Page 210 - Revista da Armada
P. 210

•                                                                      I












                                                                                                         -
                                                                                                 •














              I














            A  rlpliro dQ  P(uMJo  dOI  Dt'Jcobriml'ntos  no  Rl'cift.


           que deparei.  no espaçoso e verdejante logradouro que o cir-  ambos dizem hotéu. riIYJII, gemiu em vez de hotel. rival. gentil,
           cunda. com uma  réplica perfeita, e de razoáveis dinlcnsões,   por exemplo!
           do  nosso  Padrão  dos  Descobrimentos,  em  Belém.    E  quanto  a  gastronomia?  Não  teria  a  cozinha  minhota,
              Para se fazer uma ideia da sua grandeza direi que a figura   suculenta e muito condimentada - mas também deliciosamente
           do infante D.  Henrique deverá ter cerca de metro e meio.  A   gOStOsa  -. influenciado  a  brasileira.  também  ela  pesada  e
            unica  diferença do original é que  as  figuras  dos  navegantes   bastante temperada? Claro que sabemos que a origem princi-
           são de  bronze  (?)  e mio  de  pedra.              pal dos pitéus brasileiros - bem evidente em S. Salvador da
              Não será este monumento. que se pode ver na  fOlografia   Baía - veio de África, juntamente com ludo o que de típico
           que ilustra este apomamcnto. uma prova bem evidente do bom   os eSCrilvos de lá trouxeram e tanto influenciaram o modo de
           portuguesismo de  quem  construiu  o edifício?      viver e  de  ser dos  nossos  innãos  brasileiros.
              Em qualquer cidade brasileira verificamos que grande parte   Mas  sobre  Iodas estas  influências que se  pronunciem os
           dos restaurantes e bares são de ponugucses. a maioria oriunda   sociólogos - agora a aparecerem e a actuarem Ião em força,
           do  Minho,  particularmente do diSlrilo de Viana do Castelo,   linalmente.  Terão  pano  para  mangas!
           os quais. 110  saberem que eu e os meus companheiros de via-
           gem estávamos ali  de  visita.  logo se nos  dirigiam querendo
           saber.  avidamente.  o  que  por cá  se passava.
              E a talhe de foice  - as palavras  são como as  cerejas  -
           veio-me à memória uma autêntica lição da história  minhota,
           que nos anos 70 ouvira do saudoso e ilustre almirante Ramos
           Pereira. na sua casa de Vila  Praia de Âncora. e em que liquei
           a saber que desde os lins do século XVI.  pelo menos. Viana
           do Castelo possuía o melhor pono de mar de Ponugal Conti-
           nental. a seguir a Lisboa. e de onde paniam com regularidade.
           navios que  levavam  emigrantes  para  o  Brasil.
              Não teria sido pela influência desses minhotos que. como
                                                                                                  Miranda  Gomes.
           parece provado. foram O grosso dos primeiros colonizadores
                                                                                                         Cllp.-m.-g.
           do Brasil. que os brasileiros pronunciam as palavras termina-
           das em {tal como o fazem as gentes de Viana? Reparem como   •••••••••••••••••••••••••
           28
   205   206   207   208   209   210   211   212   213   214   215