Page 100 - Revista da Armada
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NAVIOS ESTRANGEIROS
                                               NO  T   10

                                                 Esti\"eram no Tt'jo.  no periodo de 7 a 9   dada  pelo CMO P.  Branscombe.  com  uma
                                              de Janeiro. em visita de toIina. o nav}o trans-  guamiçio de 250 homens: de4 a 6 de Feve-
                                               pone de munições dos EUA .USS NiuOo, c0-  reiro,  em  visita de toIina. a Stanavrorchan.
                                               mandado pelo CFR William H.  Ward, com   composta  pelos  draga-minas  alemães  .Co-
                                               317 oficiais. sargentos e praças; de 20 a 21   burgo e .Fulda., belga .Dianthus-. holande-
                                              de Janeiro. o submarino indiano INS .Sind-  ses  .AIJemaar-,  .Zierikzee-,  noruegu!s
                                               wuvijay.; de 23 a 28 de Janeiro em visita de   _Kvina .. , ingles _(veston .. , comandados tes-
                                               rotina. as  fragatas alemJ  ·Lubed: ...  e holan-  ptttivamentepelos CTENs p, Sebell, H. Olt-
                                              desa "Van Kinsbcrgen., que tmia a bordo   manm, L. Marsia, E.  Demijs. J.H. Kar5ten.
                                              o comodoro Gretton. sendo comandadas res-  J.L.  Lars5en. C.R. Ame)'e. A (orça era c0-
                                               pectivamente pelo CTEN Beker e CTEN  F.   mandada superio",It"te. pelo CTEN 01euna.r
                                              BoOl: de 31  de Janeiro a 4 de  Fevereiro. o   Schreck: de  II a 16 o navio francb .Henri
                                               navio  francês  . Duperre.,  comandado  pelo   Poincaré>". com  uma  guarnição de  293 ofi-
                                               CFR Sifanlus e. com uma guarnição de 264   ciais,  sargentos  e praças,  comandado  pelo
                                              oficiais. sargenlOS e praças: de  1 a 5 de Fe-  CMG  Bailott.
                                               vereiro. a fragala inglesa .. Cornwall., coman-
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             ~CAD~MIA DE MARINHA

               Suas acth'idades, seus projectos. loca-  Desejou V.Ex.a. Senhor AlmiranlC, pre-  tes chegam  à Academia de Marinha apelos
            lização  da sede.  etc.            sk:lir a este acto. demonstrando mais uma vez   e palavras encorajadoras do 1ançamenlO desse
                                              o interesse que lhe merece a ltC1ividade cul-  ambicioso quanto merit6rio projecto. com o
               Sob a presidência do ALM  Andrade e Sil-  tural da Marinha. em panieular a desta Aca-  argumento de que compete 110  Academia levd-
            va.  Chefe  do  Estado-Maiot  da  Annada.   demia.  Este vosso gestO é a um  tempo urna   -lo por diante e com a premonição de que se
            ~allzou-se no passado dia 9 de Janeiro o ac-  honra e um estímulo para quantos nesta casa   esta  nlio o  fizer  não  se  far.!:  nunca.
            tO de  posse dos membros da Direcção elei-  se esforçam por prestigiá-la e engrandecê-Ia.   De facto a atmosfera que se vive 1 volta
            lOS  para  o bi~nio 1991/92.         Mas  por  outro  lado  a  vossa  presença   das comemorações dos Descobrimentos Ma-
               Por  se  julgar  muito  esclarecedor.   impele-me a não limitar as palavras a JUStOS   rftimos de há 500 anos é propicia a projooos
            lranscreve·se na  íntegra o discurso proferi-  agradecimentos. é. que. como me compele e   desta  grandeza.  pela  sensibilização quer de
            do na ocasião, pelo presKlente da Academia.   é de jus de V. Ex.a cumpre-me dar contas do   estudiosos  quer de  patrocinadores.  Infeliz-
            CALM  Rogério d'Oliveira:          labor passadO e perspectivas  futuras.  o que   mente os feitos dos Ponugueses no mar. ten-
               ·Senhor  Almirante  Chefe  do  Estado-  farei  necesssariamenle em $fntese, e até nu-  do por protagOnistas navios e marinheiros que
             ·Malor da  Armado                 rna forma simbólka refenndo-me apenas aos   foram a verdadeira essência dos descobrimen-
               Senhores  Almirantes            pontos mais  relevantes.          tos de  terras e rotaS,  têm sido me:nosprel.l-
               Prezados Confrades                Desde '" quatro anos que a Academia de   dos em muitaS esferas culwrais. em particular
               Senhoras  e senhores            Marinha vem desenvolvendo a sua acção em   na  ComiSsão  Nacional  pam as Comemora-
               O IIctO a que V.Eus. deram a honra da   duas direcções principais, que derivam ob-  ções dos Descobrimentos Ponugueses.  c0me-
             VOS\!!  presença é um acontecimento corren·   viamente dos objectivos que  lhe estão esta-  morações  em  que  a componente  marftima
             te.  Cerim6nia sem fonnalismos especiais, de   tutariamente  confiados:  l.a.  o  estudo  e   parece ter sido relegada para segundo plano.
             grande  simplicidade.  é parn  o munuo exte·   investigação das ciências ligadas às coisas do   se não mesmo postergada. sendo aparente que
             rior  um  actO  banal.            mar: e 2.a. a sua divulgaçiio como função pe-  os adjectivos .ru!utico~. _naval_ e _marftinlOo
               Para li Academia de Marinha porém. não   dag6gica e simul\J1neamcnte. o que não é des-  não  fazem  pane do seu  vocabulário.  Lem-
            obstante a sua singeleza. é um acto de algum   piciendo. como  projecção extra-muros.   bremo-nos que a viagem de Banolomeu Dias
             significado e representa um  marro milillrio   A primeira. isto é.  o estudo e investiga-  a dobrar O Cabo da  Boa  Esperança. a mais
            da  'Ilda desta  Instituição: a transferéncia de   ção. tem sido deixada principalmenle 110  ini-  Imponante  no desvendar do  mundo. que se
             poderes e responsabilidades nos seus 6rglos   ciativa  dos  estudiosos  e  investigadores  e   comemonva em  1987-g8 quase passou des-
            dlrwivos, transfertncia que assegura a sua   tem-se limitado quase exclusivamente 1 área   percebida  no  Pafs e no  Estrangeiro.
            continuidade.                      da história, o que não surpreende quando se   Mas esta circunstância. embora adversa,
               A usumpçáo destas  responsabilidades.   recorda a génese desta  Instituição. Dois  te-  n50 deve desencorajar a Academia de Mari-
            com as correspondentes obrigações. deve ser   rnas de estudo port:m estio em curso pela mi-  nha. Ao contrário deve reforçar a vontade de.
            entendida como um acto de fé e urna atitude   ciativa  e  financiamento  da  Academia  de   superando as tendências culturnis modernas.
            de sacnrlcio: e isto tanto se aplica aos mem-  Marinha com o patrocínio da CNCDP - são   alcançar aquele desiderato que é do interes- .
             bros Ilgora empossados como a todos os que   eles:                  se das Marinhas e do País. cujas hist6rias qua-
             no passado deram o seu contributo para pro-  -  Os  Roteiros  Ponugueses   se se  confundiram  durante séculos.
            gresso da  Academia.                 - A Bibliogmfia Geral  da  Marinha   A arqueologia subaquática está na ordem
               A Academia de  Mannha é o que são os   Temos de reconhecer que conquanto sc-  do dia no quadro internacional. Ponugal nio
            seus  académiCOS.  E o que é um  aca~mico  Jam Ir.lbalhos de grande interesse. constituem   pode dei;ll:ar  ultmpassar-se  sob  pena de ou-
            de  Marinha? A meu \Oer o perfil de um mem-  apenas uma fracçio daqUilo que a Academia   tCOS  estudarem e explorarem os  fundos dos
            bro desta Academia deve reunir duas facetas   pode  e deve  produzir.   seus mares scm o seu controlo. É necessário
             necessdrias: nível cultural e óentffico por um   Neste momento apresentam-se no campo   tomar consc:itncia da vastidão de problemas
             lado e por OUtro um  interesse e amor pelas   do esludo os seguintes projectos que  mere-  cultumis e financeiros envolvidos, e assumir
            ciências ligadas  ao mar e /Is  marinhas.   cem ser prosseguidos pela sua oponunidade:   responsabilidades  nesta  matéria. em  que  a
               Mas a sua  mais destacada caracterfstica.   - HiSlória  da  Marinha   Academia de Marinha não pode deixar de ter
            como a de qualquer académico. é a devoção   - Arqueologia  Naval  Subaquática   I)anicipaçiio  adequada.
            II suu  Academia e o desinteresse pessoal em   - Temas hist6ricos  momentosos   Nlio se  esgotaram os temas  da  História
            ~ervi·la, sem obtcr nem esperur qUlllquer es-  A Hist6ria da  Marinha ~ uma  velha aspi-  dos  Descobrimentos  Marftimos  e pennane·
            l>tele de recompensa. sejam bcneffcios de or-  ração dos marinheiros. Houve no passado. da   cem  mistérios insondáveis sobre alguns de·
            dem  material.  sejam  mesmo honrarias.   pane de historiadores ilustres. alguns oficiais   les.  Os  temas  a  aprofundar  são  "'rios  e
                                               da Annada. tentativas nes!oC sentido que não   merecem a atenção dos historiadores profis-
                                               uveram prossecução. HOJe de vdrios quadran-  sionais e dos  devotados  estudiosos.

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