  essas  oferecidas   épocas da nossa HistÓria, a  home-  superiores  objectivos  nacionais  o
        pela família  daquele militar.    nagem que anualmente tem vindo     exija.  O  combatente  é  realista,  e
           Da actuação heróica e  abnega-  a  prestar  à  memória  dos  comba-  sabe que é  uma reserva da Nação,
        da  do  que  em  vida  foi  o  furriel   tentes da Grande Guerra, na roma-  pronta para garantir a  paz e  a  so-
        miliciano João Nunes Redondo, em   gem tradicional ao túmulo dos Sol-  brevivência da Pátria, livre e  inde-
        serviço na então Província da Gui-  dados Desconhecidos, no Mosteiro   pendente,  em  todas  as  circuns-
        né,  fala  eloquentemente  o  louvor   da Batalha.                   tiancias.1I
        que lhe foi  concedido a  título pós-  «Honrar e homenagear a memÓ-
        tumo, após se ter lançado delibera-  ria dos nossos combatentes, é  um
        damente sobre uma mina prestes a   imperativo de justiça e de reconhe·
        explodir, que inevitavelmente o iria  cimento  pelos  serviços  que  Eles
        vitimar, evitando assim a morte dos   prestaram à Pátria. Mas é também,
        seus companheiros de missão que   o reavivar de um componnisso nos-
        estavam próximos.                 so, dos vivos, de lhes seguirmos o
                                          exemplO  de  doação  que  nos
                                          deixaram.
                                             uPor isso, aqui estamos, em acto
        ENCERRAMENTO
                                          de humildade, de reconhecimento,
        DAS COMEMORAÇÕES
                                          mas ao mesmo tempo,  de reforço
                                          do  ideal  que  nos  une  no  amor  a
           Terminadas  as  cerimónias
        realizou-se um almoço de confrater-  PortugaLII
                                             Interrogando-se,  mais adiante,
        nização dos antigos combatentes e
                                          quanto  à  justeza  desta  iniciativa:
        das entidades participantes nas ce-
        lebrações, durante o qual o presiden-  ((Mas  por quê esta honraria aos
        te da Direcção Central da Liga dos  combatentes nos tempos de paz e
        Combatentes, general Altino Maga-  não de guerra que correm na vida
                                                                                               Toste Cardoso,
        lhães, se dirigiu a todos os presen-  da  Nação?  Não  estaremos atrasa-                         claJm.
        tes, explicando o significado do Dia  dos  na  História,  virados  para  um
        do Combatente:                    passado  de  lutas  e  não  para  um   ••••••••••••••••
                                                                                                           21
   198   199   200   201   202   203   204   205   206   207   208