Page 19 - Revista da Armada
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SERVleo SAR
A "usca e salvamento no mar
A grande densidade de navegação aérea e âmbito internacional, seria pos- MRCC LISBOA
sível fazer alguma coisa para
marítima nas áreas adjacentes ao território encontrar soluções eficazes para
nacional, e a crescente ocorrência de o problema.
Assim surgiu, logo em 1948,
acidentes marítimos, fez com que a Inter-Govemmental Maritime
internacionalmente nos tivessem sido Organiza/ion oU IMCO, mais
tarde designada por Internacional
atribuídas duas dessas áreas para efeitos de Mari/ime Organiza/ion ou IMO,
busca e salvamento de vidas humanas no mar. que integra actualmente cerca
de 130 estados, entre os Quais
O Sistema de Busca e Salvamento Marítimo
Portugal, e cujos principais
está sob a responsabilidade da Marinha, que a objectivos estão relacionados
exerce nas chamadas áreas SAR, a sigla que foi com a segurança da vida huma·
na no mar e com a preven-
internacionalmente adoptada para significar ção da poluição marítima.
Search and Rescue. A [MO tem a sua sede em
Londres, desenvolve urna acti-
Nessas extensas áreas, a Marinha mantém vidade de carácter essencial·
unidades navais em permanência e com mente técnico e o seu traba·
lho é levado a efeito através
elevado grau de prontidão. de um número limitado de
comités, de entre os quais se
destaca o Comité de Segurança
Marítima.
rápido crescimento da de segurança, nomeadamente Entre os numerosos e di-
economia mundial veri· para assistência imediata e orga· versificados instrumentos apro- MRSC FUNCHAL
O ficado após a II Guerra nizada em caso de acidentes. 'lados no seio desta organiza-
Mundial, levou a uma intensi- Acresce, ainda, que também ç~o destaca-se a Convenção MAOBRA
ficação sem prededentes do o tráfego aéreo de natureza Internacional para a Busca e
comércio internacional e fez comercial que passou a sobre· Salvamento, 1979, a qual entrou
com que a indústria naval tives- voar os espaços marítimos em vigor em 1985 e foi rati-
se conhecido um desenvolvi- aumentou em elevada escala, ficada pelo Estado Português.
mento meteórico. atraíndo o mesmo i de Antes, porém, já Portugal
Dessa rea I j - ,------'--'----"'-'----'-'---'---'-'--"'-'--'-'-----'--'--'-., part ic i pa ra de
dade resultou o '"motu proprio"
aumento expo- em acções de
nencial do Irã· busca e salva-
iego marítimo mento à escala MRCC DELGADA
em todos os internacional, te--
oceanos, sobre- velando eviden- -
tudo no Adãn· les preocupa·
tico, então o çôes nesta ma·
principal ponto téria, nomeada· -
~.
de convergência mente durante a
da navegação II Guerra Mun-
marítima mun- dial, em que foi
dial, quer como muito intensa a
abastecedora de imervenção hu-
matérias primas manilária dos
e de petróleo, navios e dos T .,. ... ç-'OCU<lTJ"-'
quer como meio privilegiado cupações, e que a navegação aviões da Marinha na busca e
para a exportação de produ- de recreio se passou a aven- salvamento de náufragos, sobre· n L......,..OOll 00: lILO;pçlo" ... UlS."
tos. lUrar nas viagens oceânicas e ludo de navios torpededeados, • U.","CM"-,O"'C"A·''IU.''
Perante um quadro desta natu- intercontinentais. quer no Atlântico, quer no
reza, tornava-se evidente a A então criada Organização canal de Moçambique.
necessidade de organizar e dis- das Nações Unidas reconhe-
ciplinar o trMego marítimo, para ceu imediatamente a impor· No mar dos Açores desta-
minimizar os riscos de perdas tância do problema e veritlcou caram-se as acções do con·
de vidas humanas e bens, atra· que, só com a criação de um tratorpedeiro "'Lima'" na reco-
'lés do incremento de medidas organismo especializado e de lha de náufragos dos navios
R[VJSTA DA AR.'MOA • JANEIRO 95 'I 7